O correr e suas nuances" ( ou "A corrida e suas nuances" ) é uma obra criada e escrita por Pompeo M. Bonini: Projetada e idealizada para interagir ideologicamente e conceitualmente com todos os outros livros que escrevi. Nesta interação descobrimos os aspectos holísticos que são as novas nuances da vida... Basta clicar à esquerda nos capítulos ( hiperlinks ) descritos que você segue a tragetória que segui em épocas de treinos árduos ora com metas de competir, ora com metas de deleitar-me com o ato de correr e sentir a natureza. Em trilhas sinuosas pelas matas de lugares longíncuos ou perpassando o asfalto da cidade, seja fartlek ou longão correr é correr e quando passa a fazer parte de nosso estilo de vida provoca alterações em nosso modo de pensar e sentir a vida por alterar ou amplificar determinadas sensações e pensamentos que provêm de quê? Essa é a meta desta obra: buscar o cerne da verdade! Não deixe de fazer seus comentários ao final de cada capítulo, isto contrinuirá para nossas efusivas, enfáticas e complexas reflexões!

16.3.09

CAP. 25 – A NOBRE ARTE DE CORRER.

CAP. 25 – A NOBRE ARTE DE CORRER.

Apresentação da corrida:
Como verdadeira e nobre arte
Apresento a corrida como amiga
Como belo estandarte
Num prisma que instiga
Pensamentos e emoções que dessarte
Mexem com a alma e a irriga

Tendo terminado o capítulo anterior com considerações deveras insultuosas para com o antro das falsidades ideológicas e sentimentais inicio este com boas novas. Pois o título o qual já inserido parece bastante agradável ao olhos e ao coração. Pois nobre porque é inspiradora e arte porque é bela.
Vamos nos ater à seguinte descrição:
“Eram dias muito alegres, e todos os dias estava eu numa corrida através de sendeiros e matas naturais, pois que poderia mais querer senão isto? Era certo que há tempos havia planejado de certa maneira um treino longo, tratava-se de um grande desafio que me impus. Nestes tempos estava eu na cidade de Campos do Jordão a qual faço referência com grande respeito, pois a venero de forma quase que mágica. Certamente vejo esta cidade de um ângulo bastante divergente que os milhes de turistas que ali vão para comprar e aproveitar-se do frio, pois estando eu neste suposto dia peguei uma pochete e coloquei dentro desta o mapa da cidade pois haveria de percorrer longo trajeto antes de chegar à dita Pedra do Baú, que ficava cerca de 34 quilômetros do ponto em que me encontrava. Uma verdadeira aventura digna de muitos comentários à parte, saí então numa bela manhã através de uma estrada de terra, logo chegando à parte já asfaltada, e com extrema vislumbramento contemplei determinada paisagem que me regalava a natureza. Assim olhava eu ao longe a Pedra do Baú, que era o ponto a que me destinava eu, parecia estar no longínquo horizonte, prossegui firme e forte até chegar à cidade, passando pelo centro me sentia muito bem, e consultando o mapa sem parar de correr me destinei a outra estrada. Muito emocionante pelo fato de eu nada conhecer daquele lugar, me sentia em uma verdadeira estrada de características européias, já que era estreita e desempenhava sinuosas curvas. Muita preocupação com o caminho a percorrer durante as bifurcações, e bastante apreensivo a ver o nome de hotéis durante o transcurso, para certificar-me de aquele era o caminho correto. Preocupações eram parte dos sentimentos e idéias, outra parte era o grande prazer de estar me arriscando num ato quase que, se não realmente for, heróico. Pois muito corri naquela estrada e nunca via aproximar-se de meu objetivo, houveram certamente momentos em que via-me revoltado com este fato, parecia não Ter fim, mas acreditei e fui bastante perseverante em minhas obstinações. Considerei que aquele seria um dia bastante importante em minha vida, esta idéia me ajudava a correr, repentinamente após uma das curvas da estrada visualizei uma comunidade bastante pacata, de casas simples, feitas de madeira, ruazinhas de terra e dependente de um comércio extrativista de madeira. Ainda correndo, me dirigi ao lugarejo, parcialmente impressionado com um garoto de seus 7 anos andando a cavalo pela rua de terra continuei correndo, deixando um espaço em minha mente para uma comparação com crianças da mesma idade da cidade grande que vivem enfurnadas em suas casas sem saber o que fazer quando não estão diante de um aparelho eletrônico. Pois ainda correndo localizei o que procurava: um bar! Foi com grande alegria que comprei um cacho de bananas de num boteco bastante atrativo, com muitas bebidas e frutas, lugar simples, banco de madeira, e que tinha bananas para vender. Pois foi fato de bastante consideração para os circunstantes ver um indivíduo que chega correndo no local. Devo certamente haver chamado a atenção já que aqueles feitos eram ou são considerados anormais ali. Pois não me indignando com isso, após haver me saciado com grande ardor, prossegui a corrida correndo ao meu destino: a Pedra do Baú. Ao faltar 10 quilômetros para concluir a metade da corrida, ou seja: chegar à pedra ocorreu que começou a escurecer, e sabendo eu que não havia iluminação na estrada decidi retornar ao ponto de saída. Muito difícil, já que uma das características daquela estrada é que não havia uma reta ou parte plana sequer, somente subidas e descidas, o final foi realmente parte crucial, terminando a empreitada senti-me vitorioso por haver feito tal coisa que poucos seres conseguem fazer, tanto por falta de força física quanto mental.”
Vejam leitores a extraordinária variedade de sentimentos que traspassa pela mente de um corredor durante seu treinamento longo. Há sentimento de insegurança, pois o corredor não conhecendo de forma prática o trajeto fica assuntado por poder estar errando o caminho. É natural que ocorra isto quando corre-se em terreno desconhecido, pois todos temos medo do desconhecido, seja lá qual a forma de interpretação do desconhecido. Parece ser interessante as insinuações que o corredor faz dos turistas da cidade, e podemos fazer uma relação disto com a visão que teve este corredor quando penetrou na pacata e pobre comunidade. A verdade é que o corredor conhece a comunidade local enquanto os turistas conhecem somente as propagandas e atrativos, que não fazem parte dos costumes dos moradores da cidade. Parece que estamos entrando em uma área de discussão bastante interessante, que é o turismo, o que é realmente conhecer uma outra cidade? Tirar fotos de tudo têm alguma significação? Pois entrando em um boteco simples e tendo breves conversas com os circunstantes é um nível de contato com habitantes locais bastante diferente que qualquer outro tipo, pois os próprios habitantes ficam ou assustados ou interessados por pessoa que faz tal tipo de loucura, e a corrida de fundo é realmente algo que impressiona a quem não está acostumado a ver que pode o ser humano correr tão largas distâncias. Há uma grande consideração por parte dos habitantes, que é demonstrada de diversas formas, estas são:
A – Visual ( Ficar olhando com olhos abertos como laranjas )
B – Vocal ( Gritos, grunhidos, incentivos breves e outros )
C – Conversações ( Conversas com os habitantes )
D – Gestual ( Imitações através de gestos faciais ou físicos )
Pode um tipo de expressão ser seguido de outro, e os mais eufóricos podem juntar todos de uma só vez, com ausência da conversação, e exprimir todo o seu afeto e suas considerações para com o corredor. Há corredores quê vêem isto como injúrias, porém os mais simples e amenos de coração recebem todos com grande simplicidade, e por assim dizer reconhecem que na verdade os intrusos são eles, a situação diferente que ocorre naquela comunidade é devido à sua pessoa, e por isso todos demonstram à eles estes procedimentos, do contrário não ocorreria nada de espantoso ou digno de comentários, pois é somente quando um membro de determinado grupo executa algo de diferente que isto chamará atenção provocando as reações diferentes. Quando corre-se em um lugar em que esta é uma atividade normal nada ocorrerá em relação à estas reações, a não ser quê você vá correr com uma anilha de 10 quilos nos braços. Pois vemos com estas colocações que o ser humano têm uma tendência de homogeneização de atividades. É condizente no pensamento da sociedade que nos cerca que eu vá somente fazer tudo aquilo que está dentro da normalidade, mas que é esta normalidade senão uma série de preceitos que foram criados pela própria sociedade, esta homogeneização cria um estado de estagnação já que a criação é fator precursor de inovações e desenvolvimento. A velocidade de desenvolvimento cultural poderia ser muito maior se o antro dos preceitos ou pré conceitos do ser humano não fosse tão grande quanto é. O nexo deste pensamento está em ver como um corredor é estagnado à uma atividade que foi desenvolvida pela sociedade que o cerca, motivo este que faz com que achemos estranhos os costumes de outras sociedades. Chegamos à conclusão de que não existe a normalidade.
Vemos o quanto este corredor têm sentimentos de integração com a comunidade que o cerca, e ele, por sua vez faz questão de demonstrar seus pensamentos em relação à isso, comparando os costumes de sua sociedade de origem com a que se insere, destacando o exemplo do garoto e os comentários relativos aos turistas. É somente entrando em contato com habitante de um lugar que realmente conhece-se uma cultura distinta. Há varias maneiras de conversar com uma pessoa, a primeira é levando os seus próprios preceitos como base, a Segunda é esquecendo-se disto, de certa forma limpando sua mente e tomar atitudes contundentes, correr é uma atitude contundente, que expressa-se sem palavras.
Não difícil encontrar atitudes escrachadas e mal intencionadas em relação àqueles que assistem ao corredor, pois isto é falta de consideração pelo mesmo, creio que nas pessoas simples haja uma atitude maior de respeito, enquanto outras pessoas já querem escrachar e fazer picuinha do corredor, muito ignorante estes, à vezes creio ser estas reações devida à inveja, já que não são capazes o não se vêem capazes de tal decidem injuriar ao corredor. Como dizia eu, me assemelha que as pessoas simples são muito respeitadoras, parecem notar o esforço que está sendo despendido, pois no geral estas mesmas pessoas despendem grandes esforços diariamente, fazendo esta relação entre pessoas simples e atletas veríamos que há uma cumplicidade dos esforços físicos e mentais que tanto um tipo quanto outro de pessoa fazem. Uma analogia bastante condizente, já que a união faz a força, pois quê é a corrida senão uma busca de forças físicas e psicológicas, e quê é a união senão o sentimento de sociedade. Pois por isso sente-se o corredor de certa maneira sócio daquela comunidade, ou o que diz ser membro.

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