O correr e suas nuances" ( ou "A corrida e suas nuances" ) é uma obra criada e escrita por Pompeo M. Bonini: Projetada e idealizada para interagir ideologicamente e conceitualmente com todos os outros livros que escrevi. Nesta interação descobrimos os aspectos holísticos que são as novas nuances da vida... Basta clicar à esquerda nos capítulos ( hiperlinks ) descritos que você segue a tragetória que segui em épocas de treinos árduos ora com metas de competir, ora com metas de deleitar-me com o ato de correr e sentir a natureza. Em trilhas sinuosas pelas matas de lugares longíncuos ou perpassando o asfalto da cidade, seja fartlek ou longão correr é correr e quando passa a fazer parte de nosso estilo de vida provoca alterações em nosso modo de pensar e sentir a vida por alterar ou amplificar determinadas sensações e pensamentos que provêm de quê? Essa é a meta desta obra: buscar o cerne da verdade! Não deixe de fazer seus comentários ao final de cada capítulo, isto contrinuirá para nossas efusivas, enfáticas e complexas reflexões!

12.5.09

CAP. 5- O DESGOSTO DA LESÃO

CAP. 5- O DESGOSTO DA LESÃO
União com a natureza:
Correr através dos campos
Correr através de matas verdejantes
Leve sinto-me, numa contínua aventura
Correr com o corpo
Meu corpo é pleno em todos os movimentos
Sou parte de toda esta natureza
Correr com a alma
Pisar em barro, terra, galhos, folhas
Ultrapasso meus próprios limites
Estradas, trilhas e pistas
Me dão o prazer de uma linda paisagem
Gosto de correr
São pomposas as saudações que envio à todos que com esmero lêem este livro, não apenas por tão somente lerem com os olhos, mas também por sentirem e assimilarem com a mente e com o coração. São palavras agradáveis estas que são apresentadas no início destes pensamentos, justo porquê é bem-vindo o que é plausível, é plausível o que é bem-vindo e é bem-vindo o que é pensado. Faço um breve joguete de palavras para exprimir o quão grande é meu sentimento perante aquele que lê o que se escreveu, a leitura em seu contexto completo, e não ínfimo e mecânico como muitos o praticam.
A corrida é um grande livro que se deve fazer, quê é a vida senão o próprio livro este de que falo? Sendo a vida tal como a corrida um livro vivemos escrevendo, incessantemente as frases são feitas, algumas delas porém, devem ser corrigidas por não haverem ficado com a devida harmonia. Um corredor portanto pode fazer um treinamento inadequado e por isso haverá de retificar seus erros num período de tempo posterior.
Assim ocorre, vivemos fazendo coisas erradas tais como correr de maneira inadequada, posteriormente colheremos os frutos ou o que seja que tenha sido plantado. Pois se um treinamento ou mesmo alimentação é inadequada ocorre que mais tarde virão as conseqüências desagradáveis. O problema é que enquanto estamos fazendo uma corrida excessiva por exemplo, não nos apercebemos de que esta corrida está sendo desempenhada incorretamente, esta é justamente a função de um mestre, que ensinará o correto através da experiência adquirida por prática e/ou estudos. Sempre é interessante seguir os conselhos de um corredor que já passou por uma determinada situação, para que não sejam repetidos os mesmos erros.
Bastante curioso este capítulo haver começado com esta espécie de poema, fato que a pesar de curioso intenta demonstrar toda a gratidão que tenho para com a corrida. Há um dito que diz que tudo em excesso faz mal, e é realidade que se não praticamos determinados procedimentos para prevenir as lesões estaremos sujeitos a ter uma, não é um presságio, mas simplesmente a mais pura realidade. É necessário tomar muito cuidado com as lesões, e, praticando alongamentos, colocando compressas de gelo, utilizando calçados adequados e correndo da maneira mais correta nos locais adequados estaremos ajudando em muito a prevenir as lesões.
A corrida é fonte de inspiração, traz ao corpo e à mente grande harmonia quando bem executada, pois do contrário o desgosto e a tristeza serão companheiros inseparáveis, sem querer ser trágico, mas já sendo digo que quem corre de maneira errada não será uma pessoa plena. Tudo isso aprendi por experiência própria, quando me lesionei. Tendo que parar por meses de correr, o que me deixou constrangido por me obrigar a mudar alguns hábitos que tinha em minha vida ( correr especificadamente ).De certa forma a lesão me tornou uma pessoa triste não posso negar, aprender é a palavra que não constava em meu vocabulário, e correndo grandes metragens semanais passei a ser uma pessoa indiferente aos que não o faziam, mais ou menos me achando superior deste ponto de vista. Ser um atleta em recuperação me tornou uma pessoa mais tranqüila, parece que somente uma coisa destas poderia fazer com que eu parasse de correr desta maneira, chegando em casa às 11:30 da noite, após fazer treinamentos de natação e corrida. É lógico que o estado mental no que se refere à todos os seus detalhes de uma pessoa que pratica tanta atividade física semanal não é o mesmo que uma pessoa “normal”, os pensamentos parecem estar envolvidos por uma esfera de superioridade, e igualmente todas as relações sociais. É muito convincente chegarmos à esta conclusão já que correr uma média de 100Km por semana ou 120Km é algo bastante árduo e difícil, e as pessoas que realizam feitos difíceis devem ser pessoas não somente fisicamente preparadas, mas acima de tudo mentalmente fortes e muito concentradas em seus objetivos. Vontade é a palavra chave no que se refere aos maratonistas. De onde vêm tanta vontade? Seriam pessoas problemáticas? Falta algo ou há excesso no cérebro? Disse isto de maneira pouco atrativa, mas é algo interessante para se pensar: há uma porcentagem da população que se interessa em descobrir e experimentar os limites da capacidade física e mental do ser humano. Por quê fazem isso? É esta uma necessidade de todos os seres humanos? Qual seria a personalidade ou característica mental comum a todos os maratonistas ou corredores de longas distâncias? Haveria uma característica mental comum à todos?
Tudo isto está dito de maneira que venhamos a pensar que o que provoca as lesões não são tão somente as corridas praticadas de maneira incorreta mas principalmente as atitudes mentais relacionadas à corrida.
As lesões são sinais de que o corpo não agüentou os excessos da mente, ou poderíamos dizer que a força mental foi tão grande que o corpo desfaleceu. É sinal de que a força mental não tem tantos limites como possui o corpo, e que esta força não deve ser utilizada somente com o apoio dos sentimentos, mas principalmente com a ajuda do discernimento e da razão. Nisso tudo encontramos um tema muito interessante para debater, sem sombra de dúvida tanto o corpo quanto a mente possuem suas características peculiares, os corredores utilizam-se de forças mentais para efetuarem seus respectivos treinos. Quando a vontade é excessiva ocorre que o corpo não acompanha este desenvolvimento, de caráter mental, da forma devida. Foi dito que as características relacionadas ao pensamento não possuem limite, ao mesmo tempo que as mentais estão com seu limite estipulado. É uma idéia bastante condizente, já que o corpo é algo mais tangível ( por assim dizer: mais fácil de estudar ), é viável pensar que as lesões provém de um desequilíbrio do corpo para com a mente, pois o fato de um ser humano ter a capacidade de correr 200 quilômetros em uma competição diz certamente que quem o faz é uma pessoa de excessiva força mental, veja que outro corre apenas 100 e se lesiona enquanto que este primeiro não. Qual seria o motivo de tal fato? O desenvolvimento de forças mentais e corporais deve ser alinhado, contínuo e progressivo. Do contrário ocorre o desequilíbrio anteriormente citado. A indesejável lesão é incitada a partir do momento em que minha força mental é incomparavelmente maior que minhas capacidades físicas, assim descobriríamos que um do segredo do bom corredor seria reprimir a vontade de correr, o que muitas vezes é bastante dificultoso por tratar-se de um processo mental com o qual muitos sequer conhecem, e por isso não sabem dar-se com este tipo de situação. Para que o leitor não perca-se em devaneios citarei um exemplo de caráter prático: o corredor deve no início de um ano, visto de longo prazo, fazer o “treino de base”, entretanto este treino deve ser feito em velocidade devagar ou moderada, se sua força mental é demasiada ele irá querer aumentar a velocidade, e respectivamente lesionar-se-á devido ao fato de que seu corpo se encontra todavia débil à tamanha exigência mental. Por estes fatores devemos constantemente vigiar qual a atitude mental que tomamos nas corridas, comparando isso com nosso nível de treino.
O desconhecimento ou a ignorância são grandes inimigos, estes podem provocar uma lesão bastante desagradável, veja que às vezes podem tratar-se de coisas simples porém importantes, que num prazo prolongado mostram a face da verdade, se é assim uma maneira concreta de expressar-se. Pois o simples fato de se correr em asfalto ou grama pode ser fato preponderante no destino de um corredor, o problema específico que tratamos aqui é quando este não sabe se existe ou não diferença entre correr neste ou naquele tipo de terreno, a desinformação é portanto algo de caráter negativo, que pode causar danos ao desenformado.
Há também os informados insistentes, estes poderíamos classificar como “burros” no significado oculto desta palavra, já que estando eles sapientes de alguns erros que cometem, o fazem. Talvez por simples e sarcástico prazer, falta-lhes a consciência que abrange o maior prospecto da corrida: o futuro. Alguns detalhes são bastante incômodos, e através do tempo podem causar danos quase que, ou propriamente irreversíveis, outros destes detalhes podem ser mesquinhos, e também incômodos ao mesmo tempo, senão algumas vezes herdeiros de grande comicidade como veremos nos relatos das duas descrições que virão à seguir. Pode ocorrer de o leitor não os considerar como lesões propriamente ditas, como supostamente não os considera o autor, neste caso deveríamos aqui dividir todas estas maledicências e mal agouros em distintos grupamentos tais como:
A - Lesões propriamente ditas.
B - Fatos irrisórios, dignos de comicidade.
A – Lesões propriamente ditas.
Em termos gerais já abordamos sobre esta parte, sendo que trata-se de um desequilíbrio entre a força de vontade ou força mental e a força ou resistência física.
B – Fatos irrisórios dignos de comicidade.
Inserem-se aqui nossas sobrescritas descrições, não consideradas propriamente leões mas talvez como desgostos, porém se aprofundarmo-nos um pouco mais há de se ressaltar que uma lesão pode ser originada por divergentes fatores, e pode ser representada por diferentes fantasias. Não quero aqui ficar jogando com as palavras de forma desregrada, muito pelo contrário, explicar-me-ei: lesão seria tudo aquilo que é considerado malévolo, neste contexto um palavreado horrendo proferido à quaisquer pessoa é um tipo de lesão, podemos classificar isto como lesão mental, isso se este maldito palavreado afetar a pessoa à qual ele foi transmitido, pois cada pessoa possui um nível de receptividade diferente, podendo chegar ao nível de sequer dar importância ao fato, ou no lado oposto desta moeda a pessoa pode ver-se extremamente ofendida com o palavreado e chegar à tal estado de consternação que num ato de extrema excitação vir a pedir satisfações ou mesmo esbofetear a cara do originário negativo palavreado. Isso se deve ao fato de que cada pessoa reage e sente de maneira diferente às mesmas situações. Pode como vemos um mal educado facto originar diferentes reações, estas são as fantasias de que falei anteriormente. Inseridos neste contexto apresentarei duas descrições, estas que devem respectivamente sendo bastante esperadas por parte do leitor, já que à tempos estão sendo comentadas sem no entanto descritas. Aqui vão:
“Me preparei para correr num ato de grande organização, de forma metódica amarrei o tênis, arrumei o shorts, disc-man e cronômetro zerado. Após os alongamentos devidos iniciei a corrida de forma leve e solta num percurso entremeado na cidade já determinado, correndo pela cidade cheguei até uma praça específica, no trajeto pensei ser bastante interessante ir àquela praça pelo fato de que lá encontrar-me-ia com outros corredores. Chegando vi que realmente haviam outros correndo alegrei-me com isso, velocidade moderada pois faço o período de base, espero que consiga controlar bem a velocidade. Logo surge correndo ao redor da praça, tal como faço eu, um outro corredor, bastante conhecido por min, conheço-o de vista há tempos e sei que é bastante rápido, não me contento nesta velocidade e aumento bastante, na medida do possível é claro. Surge-me uma dor desagradável em um dos dedos do pé, neste momento pensei ser uma bolha ou algo semelhante, desvio meus pensamentos que somente por breves momentos ficaram atidos à esta dor. Minha atitude é de total indiferença para com quaisquer pessoas que estejam em meu trajeto. Ao terminar o treino, já em casa me deparo com uma horrenda visão digna certamente de receber críticas: a meia do pé em que me doía o dedo se encontra ensangüentada, constatei após algumas exclamações e espasmos mentais que a unha ficava raspando no dedo que se encontrava ao lado e assim se abriu uma ferida que sangrava continuamente. Parecia porém que a meia fora embebida em tintura, tamanha era a sorte de líquido sangüíneo que nela se incrustara.”
Quê concluímos nós desta descrição? Baseados nos preceitos deste capítulo diremos que o corredor tentou se manter numa velocidade moderada, pois sabia que se encontrava num treino de base, porém sentindo-se desafiado por um velho conhecido de vista aumentou consideravelmente a velocidade, erroneamente já que sua vontade está neste caso em estado superior ao seu corpo. Outro fator interessante é que este corredor precisa urgentemente cortar as unhas dos pés, para que não se machuque desta maneira, é ciente do que se há de fazer, e se não o faz é por lapsos de ignorância, se desconhecesse a causa de seu sofrimento tudo seria devido à falta de informação, porém conhece a causa e deve estripai-la. Provavelmente não seja esta uma descrição deveras cômica por haver muitas citações relacionadas à sangue e sofrimento, mas devemos nos certificar que é certamente um caso de detalhe. Há portanto algumas lesões que são originadas por detalhes ou nuanças que não nos apercebemos, e que causam situações desagradáveis. Gostaria de saber por parte do leitor se este considerará o caso seguinte como um detalhe ou uma impróspera e estratosférica tragédia...
“Mais um dia de corrida, aprontei-me rapidamente e me dirigi ao parque. Por curiosidade um dia de bastante chuva, certamente alguns corredores aventureiros lá se encontravam em seus atos prodigiosos senão até comunistas, se é que assim posso dizer pela grande força de suas persistências. Alongamentos à parte se iniciou o treino. Foi de grande surpresa quando notei que à medida que corria meu shorts caía, não posso dizer porém que fora este somente um fato surpreendente como também estapafúrdio ou infeliz. Após poucos quilômetros já me adaptara à nova situação, pois inventei neste meio tempo uma técnica apropriada para que o shorts não caísse por inteiro, esta consistia em manter uma das mão bastante perto do shorts já preparada para levantá-lo. Minha Segunda preocupação ( inventar esta artimanha fora a primeira ) se tratava de fazer isso de certa maneira que ninguém se apercebesse o que estava sendo feito, o que na realidade era bastante difícil por eu não ter mãos invisíveis. Sem temer outros transtornos prossegui o treino firme e forte, me arrependendo sinceramente pelo azar de ter pegado este shorts digno de comicidade da gaveta. Para meu alívio era um dia de bastante chuva, me sentia agraciado pelo fato das pessoas fugirem deste fenômeno climático, do contrário estaria eu numa cilada.”
Julgo que seja uma descrição bastante interessante do ponto de vista técnico, já que tratamos aqui de lesão, ou mesmo lesões desgostosas, assim podemos constatar com grande facilidade que esta tratar-se-ia de uma lesão moral, já que o corredor sentiu-se malogrado com a situação em que se encontrava, pois tinha bastante receio de que outras pessoas se apercebessem de sua inusitada situação, e se aproveitassem disto para caçoar de sua pessoa. Com grande sorte isto não ocorreu, a chuva lhe salvou por assim dizer, notamos com bastante discernimento nesta altura de nossas dissertações que há lesões tanto morais quanto físicas, no último caso não ocorreu uma lesão propriamente dita, mas somente o receio de que uma pudesse a vir à tona, e ainda assim dependeria da receptividade do corredor como já visto anteriormente. Pode haver o fato de uma lesão física ser acompanhada por moral, como considero eu numa ocorrência que veremos a seguir:
“Estava lá eu meado numa competição, o objetivo era completar num ritmo moderado, já que estava ciente de minhas condições, que não eram as melhores por falta de treino. Tinha bastante persistência, quase ao final dos 15.000 metros aproximou-se de min um rapazote bastante baixo e gordo, que me disse algo de extrema baixeza e num ato jogou-me água, fiquei com isto extremamente indignado, e respondi-lhe à altura, continuando minha corrida, porém já tendo perdido com isso toda a concentração e estando certamente me sentindo mal com isso.”
Podemos ver com tudo isto que fora explanado que houve neste caso dois tipos de agressão por parte de um baixote gorducho, que num ato refutável de total imprudência fizera tudo isto o que não vejo necessidade de repetir, ocorreu que o corredor respondeu-lhe à altura, tratou-se certamente duma lesão mental ou moral e a partir do momento em que a água lhe fora mau vinda uma lesão física, assim está dito lesão mental e física. Para que cheguemos à uma conclusão útil neste caso, que na realidade não é nem um pouco cômico devemos perguntar quais deveriam ser os procedimentos do corredor. Creio que no Capítulo 4 na parte de Indiferença para com os adversários encontramos a resposta, iríamos utilizar o que poderia ser chamado de indiferença para com a platéia, ou para com os infames para ser mais específico. O atleta é por assim dizer indiferente para com tudo e para com todos, não se envolve psicologicamente com nada que está ao seu redor, uma pessoa fria e meticulosa, privada de sentimentos, assim seria o atleta ideal para se esquivar destes tipos de acontecimentos. Pode parecer bastante estranho, mas esta é uma solução bastante apreciável.

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