O correr e suas nuances" ( ou "A corrida e suas nuances" ) é uma obra criada e escrita por Pompeo M. Bonini: Projetada e idealizada para interagir ideologicamente e conceitualmente com todos os outros livros que escrevi. Nesta interação descobrimos os aspectos holísticos que são as novas nuances da vida... Basta clicar à esquerda nos capítulos ( hiperlinks ) descritos que você segue a tragetória que segui em épocas de treinos árduos ora com metas de competir, ora com metas de deleitar-me com o ato de correr e sentir a natureza. Em trilhas sinuosas pelas matas de lugares longíncuos ou perpassando o asfalto da cidade, seja fartlek ou longão correr é correr e quando passa a fazer parte de nosso estilo de vida provoca alterações em nosso modo de pensar e sentir a vida por alterar ou amplificar determinadas sensações e pensamentos que provêm de quê? Essa é a meta desta obra: buscar o cerne da verdade! Não deixe de fazer seus comentários ao final de cada capítulo, isto contrinuirá para nossas efusivas, enfáticas e complexas reflexões!

28.3.09

Cap. 13 - AMPLITUDE DA CONTEMPLAÇÃO.

Cap. 13 - AMPLITUDE DA CONTEMPLAÇÃO.


Grande treinamento de minha vida
De forma bastante agradável
Quero falar sobre a corrida
Sendo o primeiro dia amável
O grande treinamento de minha vida

É com grande prazer que despendemos nossos tempos para contemplar um belo cenário da natureza. Me deslocando de ônibus de casa para a faculdade é interessante notar qual está sendo a movimentação nas ruas, o quê as pessoas estão fazendo, como andam apressadas, os carros. A grande vantagem de estar em um ônibus é que você têm uma visão privilegiada, de uma altura superior, podendo tanto analisar o quadro da situação climática de sua cidade, quanto tentar decifrar as pixações inintendíveis que se encontram em praticamente todas as paredes da cidade. Isto é contemplar, ou seja: olhar, toda a contemplação pode Ter um sentido diferente, segundo os olhos de quem está vendo. Posso olhar algo com pensamentos escrachados ou de uma forma bastante otimista, procurando aprender com o que estou vendo, ocorre portanto que a contemplação possui diversos níveis de amplitude, de modo que eu aproveite mais, menos ou sequer aproveite algo que contemplo.
A corrida é momento agradável a fazer contemplação, o corredor pode ao mesmo tempo correr e deleitar-se com os atrativos visíveis de uma cidade, ou de quaisquer outros lugares, para expandir este assunto dividiremos entre dois tópicos:
A – Paisagens citadinas e breve relato dum sentimento possesivo.
B – Paisagem natural num contexto abrangente.
A – Paisagens citadinas e breve relato dum sentimento possesivo.
Vejam a seguinte descrição:
“Todas as tardes lá estava eu, correndo meus sagrados 15 quilômetros, o percurso específicos através de determinadas ruas da cidade, até chegar ao parque e retornar pelo mesmo trajeto. Cheguei a conhecer cada estabelecimento daquelas ruas, até mesmo as pessoas que tinham hábitos de vivências da rua, como seguranças, motoristas entre outros, a rua era de certa forma bastante conhecida. As casas e suas arquiteturas sempre foram apreciadas, as novas construções eram logo notadas, sempre me senti como sendo parte da história desta rua, como se chegasse alguém novo, eu como já estando utilizando-a com antecedência tivesse mais direitos sobre ela, dias de chuva, sol, frio ou calor, ali estava eu, sempre olhando os detalhes daquela rua.”
Como vemos há um singular sentimento de posse do corredor para com a rua, sentimento este que é baseado através de um sentido histórico: estou há mais tempo portanto tenho mais direitos, pensamento este que foge às características de nosso capítulo, porém que são dignos de retratação, inclusive num possível capítulo à parte.
No que se refere à paisagem, vermos que trata-se de uma visão citadina, onde através de vários pensamentos o corredor se vê de certa forma ligado àqueles que o cercam, e se deleita com as formas da cidade.
B – Paisagem natural num contexto abrangente.
Já dissertamos algo sobre correr em uma paisagem natural, porém esta discussão não teve o mesmo contexto com o qual nos deparamos neste momento, pois agora estamos falando especificadamente da contemplação. Pois então quê se trata uma paisagem natural? Aquela que ainda não foi transformada pela ação do homem. Com clareza devemos Ter isso definido em nossas mentes, pois quando corre-se em uma pista de cooper, deve-se levar em consideração que na maioria das vezes, esta pista já foi transformada pela ação do ser humano, que planta as árvores aonde bem entende, com o intuito de deixar determinado lugar esteticamente mais apreciável aos seus olhos, assim ocorre que com a natureza verdadeira poucas vezes nos deparamos, a não ser que estejamos vivendo em lugares que fiquem longe dos grandes centros urbanos. Estas paisagens parcialmente naturais não deixam de ser agradáveis, mas não constituem em uma paisagem totalmente natural, há uma grande diferença entre correr em uma floresta que correr em um parque, pois é, segundo minha visão, muito mais completo no ponto de vista de beleza correr-se em uma floresta. Assim vejam a seguinte descrição:
“Já estava correndo há aproximadamente duas horas e meia, através daquelas estradas planas, o ritmo era agradabilíssimo ao corpo, um prazer incomensurável me dominava, já sabia o percurso, o qual fazia quase todos os dias, pois o lugar não era especificadamente de meu total conhecimento. Uma longa subida pela estrada, o ápice da montanha e o declive, assim chegava eu a uma praia, cheguei ali, e vi que estava ficando escuro, o dia se esvaia dando lugar à noite. A praia era de 2 quilômetros de extensão, decidi com alegria correr de um extremo para o outro, e assim por diante. Era com grande prazer, que pouco antes de escurecer me deliciava com a beleza que proporcionava a infinitude, haviam surfistas e garotas das mais variadas delicadezas naquela praia, era um momento da mais pura exibição de minhas capacidades físicas Como se fosse uma apresentação da capacidade de quê é capaz um ser humano, corria neste ponto bastante rápido, e justamente estava com uma camiseta bastante chamativa ( segundo o meu modo de pensar ). As virtudes que se extrapolavam de minha essências eram devida tanto ao sentimento de me sentir superior, fisicamente bem delineado e capaz aos que me assistiam ( ou mesmo que não estivessem assistindo, porém real é que eu pensava que estavam me assistindo, portanto é válida esta idéia.) quanto devidas ao sentimento de grandeza das belezas naturais que me cercavam. Me ative a olhar a imensidão do horizonte e do mar, anoitecendo fiquei impressionado que passara do dia para a noite sem haver parado de correr, esta idéia foi de grande valia para aquele treinamento. Do horizonte, do mar e dos sentimentos de superioridade minha atenção voltou-se para o céu que apresentava-se nesta ocasião pleno de estrelas, eram muitas estrelas, algo que eu não estou acostumado a ver, portanto fiquei em estado e êxtase. Alguns uniam-se na areia e formavam rodas cantando canções com violão, e eu continuava pertinentemente correndo, correndo e vendo toda a imensidão que me cercava.”
Nesta larga descrição percebemos que há uma diferenciação entre dois sentimentos diferentes:
Primeiro sentimento: Exibição aos outros.
Um deles é o sentimento bastante interessante de exibição aos outros que estão na praia, são exibidas três características do corredor:
1)A primeira é devida à um sentimento de superioridade por parte do atleta consiste na exteriorização de poderes mentais, é como se houvesse uma indiferença exteriorizada através da seriedade com que o corredor se porta durante o treino, por parte dele há grande vontade que as pessoas que estão ao seu redor percebam esta seriedade.
2)Em seguida vemos algo relacionado à parte estética e sexual quando se relaciona com esta demonstração o corpo bem delineado. Esta característica é contrária às outras duas, já que a sexualidade é instintiva, e a exibição de poder mental e físico é algo racional, mas com lógica percebemos que as três características relacionam-se entre si.
3)Em terceiro há o sentido de capacidade física que está comprovado no próprio ato de correr. O corredor quer aqui mostrar que é bom naquilo que está desempenhando, já que há a seriedade da postura mental, há também a seriedade de postura física, vemos isto quando ele aumenta a velocidade, justamente para que os outros notem sua incrível desenvoltura.
Breve conclusão: Concluímos nesta parte que o corredor está em constante contato com as pessoas que o cercam, queira ele pensar nisto ou não. A partir do momento em que entra na praia, quer exibir-se à todos, damos à isso o nome de expressão corporal, ocorre que como comentado antes, a exibição estética não está necessariamente relacionada à vontade de exibi-la, enquanto que às outras duas necessitam de estimulo de origem mental para serem procedidas.
Segundo sentimento: Captação do meio.
Tal como se exibiu o corredor ao meio, o meio se exibe à ele, e este corredor capta a exibição na forma de contemplação. Há neste aspecto um forte sentimento de pequenez diante da magnitude da natureza. A natureza é pois a dominadora, ao contrário do que ocorria no sentimento que o corredor tinha comparando-se com os outros, ele então sente-se totalmente ínfimo à tamanha grandeza. Mas não era ele próprio uma pessoa superior? Não neste caso, fica ele feliz por ver algo tão belo.
De forma conclusiva a natureza é em seus aspectos de grande beleza, capaz de transformar um corredor em um espectador, não só da beleza, mas também dos movimentos que a natureza proporciona, pois, vejam bem como o corredor se dignifica com o ato de haver passado do dia para a noite correndo, o tempo é proveniente da natureza, e é caracterizado neste caso com a diferença de luminosidade que apresentou a natureza. Vimos então que a contemplação não se passa tão somente por parte do corredor para com o meio, mas também do meio ( pessoas ) para com o corredor, vimos também que não se restringe isso a ser somente uma contemplação sendo mais que isso: uma comunicação. E a natureza? Conseguimos nos comunicar com pessoas e estas conosco, através de olhares, comentários, gritos, gestos, corrida frenética, beleza corporal, espírito de seriedade, mas não chegamos com veemência a propor uma comunicação de nós para com a natureza propriamente dita, e dele para conosco.
É de grande comicidade chegar ao cúmulo de pensar que o ser humano não faz parte da natureza, pois somos seres vivos, e vivemos no planeta terra. Poderíamos dizer que nossas criações e transformações não fazem parte da natureza, seria esta uma afirmação mais cabível, porém o fato é que nós fazemos parte da natureza, e assim sendo, a partir do momento em que estou me comunicando com outro ser humano estou também comunicando-me com a própria natureza.
A pergunta correta seria: Podemos nos comunicar com a natureza com a exceção dos seres humanos? Creio que sim! Por incrível que pareça há um determinado sentido de comunicação do homens para com o meio que o cerca, pois se nos basearmos tão somente no fato de haverem momentos em que o homens se sente inferior ou superior ao ambiente que o cerca isso já é um modo de comunicação.
Se na cidade há um sentimento de posse, e na natureza há um sentimento de inferioridade, são estes tipos de comunicação. Expelidos por conceitos estéticos que proporciona a natureza. São estes em nosso caso a beleza. É estranho pensar que coisas inanimadas comunicam-se conosco, mas é todavia mais estranho pensar que nós podemos nos comunicar com elas, isso já entra na parte de conceitos pessoas, pois a religião é exatamente relacionada à este fator, ou seja: o homem querer se comunicar com a natureza de sua própria existência, que é sumamente desconhecida.

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