O correr e suas nuances" ( ou "A corrida e suas nuances" ) é uma obra criada e escrita por Pompeo M. Bonini: Projetada e idealizada para interagir ideologicamente e conceitualmente com todos os outros livros que escrevi. Nesta interação descobrimos os aspectos holísticos que são as novas nuances da vida... Basta clicar à esquerda nos capítulos ( hiperlinks ) descritos que você segue a tragetória que segui em épocas de treinos árduos ora com metas de competir, ora com metas de deleitar-me com o ato de correr e sentir a natureza. Em trilhas sinuosas pelas matas de lugares longíncuos ou perpassando o asfalto da cidade, seja fartlek ou longão correr é correr e quando passa a fazer parte de nosso estilo de vida provoca alterações em nosso modo de pensar e sentir a vida por alterar ou amplificar determinadas sensações e pensamentos que provêm de quê? Essa é a meta desta obra: buscar o cerne da verdade! Não deixe de fazer seus comentários ao final de cada capítulo, isto contrinuirá para nossas efusivas, enfáticas e complexas reflexões!

8.5.09

CAP. 9- A HARMONIA DO CAOS.

CAP. 9- A HARMONIA DO CAOS.

Grande amparo que me dá a corrida que faço todos os dias
Ao negrume que apodera-se de meu ser apresento a claridade
Através de um dia lindo com pássaros fortes não me alias
Do mundo que me cerca e de tua cidade
Quê cidade que pensas nestas magias?
Justo mundo que me ensina o esplendor.
Da vida que me cerca com cantorias,
De pássaros que nos seus cantos de condor
Me trazem lembranças de um velho amor.
Não julgo necessário aqui ficar com patavinas
Pois o mais importante é que o rei destas paragens
Ë senhor da natureza que insiste em se mostrar nesta plena manhã.
Das trevas vem a luz que me ilumina.
Da dor provém a glória de muitas minas
Dos ouros e das desventuras,
Dos outros e de minhas agruras.
Que venha então a ira de todos estes reis de que tanto se fala.
Se é que são poderosos desafio seus rancores com minhas lutas
Minhas multas por excesso de velocidade são mudas
Não falam o que não quero ouvir
Singelamente me detenho por instantes
A dizer aos que ouvem.
Que o silêncio vale mais
Que muitas palavras dúbias
Sentimentos que se apresentam imantes
Em meu ser não sei de onde provém
Tamanha sorte de animais
Vorazes de forma súbita
Correr ao sentido de uma grande frase
De um grande poema de um grande livro
De um grande sentido
De um algo que está atrás
Do primeiro passo
Do primeiro pensamento
Passo penso
Penso passo
Penpaso o penso
Papenso o passo
Pompenso o papenso

Poema este que tenta retratar como em nossas vidas buscamos um sentido para tudo o que fazemos, e igualmente na corrida há um sentido mais amplo que simplesmente correr ao léu, como quem nem sabe o que está fazendo. Na realidade é certo que podemos correr sem grandes compromissos com esta própria corrida, já que a corrida pode ser executada de forma totalmente descompromissada e idônea. Somos capazes de levar aquilo que estamos fazendo de milhares de pontos de vistas, podemos ser pessoas com a consciência mais ampla do que estamos fazendo, ou Ter uma mera idéia do que desempenhando, o fato de que estamos retratando pode ser comprovado com as próprias palavras escritas neste livro, pois são na verdade pensamentos que visam aumentar a consciência e os conhecimentos sobre a corrida. É natural que queiramos portanto diferenciar os diversos níveis de estado de consciência, assim sendo diremos que estes níveis de consciência podem ser relacionados perfeitamente aos níveis de treinamento, ou seja NÍVEL DE TREINAMENTO X NÍVEL DE CONCIÊNCIA. Bastante interessante estes pensamentos, porém é possível que o leitor, necessitado de mais explicações para entender a linha de pensamento esteja pedindo e acima de tudo exigindo detalhes sobre o tema abordado. De sorte que estou aqui justamente para isso, e sem me demorar muito aqui me disponho gentilmente a explanar através de uma anedota que achareis inconveniente ou do contrário bastante aprazida.

a) Nível de consciência.
Breve sátira fictícia em forma de descrição: “O senhor Teobaldo Siqueira, é uma pessoa bastante venerada e respeitável pela alta sociedade. Teobaldo sendo um filósofo de tamanha desenvoltura possui uma consciência de vida considerável, num belo dia se dispôs a correr por um parque, já que incentivado pelo frescor da manhã não se conteve. Teobaldo é corredor de longas distâncias, e sempre que desempenha sua atividade motriz decide que é um bom momento para filosofar e pensar sobre a vida. A pista de corrida em que corre é bastante agradável, possuindo através do trajeto árvores dos mais variados aspectos. Teobaldo não se contendo com tamanha beleza chega a pensar no universo e em toda a situação em que surgiu o universo... o Big-Bang... as estrelas... planetas... na possibilidade de seres de outros planetas o estarem vigiando... no significado verdadeiro da corrida. Derrepente num surto espontâneo de alegria começa a cantar uma antiga canção que aprendera quando criança, fato que ele mesmo estranhara pois havia se esquecido de que a letra era de sua própria autoria. Consumido pela nostalgia de suas próprias reflexões bateu com a cabeça numa árvore e morreu quase que instantaneamente. Todos os outros corredores que utilizavam porventura a pista neste momento pararam de correr preocupados com aquele corpo inerte no meio da pista, que inclusive atrapalhava o treino de muitos, e talvez este houvera sido o motivo principal para que um dos corredores chamasse uma ambulância, não sabia este sujeito que seu procedimento fora inútil, já que nosso querido Teobaldo Siqueira estava há muito tempo gélido como um iceberg.
Ocorreu que no mesmo instante em que nosso personagem topara com a árvore mais letal que possa Ter aparecido neste mundo outro companheiro produzia com grande vontade seu próprio treinamento, na verdade era um garoto de seus 15 anos, e estava realmente empolgado com sua corrida, mas na verdade não entendia muito sobre corridas, o que ele gostava mesmo era de correr e sentir o vento através de sua face, sentir as pernas doendo era para ele a pesar de uma idéia estranha algo que apreciava, porém para sua estranheza acabara de pisar em algo meio mole, que com toda a sua loucura de querer correr e sentir o vento na cara e as pernas doendo nem percebera o que era. Nós dois, você leitor e eu dessarte que desconfiamos qual fora o objeto em que Speed Marc acabara de pisar. Sim! Certamente meu caro leitor... Speed Marc pisara exatamente no cadáver de Teobaldo Siqueira, fato que a pesar de estranho é devido à frenética corrida de Speed Marc, pois ele estava totalmente concentrado no vento que batia em seu rosto, e gostava muito de sentir a dor na perna, é verdade pensava ele que seus treinamentos eram muito espontâneos, e ele não tinha nada de se preocupar com horários ou formas de treinamento, simplesmente corria quando lhe aprazia, e corria o quanto conseguia, ou até que começasse a achar aquela atividade enjoativa, ainda que gostasse muito de sentir o vento na cara e as dores nas pernas. Muitos dizem ainda que Speed Marc fora o responsável pela derradeira morte do respeitável senhor Teobaldo Siqueira pelo fato de haver maldosamente pisado justo na parte da cabeça em que ocorrera a contusão. A história é propensa a continuar, mas já que o final é todavia mais trágico não me proponho a contá-la por inteiro, que o leitor fique satisfeito ou insatisfeito com o que têm!”

Meus queridos leitores: Quê crêem realmente ser o assunto mais importante deste supradescrevido conto? Nos encontramos com dois personagens bastante distintos entre si, um deles, caracterizado por Speed Marc, é bastante inconsciente de sua própria corrida, enquanto que Teobaldo, que infelizmente jaze a sete palmos, é nosso grande herói das verdades humanas, têm plena consciência do mundo que o cerca, e de tudo o que faz... Uma história de final triste, mas que trás à margem de nossos pensares a idéia de quê é ser uma pessoa um pouco mais consciente ou menos ou chegar ao cúmulo de ficarmos presos às meras sensações físicas como era nosso empobrecido Speed Marc. Estamos todos submetidos à um inquérito que diz respeito às nossas próprias pessoas: Qual é seu nível de consciência? Até que ponto você não entende o que está fazendo? Por quê corre? Qual seria o verdadeiro motivo que o levou a correr? Eu corro porquê é uma atividade sadia ao corpo e à mente. Pois sim, pois sim: se esta é a resposta, não deveria nem perguntar. Me entrego a questões que sejam de outra laia, como aquela que dizem: Quanto você está pesando? E a resposta: Eu estou pesando tanto, e depois que comecei a correr fiquei esteticamente perfeita... e patati, e patata, e tititi, e tatata. Não, não meus caros senhores e senhoras.... Fico cada vez mais indignado com o que vejo nos meios de comunicação de massa, pessoas que querem enganar a população sendo enganadas pelas suas próprias ideologias simplistas. A filosofia seria de certo um bom caminho para os seres que são dotados de inteligência.
Estou até rubro de Ter de dizer isso à vocês, pois sabemos então em uma conclusão distorcida pelos pensamentos nervosos das últimas linhas que o populacho é submetido às ideologias expostas pelos meios de comunicação de massa, assim sendo devemos reparar que estes ignóbeis meios de comunicação consomem a imaginação da população de forma que esta fique empedrada com as idéias e informações que chegam em torrentes, sem dar tempo para que sejam sequer assimiladas. Quê fazer no caso de que estejamos nós mesmos inseridos neste dilema? Off, este seria o botão do controle remoto mais adequado a ser utilizado pelo indicador. Paz, e silêncio são coisas essenciais para que nossas razões funcionem de forma coerente e sadia.
Pois então aqui estamos! Filosofando, realmente filosofando. Para diferenciar as pessoas que vivem com os sentidos daquelas que vivem com a razão devemos utilizar o crivo da diferenciação, as primeiras vivem amotinadas sem saber direito aonde ir, e por qual caminho seguir, ou mesmo o que são. Enquanto isso as segundas são pessoas calmas que procuram entender o mundo que as cerca, a por assim dizer têm um pouco mais de alicerce quando devem decidir algo que julgam importantes. As pessoas dos sentidos ( Definiremos como pessoas estagnadas ) não têm muita capacidade de caminhar por suas próprias idéias, e, por isso são influenciadas por outras pessoas.
O ideal seria nos mantermos em uma espécie de equilíbrio, perante o inquérito devemos dar respostas honestas e sinceras, que possuam um conteúdo apreciável, pois todos os seres humanos hão de Ter a mesma essência, nascemos e morremos todos nas mesmas situações, e por isso julgo que no antro de nossos seres exista algo que seja similar a todos, e por assim dizer, os prazeres e desprazeres sinceros dos humanos são os mesmos, o caos e desorganização são iguais mudando apenas detalhes sem importância, assim como a organização e a harmonia que somente pode ser uma pois se outra fosse não seria de forma certificada e verdadeira, não pode haver fingimento nestas duas vertentes opostas umas às outras. Se você está perdendo a paciência com este assunto meu caro e honesto leitor, eu lhe permito fechar este livro neste exato momento, pois o que estou dizendo nestas linhas é algo que foge à compreensão de muitas pessoas, é simplesmente questionar a tudo e a todos, duvidar das coisas mais simples da vida como aquela pessoa que responde que gosta de corre porque acha ou julga que está emagrecendo com isso, mas eu não me restrinjo de maneira alguma a respostas tão simplistas como esta, quero mais, quero chegar aos limites dos discernimentos que alguém pode chegar sobre este assunto. Pois eu corro por outros motivos, e entre estes motivos está a grande influência que recebi de tudo que me cercou até agora em minha vida, pois mais fundo irei: eu corro porquê nasci, pois se não houvera nascido não poderia correr porquê não existiria no mundo.
São questões que passam das meras questões que fazemos todos os dias repetidamente, de forma mecânica, quase como um computador, com a diferença de que temos duas pernas.
Sem me expandir mais que poucas linhas neste assunto direi que devemos melhorar nossos níveis de consciência sem deixar de lado o prazer de sentir o vento no rosto e as dores na perna.

B) Nível de treinamento.
Há também o que dizemos ser o nível de treinamento, é importante sabermos que há uma íntima relação entre o nível de treinamento com o nível de consciência. O treinamento é parte da vida da pessoa que treina, e como a própria vida deve ser vivido, e este pode ser vivido de forma consciente ou não, assim como a vida.
Um treinamento de nível alto não é necessariamente aquele efetuado pelos atletas de elite, que supostamente correm mais rápido, mas sim aquele treino em que há uma idéia a curto, médio e longo prazo, onde quem treina sabe exatamente o por quê de estar ali. Tomar as posturas certas nos diversos momentos do treino é coisa que melhora nosso modo de treinar de forma positiva.
Como exemplo deste tópico temos o fato de que um corredor pode efetuar 10Km em seu treino sabendo que treina para determinada prova, porém sem se importar com a visão mais abrangente de seus próprios treinos, semanais, mensais e até a idéia de treinamento anual. O ideal é portanto sempre perguntar-se se os objetivos estão sendo atingidos, se há reais objetivos, e qual a melhor postura para que estes sejam logrados.

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