Cap. 20 – UMA REALIDADE SUJEITA À DISCUSSÃO.
Mundo mental e mundo físico, estamos inseridos nestas duas realidades. De quê maneira você utiliza sua mente? Proponho neste capítulo a discutir sobre um assunto bastante peculiar, relacionado com os processos mentais. Posso então haver começado este texto de maneira errônea já que estamos restritos a abordar aspectos relacionados somente à mente. Devemos dividir os aspectos mentais em duas partes, em primeiro a parte que se relaciona com os aspectos práticos, e em segundo a parte relacionada com a filosofia.
De quê adianta um profissional de Educação Física aprender matérias que dizem respeito à história da Educação Física, psicologia ou filosofia, se o que ocorre na maioria das vezes é que este irá somente utilizar conceito que concerne à parte prática de suas aulas e treinamentos respectivos.
Fico, talvez o mesmo tanto que você leitor, justamente injuriado com tais acontecimentos que ocorrem nesta área. É de fato, uma idéia já concebida segundo minhas experiências como estudante na área. Idéia esta que se refere à falta de intelectualidade nesta área, seria incorreto dizer falta de intelectualidade já que esta intelectualidade é voltada à parte que é hoje em dia considerada primordial ao desenvolvimento das aulas e esta parte é justamente qual a movimentação correta do aluno, qual sua condição física, qual a idade, aspectos fisiológicos e metódicos. Infelizmente são esquecidos outros ângulos de visão tão importantes quanto e mais abrangentes que estes que é justamente a filosofia, a discussão de temas de suma importância, pois nós devemos notar o quanto é importante isso.
Os exercícios físicos tais como a corrida podem ser considerados repetitivos, e monótonos. Uma aula de Educação Física sempre será uma aula em que haverá movimentação física, e por isso pode ser considerada repetitiva. Isto tudo ocorrerá no caso de a visão de quem possui estas idéias ser baseada no pensamento de aspectos técnicos e práticos. A única coisa que estaria em constantes mudanças neste ponto de vista seriam os esportes, de um para outro, como já foi dito: todos envolvem movimentação do corpo. A corrida então seria neste caso o maior exemplo possível de monotonia, a corrida de resistência seria o auge da mesmice por assim dizer já que o movimento é sempre o mesmo sem as breves mudanças decorrentes de cada tipo de esporte.
Porém quando nos colocamos a ter um ponto de vista de uma pessoa que é estudiosa, que busca o conhecimento e suas nuanças como fazemos nós aqui neste livro vemos que o esporte e a corrida que neste se insere passa a ser um infinita fonte de pensamentos conhecimentos e seja mais o que for, acuso os profissionais da área por ficarem inteiramente restritos, e por assim dizer estagnados, aos seus treinamentos e aulas de cunho inteiramente prático, não parando com os alunos e atletas sequer para perguntar qual o significado ou origem da palavra corrida ou esporte. Não vivemos no mundo mental, e nos contentamos com nos movimentarmos de tal maneira, segundo as técnicas ensinadas por tal treinador, que possui muitos conhecimentos técnicos e fisiológicos, mas que não sabe o significado da palavra ginástica.
Retratei aqui qual o significado de determinadas palavras, mas isso é apenas um exemplo, o mais simples é claro, para dar a entender que não há nenhum estímulo de características totalmente filosóficas no campo da motricidade humana. Para quê serviria isso? Numa primeira instância a atividade se tornaria menos monótona no que se refere ao uso da razão ( já que no campo dos sentimentos ela não é nem um pouco monótona ), em segundo lugar vemos que isso traria uma idéia mais abrangente do mundo onde você e eu estamos inseridos, e a partir destes conceitos estaríamos tomando as mesmas decisões de antes com mais firmeza.
Como vemos, este livro está proposto a mudar esta situação, serão poucos os interessados a lê-lo com apreço, não por que este seja de má qualidade ou inescrupuloso, mas sim por quê hoje em dia sabemos que é fato verídico a maior aproximação de profissionais da área com os aspectos mecânicos e técnicos do conhecimento, isso ocorre justamente porque eles não sabem de que serviria filosofar para ministrar uma aula de natação por exemplo. Com isso ocorre de podermos chamar a aula de natação de uma simples aula de natação, certamente tirando os aspectos plenos deste esporte ou fonte de conhecimentos gerais.
Algo me referi à este assunto na introdução destes escritos, e quis justamente neste capítulo ressaltar quais são os valores que estão sendo considerados importantes para um técnico ou professor. Um treinador de corrida por exemplo, se atém em passar os dados estritamente técnicos e que se referem aos movimentos e tipos de treinamento que o aluno ou atleta está executando, não pergunta quais são os seus prazeres de correr, por quê corre ou se está feliz ou alegre, e outros assuntos concernentes à uma gama infinita de matérias que certamente influenciam em sua corrida e vice versa já que a corrida têm o poder de influenciar na vida e nas relações sociais.
21.3.09
Cap. 20 – UMA REALIDADE SUJEITA À DISCUSSÃO.
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