tag:blogger.com,1999:blog-26798531501005877572024-03-08T07:16:08.208-08:00A corrida e suas nuançesCorrida e filosofia
Pompeo Boninihttp://www.blogger.com/profile/17128125913209150593noreply@blogger.comBlogger47125tag:blogger.com,1999:blog-2679853150100587757.post-14249804418309771372009-07-22T16:53:00.001-07:002014-09-02T16:42:54.228-07:00Palavras do autor<div style="text-align: center;">
<strong><span style="font-size: large;">Observações preliminares:</span></strong></div>
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O maratonista vê e mesmo sentindo as dificuldades ( sentindo ) consegue ultrapassar aquilo que supunha ser um limite ( o limite da velocidade, da distancia, da dor, da exaustão, do sol, o limite do que os outros dizem a ele, o limite às vezes que ele mesmo se colocava ) colocava... não coloca mais é assim que ele supera... mas a diferença entre o coloca e o colocava é grande, e para haver esta mudança entre os dois ele deve ter um lapso de criatividade, um insight emocional talvez possa provocar esta mudança, e este lapso ou insight provém de quê? ( dele mesmo? ).<br />
Não certamente quando um ser humano utiliza todas as suas capacidades sejam cognitivas ou físicas fica mais fácil abrir para o emocional e abrindo para o emocional ele têm acesso ao campos mórficos ou campo " akáshico" onde o inconsciente coletivo flui.<br />
Daí é o lugar que ele extrai a ideia da realidade mais real e verdadeira de que a única coisa que existe na verdade é a mente ( como diz a física quântica ) então o corpo apenas acompanha os padrões vibratórios pelos quais andam a mente, é como se fosse um jogo pois na medida que o exercício corporal aumenta a vivacidade mental aumentando os padrões e melhorando a vibração a mente por sua vez também aumenta o movimento corporal. Funciona de maneira cíclica e só cai quem deixa o ciclo parar em uma das duas polaridades sem equilibrar com a outra.<br />
Seja você filósofo, maratonista ou místico acredite que este livro, dentro de sua complexidade nos auxiliará no entendimento dos detalhes mais incríveis da arte de correr! escrever o livro " O correr e suas nuances" foi como correr uma maratona: passei por momentos de criatividade frenética e efusiva e tentei com meu corpo acompanhar a velocidade em que fluía minha mente: pois perante a dialética das idéias o corpo deve subsistir superando horas e horas à fio durante muitas noites... Ora estas... A medalha será seu comentário e suas observações ao fim de cada capítulo! Será absolutamente enriquecedor! ( Pompeo )<br />
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PALAVRAS DO AUTOR:<br />
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Mesmo que seja com somente uma página...<br />
Não queira tocar alaúde ou harpa.<br />
Trocadilhos inintendíveis não foram feitos para entender.<br />
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No intuito de expandir o conhecimento geral acerca da corrida e suas nuanças quis fazer um livro, tenho vontade de refletir sobre a corrida, e esta vontade é o motor que me faz escrever e pensar. O mundo de hoje está cheio de pessoas que somente se preocupam com as situações corriqueiras do dia a dia, e assim sendo não param para pensar mais profundamente nos assuntos que dizem respeito a si mesmas.<br />
A grande massa de pessoas não tem uma opinião reflexiva formada, ou mesmo suas opiniões são cópias das dos outros, justamente por não usarem suas capacidades racionais corretamente como, por exemplo, quando alguém assiste os noticiários televisivos simplesmente por assistir, e quando muito comentam algo sobre algumas reportagens, quando na verdade deveriam perguntar: Por quê? Como? Como poderia ser mudada esta situação? Pode ser mudada? O quê é isso? Entre estas muitas outras perguntas podem e devem ser formuladas, das próprias perguntas surgem algumas conclusões interessantes, e destas conclusões o assunto é abordado muito mais profundamente que parece.<br />
A banalização dos assuntos mais importantes para a vida de alguém é a grande inimiga da capacidade racional do ser humano. É o que ocorre na mídia em geral, pois as pessoas são bombardeadas com uma grande variedade de assuntos, principalmente informações. Isso por si só não faz com que a pessoa se torne capaz de refletir sobre tudo o que assiste e vê. Podemos passar isso para a vida real: há uma grande necessidade de refletir-se sobre aquilo que estamos fazendo, pois ao contrário disso vamos fazer as coisas com uma grande mecanização, deixando assim de ter plena consciência do que fazemos.<br />
Se você é corredor ou não eu não sei. Talvez a importância deste livro não seja induzir as pessoas a começarem a correr, mas sim a refletir. Refletir sobre a vida e sobre a corrida. Meu nome é Pompeo Marques Bonini e sempre morei na cidade de São Paulo, uma cidade considerada um verdadeiro pólo industrial, cultural e comercial. No momento estou fazendo faculdade de Educação Física na universidade UNISA (Universidade Santo Amaro), 2o ano. Gosto muito de escrever, a pesar de não ter conhecimentos técnicos específicos a respeito desta nobre arte. Gostaria que os meus leitores tentassem extrair algo de útil deste livro, pois como todos os livros sabemos que nem tudo é bom, pois o ser humano mesmo estando em sua plenitude não chega à sublime perfeição, assim sendo, se destes escritos alguém se sentir bem mesmo que seja com somente uma página, eu me sentirei realizado.<br />
Quero também dizer aqui que meus planos não se limitam tão somente a escrever um livro. Há idéias de fazer-se reuniões periódicas de senso democrático, reuniões estas que visam o aprimoramento do conhecimento a cerca da corrida e respectivamente da vida em seus mais diversos aspectos, que como não pode deixar de ser estão intrinsecamente ligados. Pois nestas reuniões estariam inseridas diversas áreas de assuntos como: Psicologia, Filosofia, Corrida. Quero ressaltar que a importância reflexiva das pessoas pode ser um motor para as suas próprias consciências. Os assuntos debatidos seriam inseridos neste livro como fonte de estudo para corredores e técnicos interessados.<br />
O labor a ser realizado é portanto bastante plausível, contribuirá para o enriquecimento no âmbito esportivo, já que, nesta área está tão frágil e fraco o conhecimento. Às vezes, com muita razão, chego a pensar que as pessoas ligadas ao esporte somente preocupam-se com aspectos práticos, e por isso, veementemente profissionais das diversas áreas chamam o professor de Educação Física de “burro”, ou mesmo que este possui um intelecto baixo e não sabe fazer outra coisa senão gritar e ficar pulando. Não contrario este conceito, pois eu mesmo já vi muitas coisas incorretas neste aspecto. É lógico que não devemos generalizar esta idéia, o correto é mudar isso, e perguntarmos: O quê fazer para mudar isso? Este livro está então relacionado a essa vertente. Engrandecendo o esporte de uma forma saudável para o corpo e principalmente como não poderia deixar de ser: para a mente.<br />
É possível viver sem discutir os problemas do mundo, mas, estaríamos perdendo em muito para a nossa realização se assim for. Devemos viver sempre perguntando e querendo aprender coisas novas. Se eu acabei de aprender algo, logo devo querer duvidar disso, e através destas imperiosas dúvidas chegar a conclusões que extrapolam os limites do simples.<br />
Interessante é notar que nisto tudo eu quero dizer que há uma grande porção da população que vive sem viver, ou seja: não conseguem ter discernimento próprio a respeito das coisas. Uma opinião construtiva é algo que muito ajuda, e, uma crítica às vezes nada mais é que uma aproximação da realidade.<br />
Além disso, há um outro fato de que estamos muito acostumados com as coisas práticas da vida e não existe tempo algum em nossas agendas para refletir sobre determinado assunto. Devemos trabalhar e logo sobreviver, por isso o “mundo das idéias” passa a não existir em nossas vidas. Fato que infelizmente ocorre com a maioria da população independente de status, sexo, idade ou condição social. Querendo fazer uma análise um pouco mais profunda acerca da corrida está proposto este livro que será respectivamente dividido em diversos assuntos, cada qual com seu assunto específico, quero ainda deixar claro que quanto mais aprofundados forem nossos estudos maior será o aproveitamento de nossa jornada. Não quero escrever sobre coisas insignificantes, algumas pessoas sabem que na sociedade em que vivemos hoje a maioria das coisas são de cunho passageiro e mesquinho, que somente servem para o mais puro entretenimento passageiro. Totalmente oposto às idéias, pensamentos e conhecimentos que são postergadas para a humanidade através de grandes sábios. Poderíamos aqui nestas linhas citar inúmeros livros considerados clássicos da humanidade, mas as pessoas, em sua constância, preferem perder seus tempos em fatos e ações mecanizadas, que em nada acrescerão às suas capacidades críticas.<br />
Nobremente me disponho a esclarecer e junto aprender com vocês leitores, pois o conhecimento nada é senão um pedaço de uma grande trajetória a ser trilhada, que sempre se transforma. Minha luta será a sua, não necessariamente minhas opiniões serão as mesmas que as de outrem, mas reluto por descobrir a causa das causas juntamente contigo. Ninguém é mestre até que diga que seus conhecimentos servem para abrir novos caminhos, e que eles nunca serão uma verdade definitiva, e são voláteis como é um mar de mel, senão leves como o ar, e que de um momento para o outro podem de uma brisa virar um verdadeiro vendaval.<br />
Há algum tempo atrás escrevi um livro sobre corrida e maratona intitulado “Vamos pensar e correr”, neste livro abordei sobre a corrida de uma forma muito abrangente, retratando aspectos bastante divergentes entre si. Levei um exemplar ao professor de Filosofia Ari, que leu e me passou sua opinião sobre o livro: disse que o livro a pesar de original não tinha uma “coluna vertebral”, ou seja, as idéias a pesar de boas não eram fluentes. Espero que com isso eu aprenda um pouco, sendo para min uma provocação a mais a escrever outro livro, existem outras provocações é claro, que com grande honra no decorrer destes apontamentos esclarecerei aos leitores.<br />
Falei que serão de cunho bastante sério estes estudos que aqui se retratarão, dizendo algo sobre as coisas passageiras e ínfimas da vida, não quero ser com isso ser considerado pelos críticos um autor taciturno, mas sim dar a devida importância ao que é importante na vida, que é respectivamente tudo aquilo que acrescenta e valoriza a mais refinada aura dos sentimentos e verdades humanas. Fazer rir de um modo agradável à inteligência é diferente de extrapolar os limites do respeito aos outros, pois de livros e meios de comunicação espalhafatosos o mundo está cheio, não sendo necessário mais um, com isso quero dizer que não será este um livro alquebrado em sua própria discrepância, mas que suas próprias idéias provoquem os risos da razão. É possível viajar através de todos os estudos e não deixar para traz a agradável surpresa de que são formados os livros. Por ser um assunto que às vezes virá a ser maçante, há de deixar espaços ao descanso mental retratando, por exemplo, contos alternadamente no decorrer da descrição.<br />
Tanto me prolonguei nesta introdução que devo a vossa excelência me desculpar com as mais laboriosas escusas, assim sendo, passemos ao próximo assunto com vigor. Cada introdução prolongada de um livro é uma verdadeira problematização, já que enquanto eu escritor quero escrever, você leitor quer acabar logo a introdução para logo passar ao verdadeiro e tátil conteúdo. Não vamos então mais jogar com a tua curiosidade, pois como todos sabem “se curiosidade matasse vossa mercê já estaria há muito tocando alaúde não se sabe onde...”.Pompeo Boninihttp://www.blogger.com/profile/17128125913209150593noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2679853150100587757.post-6659971442909140202009-07-22T16:51:00.002-07:002009-07-22T16:53:02.873-07:00ApresentaçãoAPRESENTAÇÃO:<br /> Quinta-feira, 1 de Novembro de 2001<br /><br /> Meu nome é Pompeo Marques Bonini, tenho 22 anos, já escrevi outro livro intitulado “Vamos pensar e correr”, com o objetivo de continuar a dissertar sobre a corrida está este outro livro: “A corrida e suas nuanças”. Deste livro, se o leitor aproveitar 10% para sua própria pessoa estarei esplendidamente satisfeito, pois o ser humano nunca chega à perfeição, mas almeja, é no entanto na simplicidade que estão os feitos mais bonitos e importantes de nossas vidas.<br /> Como já dito no livro anterior, o corredor de longas distâncias é um filósofo e pensador ao mesmo tempo, pois do fato de treinar sozinho muitas vezes é ele levado a pensar em coisas que por exemplo um jogador de futebol não irá a pensar, ou seja: em aspectos mais complexos da vida. Não quero que este pareça um livro de auto-ajuda, ou mesmo um livro que queira convencer as pessoas a correr, mas sim um desenvolvimento de idéias que tenham um embasamento racional.<br /> Antes de tudo quero que os leitores fiquem cientes de que quando começo a falar sobre um determinado assunto, na maioria dos casos termino falando sobre um assunto completamente diferente, isso é uma característica que pode ser positiva por um lado, porém por outra perspectiva não é bom.<br /> Na questão do movimento físico ou motricidade temos muitas questões a dissertar, inclusive questões filosóficas. Estas são interessantes pois nos mostram um lado do esporte que muitas pessoas desconhecem... Quê lado será este? Como serão abordadas estas questões? Leia e procure você mesmo refletir sobre os assuntos abordados neste livro.<br /> Dentre muitas capacidades do ser humano o movimento é uma delas, e dentre os diversos tipos de movimento a corrida é um dos tipos, se estou correndo estou em movimento, portanto o deslocamento é uma das características da corrida, logo, nosso assunto é voltado para a corrida de longa distância, e a noção de longa distância vem fazer parte das características destes tipos de pessoas. <br /> Pois então sabemos que o corredor é um atleta com características diferenciadas, vejam bem caros leitores: fui outro dia assistir um jogo de basquete com o intuito de fazer um relatório para a faculdade, basquete é um esporte que valorizo e vejo que também possui características bastante interessantes a pesar de seres diferentes das da corrida. Em uma conversa com alguns colegas na local um deles me chamou de retardado, por haver ficado sabendo através de terceiros que eu executara um treinamento de 10Km de natação e 30 Km de corrida. Não quero ser uma pessoa tosca, ou mesmo arrogante, mas neste caso minha resposta foi: - Caso você não saiba estes são os chamados treinamentos longos; Esta resposta foi de forma bastante ríspida, mas não num tom ofensivo, e sim num tom explicativo.<br /> Há pessoas que não gostam de praticar esportes solitários, mas outras sim. Alguns gostam de testar os limites, outros não vêem prazer nisso. Partimos aqui do conceito de que um objeto pode ser visto de diversos ângulos. Prosseguindo neste pensamento vemos que cada esporte pode ser visto de varias formas.<br /> Vejo que no basquete, e em geral nos esportes de quadra ou campo que possuem platéia, são esportes mais violentos, um simples exemplo é o dos torcedores que parecendo hipnotizados por uma violência, ficam inflamados dizendo palavras ríspidas e nada fidalgas aos árbitros e aos jogadores da outra equipe. Nada correto já que o principal objetivo deveria ser a confraternização entre todos os presentes.<br /> Já em esportes individuais ocorre uma ajuda mútua entre os atletas e a torcida, é lógico que existem exceções, porém estamos analisando o geral.<br /> Não queira pensar, caro leitor, que este trata-se de um livro simples como são todos os outros, é este um livro de cara e coração, que abordará temas que talvez jamais na face da terra nenhum outro corredor tenha conseguido pensar, não quero ser pretensioso demais quando digo isto, os críticos certamente crerão que estas folhas ou tratam-se de uma espalhafatosa piada ou entenderão que esta trata-se de uma obra dotada da mais pura genialidade e discernimento. Pois então creia você também que no mínimo esta obra lhe proporcionará momentos de mais pura filosofia, incluindo 20% de perguntas inteligentes e sábias aos 79% de perguntas escrachadas e inóspitas, dirão a min que falta 1%, pois eu lhes responderei que este 1% consiste nas respostas, pois o filósofo mais sábio é certamente aquele que sabe fazer as perguntas certas para que cada um encontre dentro do possível, de suas capacidades as respostas que julga serem as corretas.<br /> Se os senhores acham que este é um guia de corredores estão muito enganados, este seria por assim dizer uma fantasiosa reflexão acerca da vida e da corrida, pois que adianta falar tão somente da corrida já que esta está sendo influenciada pela vida, e vice versa? <br /> Coexistem e vivem neste livro diversos tipos de linguagens, todos ao mesmo tempo tentando favorecer e contradizer o ato de correr, não há motivos para explicar que o bem e o mal em tudo estão inseridos, e, por assim dizer na própria corrida. De forma conveniente aqui se encontrarão poemas, descrições vividas, contos imaginários e finalmente as mais belas e estratosféricas reflexões. Leia o que tiver coragem, deleite-se, é com grande honra que este livro recebe este leitor que, julgo eu, lera esta introdução. São com pomposas saudações que recebemos também àqueles curiosos que logo que põem a mão num livro já se atiram desenfreadamente às últimas páginas para ver se há algo de extraordinário ou então procurando um marcador perdido...<br />A corrida é uma forma de viver<br />Outra consciência se expande<br />Isso me leva a crer<br />Que tudo faz com que ande<br />Na harmonia que gosto de ver<br /> São estes versos bastante apreciáveis, quero dizer aqui que este é um livro de certa forma diferente, será devidamente dividido em diversas partes e estas são respectivamente diferentes entre si, pois do contrário não seriam partes, e sim um todo. Entendido isto as partes serão as seguintes:<br />A) Dissertações e pensamentos filosóficos.<br />B) Descrições<br />C) Poemas diversos<br />D) Frases importantes<br />E) Fotos alusivas<br />F) Desenhos enfáticos<br /> De modo que assim o leitor terá a possibilidade de trilhar caminhos tão diversos, que poderá até quedar-se extasiado com tamanha desenvoltura do autor, do contrário certamente haverá uma discrepância entre autor e leitor. O que quero explicar nestas linhas é que realmente este livro não será tão enfadonho como são os poucos livros já publicados sobre corrida, é um livro muito mais interessante, em que se encontram coisas que jamais ninguém poderia imaginar que fosse possível encontrar em um livro sobre corrida. A filosofia é por si só, um assunto que muito escapa à dissertação dos profissionais de Educação Física, eu mesmo, vejo que muito falta neste aspecto. Me baseio nestas afirmações de forma bastante devida, pois estando em íntimo contato com estudantes e professores de Educação Física vejo que muito falta na área de conhecimentos Filosóficos e Sociais. Isso é bastante mal, já que muitos acham que os Professores desta área Só sabem ficar gritando e pulando como retardados, contrariando esta tese que muitas vezes é considerada verdadeira apresento-me como Pompeo e digo que muito há de se dissertar no ramo da Filosofia, que esteja relacionada com o esporte.<br /> Sabemos e acabamos de ver que os profissionais desta área somente se preocupam com aspectos práticos tais como fisiologia do esporte e nível de desempenho, além do aspecto mercadológico de saber quais são os melhores procedimentos para se reter um aluno na aula, transformando a aula num verdadeiro marketing, esquecendo ou deixando de lado os valores verdadeiros esportivos, de alegria verdadeira e superação pela verdade, e, principalmente os valores que nem se quer descobrimos, e que são objetivo dos estudos inseridos neste trabalho.<br /> Tanto é verdade isto que estou lhes dizendo que vemos que uma das áreas de maior desenvolvimento no esporte brasileiro é a psicologia do esperte, área que encontra-se em ascensão por ser pouco estudada.<br /> O trabalho a que nos propomos a fazer aqui é de cunho bastante sério, a pesar de haver momentos da mais pura descontração mental. Pois para toda a aprendizagem produtiva deve haver pausas e momentos fortes e fracos, intercalados entre si. Momentos seriosos e outros de breve comicidade. <br /> Julgo necessário aclarar ao leitor bondoso de que todas as partes desta obra são de minha autêntica autoria, não constando quaisquer tipos de cópias, transcrições ou citações que não sejam por min compostas. Sendo esta uma das características do livro, pois assim envolvendo o assunto de forma original. Tento não me deixar influenciar por idéias recebidas de outras fontes, pois as fontes de pensamentos mais fantásticas e maravilhosas, dignas de transcrição acredito que sejam nossos próprios pensamentos. Tendo dito isto está tirado um peso de minha consciência, este que dizia que de forma educada ou não, de forma autoritária ou mesmo mórbida eu deixaria bem clara esta mensagem no livro, e, se algum leitor ainda tiver dúvidas do que está dito neste parágrafo haverão grandes desavenças entre leitor e escritor.<br /> Iremos agora explicar brevemente a significação de cada parte que constitui este livro:<br /><br />A = Em relação às dissertações e aos pensamentos filosóficos.<br /> Digamos que a principal parte deste livro é constituída justo das dissertações e dos pensamentos filosóficos, contrariando em muito a mesmice de outros livros sobre corrida, que somente dissertam sobre aspectos práticos da arte de correr. Intentando uma verdadeira façanha propomos neste trabalho, um aprofundamento bastante diferente, que por isso será de interesse de pessoas pouco mais cultas. Pois isto de que falo é justamente um desafio à você leitor. Não faço quaisquer distinção entre as pessoas, pois sou ciente de que existe grande diferença entre inteligência e sabedoria, talvez tenha me expressado erradamente quando coloquei o termo: “pouco mais cultas”, para entender o livro da maneira como eu, como autor, pretendo transmiti-lo deve-se lê-lo acima de tudo com sabedoria, é bastante plausível em alguns momentos parar para refletir sobre alguns assuntos. Pois o saio é aquele que entende e interpreta o conhecimento, utilizando-o de maneira correta ( sábia por assim dizer ).<br /> Evidentemente estes pensamentos e dissertações são provenientes das descrições, e de suas próprias propagações, ou seja: idéias que criam novas idéias. O importante é percebermos o quão importante são estes pensamentos, pois não tratam-se de idéias apenas abstratas, que ficam somente restritas à teoria, mas pensamentos de profundo alcance, ajudando aquele que lê num contexto bastante abrangente.<br />B = Em relação às descrições.<br /> Com toda a veemência vos direi que as descrições não necessariamente serão alusivas tão somente à corrida, como também à natação, chegando até em escassas entretanto virtuosas retratações decorrer algo sobre ciclismo, é bastante justo este tipo de esclarecimento, já que o intuito principal das descrições é acrescentar conhecimentos acerca de motivos psicológicos e filosóficos da motricidade humana, assim sendo, o fato de o esporte a ser comentado ser a natação não muda a essência de nossos expansivos comentários, o leitor insatisfeito com este fato, seguramente deve estar dizendo a si mesmo que tal como é o livro assim deveria ser seu título, querendo mudá-lo talvez para: “As nuanças da corrida, ciclismo e natação” ou então num procedimento mais redundante: “As nuanças do triatlon.”, mas eu como autor julguei desnecessário fazer esta mudança, talvez por um motivo maior do que é a própria compreensão do autor, julgo assim, à minha própria responsabilidade nomear o livro com tal sorte de título. Peço também humildemente a compreensão dos leitores insatisfeitos neste aspecto, já que o titulo acabara por ser este que é. Aos leitores indiferentes para com o título está a própria obra.<br /> As descrições constituem parte bastante importante do livro, pois é a partir delas que teremos material para apreciação e estudo, estão projetadas no decorrer do livro, especificadamente dentro dos diversos capítulos ( ao contrário dos contos ).É evidente que delas extrairemos sulcos bastante proveitosos, são na verdade situações reais pelas quais passei e vivenciei nos mais diferentes tipos de treino no decorrer de cinco ou seis anos desde que comecei a dedicar de maneira pouco mais séria à corrida. Esclareço ainda aqui, para uma maior clareza que as descrições estão diferenciadas pelo tipo de letra, sempre em: Itálico.<br />C = Em relação aos poemas.<br /> Os poemas têm a capacidade de expandir pensamentos, idéias ou sentimentos que dificilmente seriam explicados pelas palavras tais como são construídas em suas constituição convencional, poemas são falanges de sentimentos incrustados na alma, são mais que explanações e divagares racionais, frios e intelectivos. Não sou por certo qualquer poeta formado na parte mais técnica da construção de poemas, por isto, infelizmente, não há quaisquer embasamento de cunho técnico para a produção destes que corajosamente resolvi nomear poemas. Assim me vejo na obrigação de exprimir com antecedência que o leitor têm plena liberdade de julgar alguns poemas pouco enfadonhos e outros pouco exaustivos, mas nunca sem sentido, já que procurei em muitos buscar a essência do assunto discorrido. Aos mais interessados deixo o recado de que tratam-se de sentimentos transcritos na forma de palavras, assimilados portanto não somente com a ração como também com o coração. Um capítulo inteiro foi dedicado à poesia: 34 – Espargir de novas idéias. E, se por um acaso o senhor/a quiserem leiam este capítulo sem ordem ou regras, afinal: vontades provindas de sentimentos não cabem na ordem! Mas aviso já com antecedência, para que não venham com reclamações: A pesar de que no livro co-existem diversos recursos de expressão ( contos / Poemas /Explanações ) há um desenvolvimento específico de idéias do inicio ao fim do livro. Sim: uma ordem, um progresso de idéias, uma expansão de pensamentos. Os contos do inicio do livro são em suas essências diferentes dos contos finais. Assim se passa com a parte filosófica e até com os poemas, por isto o mais legal é seguir a ordem para entender de maneira expressiva o contexto geral. Ok?<br />D = Em relação às frases importantes.<br /> Subscrito aos títulos principais dos capítulos haverão as ditas frases importantes, e estas estão situadas de forma a dizerem algo em relação ao capítulo, se são realmente ou não importante isto deixo a critério do leitor, vemos que não são impositivamente importante, estando maleáveis a mudarem de nomeação, podendo ser ditas como “frases não tão importantes”, ou em caso tristeza: “frases não importantes”, em última instância as chamaríamos de: “frases sem crivo racional”, o que eu particularmente, como pai destas vejo caso totalmente desnecessário. Que não venham vocês leitores a pensar que as últimas palavras proferidas tenham sido distorcidas por um afeto parentesco, mas sim através de julgamento cabível. Tive sincera motivação para querer colocar muitas outras frases contidas no livro neste modelo de negrito, inclusive algumas inseridas nos contos, no entanto deixarei este trabalho designado à sensibilidade e percepção do leitor, que pode refletir e concatenar sobre elas, pois demonstram de maneira bastante compacta alguns pensamentos bastante largos, abrangente senão em alguns casos maleáveis.<br /> <br />F = Em relação às fotos alusivas.<br /> Para facilitar o entendimento do conteúdo dispomos dos recursos visuais, tanto para ilustrar idéias como pensamentos, espero nesta parte não frustrar os leitores por uma possível escassez de imagens, com a presteza necessária peço condolentes escusas caso haja por certo a falta de fotos e mais fotos, o que é sempre bem vindo, e que diga Jan Amos Comênio, o gênio dos recursos educativos ilustrativos para crianças. Lembro entretanto que não se trata este de um livro exclusivo de imagens mas sim de pensamento, julga-se por motivos de conveniência que as imagens, tais como os desenhos têm a função de auxiliares. Constata-se também que as chances percentuais de que o leitor seja uma criança ( não há demérito nisto meus amigos, muito pelo contrário, pois se assim for será uma das poucas interessadas por livros sem botões, luzes ou barulho. ) é por certo abaixo de 5%, é fato que esta percentagem pode aumentar se considerarmos que as crianças podem ocasionalmente brincar de jogar livros ao alto ou montar castelos ou seja lá mais o que imaginarem. As fotos portanto estão para ajudar, sendo que o recurso mais fantástico de interpretação da realidade quando emitidos por sinais abstratos ( as palavras ) são respectivamente a imaginação!<br />G = Em relação aos desenhos enfáticos.<br /> Conseguindo de certa forma trazer graça ao livro estão os desenhos enfáticos, retratando diversas situações. Os desenhos são demonstrações de sentimentos humanos, ou mesmo qualquer curiosidade interessante, é fácil notar que o desenhos mais que a literatura se aproxima da arte, mas em nosso caso particular decidiu-se unir um pouco dos dois para que você leitor fique mais satisfeito ainda, mesmo que para isto tenhamos que sobrepujar as capacidades artísticas mais inusitadas possíveis, é claro que somente são auxiliares, que podem trazer hilárias gargalhadas. ( - Não me perguntem quem é ou onde está o desenhista, por favor não insistam nesta questão. Sequer sei como ousou desenhar neste livro... )Pompeo Boninihttp://www.blogger.com/profile/17128125913209150593noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2679853150100587757.post-53561973522930623452009-07-22T16:51:00.001-07:002009-07-22T16:51:54.932-07:00PreâmbuloPREÂMBULO:<br /> Amigos das mais variadas origens, dinastias e crenças: Boas vindas ao livro que vos apresento com toda pompa possível nas mãos. É tamanha a variedade de idéias que existem no mundo que com veemente evidencia se encontra impossível colocá-las num só exemplar. É viável, e agradável pensar isto, pois do contrário estaríamos perdidos num mundo sem idéias ou pensamentos, dependentes única e exclusivamente da sorte, pois as idéias são bases para uma atuação consolidada e útil. Não há a menor hipótese de aproveitar-se um livro que possua em seu conteúdo idéias ruins, como contrário encontramos grande utilidade em dispor de nosso laborioso tempo a ler um exemplar de bons conhecimentos. Porem quê é em real um conhecimento bom? É o conhecimento matemático melhor que o filosófico? Não podemos comparar maneiras distintas de conhecimento, mas sim dentro de cada área o grau de profundidade que se consegue atingir. Espero que neste compacto compêndio o leitor possa encontrar o justo nível de pensamento que procurava, que algo de pouco valoroso que seja esteja incrustado nestas páginas, de modo que possa vir a acrescentar algo de útil.<br /> Ler é por certo uma atividade dentre muitas outras, ler sobre a vida é viver, já que desta leitura se extrai experiências de vida, algo que já foi vivido, que pode perfeitamente ser descrito e discutido. Quem somente vive e não busca de alguma maneira discutir sobre o que se vive muito perde em valores e conceitos daquilo que se faz. A corrida é uma atividade na qual estão inseridos uma infinidade aspectos que procurei abordar de maneira bastante diversa. Apresento-vos o livro de corrida mais inusitado de que se têm conhecimento. <br /> Venha percrustar as inauditas sendas do conhecimento! Trilhar sendas obscuras e virgens: da arte à razão, da palavra ao silêncio, do concreto ao abstrato, da corrida à metafísica, da opaca letargia ao esclarecimento, do materialismo mitocondrial às margens do transcendente misticismo. Talvez seja esta a mais difícil corrida que possamos fazer... à caminho da realidade.<br /> Devaneios do espírito, a essência das coisas, filosofia: eterno vagar na ilusão da vida, contínuo sonhar e acordar, auto-contrariedade, dilema inacabável do pensar, contrasenso, antagonismo e loucura. Vida! <br /><br />Sed bem vinda Metafísica<br />Corrida às origens da essência<br />Ponto nevrálgico, raiz<br />O cerne das questões<br />Início dos caminhos<br />O que levou a neles estarmos<br />Alicerces da vida<br />Destruição do abominável sonho<br />Das belas ilusões<br />Das realidades alucinadas<br />Vôo ou queda?<br />Precipícios ou céus?<br />Não se sabe, mas sim que...<br />São desconhecidos!Pompeo Boninihttp://www.blogger.com/profile/17128125913209150593noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2679853150100587757.post-22576333120995951872009-07-22T16:50:00.000-07:002009-07-22T16:51:14.484-07:00Breve introducción en castellanoA corrida é algo que mostra o poder mental e físico.<br /><br />Breve introducción en castellano: Este libro lo escribi pensando en lo que podría ser añadido a los pensamentos sobre la carrera de longa distancia. Asi, esta hecho de una manera que a muchos les gustarán, dije a muchos y no a todos justo porque creo que nadie escribe un libro que sea del placer de todas las personas. Por tratar-se de una mescla de disertaciones sobre sentimientos y histórias fantasticas creo que está muy bién equilibrado, claro que no es posible validar un elogio del próprio autor, así quiero que consideren este no como un elogio pero una colocación interesante y curiosa. <br /> La maratona aún que sea una carrera muy difícil tiene en su magia especial, así que está puesto una série de capitulos sobre toda esta magia, deje-se lector quedar-se hechizado por los caminos diferentes y hasta contradictórios de la filosofia, aún que todavia no hay una solúción perfecta hay al menos el resvalar le la raiz del árbol que es la filosofia. Vamos conmigo hallar quales son los más apreciables o mismo antagonistas pensamentos acerca de la carrera de endurance en el libro que se presenta delante de los ojos. Quiero, con mucho gusto, que el lector sepa que el libro ese tiene un contexto abrangente, de modo que ayude acaso en la formación de nuevas idéas acerca del tema propuesto, una exclusiva inportancia en la formación integral del ser humano encuánto todas sus capacidades, posibilidades i recursos.Pompeo Boninihttp://www.blogger.com/profile/17128125913209150593noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2679853150100587757.post-84189943103967186002009-07-22T16:49:00.000-07:002009-07-22T16:50:09.331-07:00Direitos autoraisÉ Estritamente proibida a cópia parcial ou total deste trabalho sem a autorização prévia do autor. Sendo o infrator sujeito às leis jurídicas que regem tudo aquilo a que é patenteado ou documentado de forma justa.Pompeo Boninihttp://www.blogger.com/profile/17128125913209150593noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2679853150100587757.post-15675504076828151092009-07-22T16:48:00.000-07:002009-07-22T16:49:35.704-07:00Índice GeralÍNDICE GERAL<br />Breve introducción en castellano.<br />Preâmbulo.<br />Apresentação. _____________________________________________Pág. 03<br />Tópicos:<br />A = Em relação às dissertações e aos pensamentos filosóficos.<br />B = Em relação às descrições.<br />C = Em relação aos poemas.<br />D = Em relação às frases importantes.<br />E = Em relação aos contos fantásticos.<br />F = Em relação às fotos alusivas.<br />G = Em relação aos desenhos enfáticos.<br />Palavras do autor. <br />Capítulo 1= O esforço do corredor. <br />Capítulo 2= Correr, trabalhar e estudar. _______________________ Pág. 11<br />Tópicos:<br />A = Benefícios táteis.<br />B = Benefícios refinados. <br />Capítulo 3= O treinamento perfeito. _______________________________ Pág. 12<br />Tópicos:<br />A = Treino de grande alegria.<br />B = Treino de superação física.<br />Capítulo 4= Nervosismo antecedente às competições. _______ Pág. 14<br />Tópicos:<br />A = Nível de concentração.<br />B = Execução técnica.<br />C = Execução estratégica.<br />D = Indiferença para com os adversários.<br />Capítulo 5= O desgosto da lesão. _______________________________ Pág. 16<br />Tópicos:<br />A = Lesões propriamente ditas.<br />B = Fatos irrisórios, dignos de comicidade.<br />Capítulo 6= O grande problema do dia a dia. ________________ Pág. 17<br />Capítulo 7= Os sonhos tão almejados. _____________________________Pág. 18<br />Tópicos:<br />A = Mistério e desconhecido.<br />Capítulo 8= A corrida e sua graça. _____________________________ Pág. 20<br />Tópicos:<br />A = As paisagens.<br />B = Sentimentos ideológicos.<br />C = Sentidos físicos.<br />D = Necessidades fisiológicas.<br />Capítulo 9 = A harmonia do caos. ______________________ Pág. 26<br />Tópicos:<br />A = Nível de consciência.<br />B = Nível de treinamento.<br />Capítulo 10 = A ciência e a cultura. ____________________________ Pág. 30<br />Tópicos:<br />A - Divagares sobre: Arte / Cultura refinada / Humanização / Sonhos<br />Capítulo 11 = Corpo e mente. ___________________________ Pág. 31<br />Tópicos:<br />A = Níveis de concentração e sentido de unificação entre corpo e meio.<br />B = Influência da imaginação durante um treino longo.<br />C = Ajuda mútua psicológica.<br />D = Treino solitário e fraqueza da vontade.<br />Capítulo 12 = Poder mental. _____________________________________ Pág. 36<br />Tópicos:<br />A = Sensação de poder perante as outras pessoas<br />B = Autoconfiança / Vontade<br />Capítulo 13 = Amplitude da contemplação. __________________________Pág. 43<br />Tópicos:<br />A = Paisagens citadinas e breve relato dum sentimento possesivo.<br />B = Paisagem natural num contexto abrangente.<br />Capítulo 14 = Sentimento de posse de um local. _______________ Pág. 46<br />Capítulo 15 = Lugares diferentes. ___________________ Pág. 47<br />Capítulo 16 = Bom humor. ______________________________ Pág. 48<br />Tópicos:<br />A = Humor agradável e pacífico.<br />B = Humor relativamente afoito.<br />C = Humor com lapsos de exagero.<br />D = Humor de enleio forçoso.<br />E = Humor que extrapola os limítes do bom senso.<br />Capítulo 17 = Qual será o assunto? _________________________ Pág. 54<br /><br />Capítulo 18 = Corrida e desligamento do mundo. ___________________ Pág. 56<br />Capítulo 19 = Treino em equipe. _____________________________ Pág. 58 <br />Tópico:<br />A = Considerações à memória, lembrança e abstração de vínculos sociais. <br />B – Conversa com o tempo. ( Caminho à metafísica. )<br />Capítulo 20 = Uma realidade sujeita à discussão. __________________ Pág. 59<br />Capítulo 21 = Entre nossos divagares. ___________________________ Pág. 63<br />Capítulo 22 = Alguns aspectos obscuros da corrida. ___________ Pág. 64<br />Tópicos:<br />A = Heroicidade bestial.<br />B = Heroicidade cabal.<br />Capítulo 23 = Diário de um corredor II _____________________________ Pág. 65<br />Tópicos:<br />A = Procedimentos estratégicos pessoais ( Subdivide-se )<br />B = Procedimentos básicos ( Subdivide-se )<br />Capítulo 24 = Algumas considerações de caráter social. <br />Capítulo 25 = A nobre arte de correr. _____________________________ Pág. 72<br />Capítulo 26 = A religiosidade.<br />Tópicos:<br />A = Sentimentos e religião.<br />B = Razão.<br />C = Sobre a interpretação sensorial do mundo.<br />D = Síntese sobre a realização humana.<br />Capítulo 27 = Uma hora de entrevistas.<br />Tópicos:<br />A = Entrevista primeira / Com o corredor Cícero Plácido.<br />B = Entrevista segunda / Com o corredor João Machado.<br />C = Entrevista terceira / Com o corredor Giovane Andrade.<br />D = Entrevista quarta / Com o corredor Cláudio Ignaci.<br />E = Entrevista quinta / Com o corredor Elias Geraldo.<br />F = Entrevista sexta / Com o corredor Antônio José.<br />G = Entrevista sétima / Com o corredor Rodrigo Ambros.<br />H = Entrevista oitava / Com a corredora Maria Tereza Matos de carvalho<br />I = Entrevista nona / Com o corredor Kazuo Kimura<br />J = Entrevista décima / Com o corredor Jorge Eji Sato<br />L = Entrevista décima primeira / Com o corredor Robedis Rodrigues de Lima<br />M = Entrevista décima segunda / Com o corredor Luís Carlos Bastos<br />N = Entrevista décima terceira / Com o corredor José Nazareno da Silva<br />O = Entrevista décima quarta / Com o corredor Benedito José Lustosa Neto<br />P = Entrevista décima quinta / Com o corredor Luís Carlos Casimiro<br />Q = Entrevista décima sexta / Com o corredor Samuel Souza Martins<br />R = Entrevista décima sétima / Com o corredor Denpsey Lima Filho <br />Capítulo 28 = LXXI Questões.<br />Capítulo 29 = Insanidade física.<br />Capítulo 30 = A competição.<br />Tópicos:<br />A = Treinos livres.<br />B = Treinos atrelados.<br />C = Competições diversas.<br />Capítulo 31 = Defesa à alma do ser humano.<br />Capítulo 32 = Relatório da maratona.<br />Capítulo 33 = Grécia e a maratona.<br />Capítulo 34 = Espargir de novas idéias.<br />Capítulo 35 = Repercussões fisiológicas na corrida.<br />Capítulo 36 = Liberdade e luta pela vida.<br />Capítulo 37 = O calabouço da consciência.<br />Capítulo 38 = O pêndulo do bem e do mal.<br />Capítulo 39 = Capítulo das aprendizagens.<br />Tópicos:<br />A = Sobre a novidade.<br />Capítulo 40 -Sobre o inicio do mundo. <br />Tópicos:<br />A = Reflexões sobre a morte. ( por conseqüência sobre a vida )Pompeo Boninihttp://www.blogger.com/profile/17128125913209150593noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2679853150100587757.post-67296974734175403782009-07-22T16:46:00.000-07:002009-07-22T16:48:28.340-07:00Poema introdutórioA CORRIDA E SUAS NUANCES<br />POMPEO MARQUES BONINI<br />Do mesmo autor dos livros: <br />“Vamos pensar e correr”<br />“O dragão e o tempo”<br />“Livro de contos”<br />“Interpretação do mundo”<br />“Livro de poemas e orações”<br /><br /><br />Há no mundo livros sugestivos<br />Bons, maus, regulares ruins, produtivos<br />Péssimos, excelentes, magníficos, intuitivos<br />Inigualáveis ou destrutivos<br />Do mesmo modo que no mundo existem leitores:<br />Bons, maus, regulares ruins, produtivos<br />Péssimos, excelentes, magníficos, intuitivos<br />Inigualáveis ou destrutivosPompeo Boninihttp://www.blogger.com/profile/17128125913209150593noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2679853150100587757.post-21062160849643987212009-05-17T16:57:00.000-07:002014-09-02T16:38:13.575-07:00CAP. 1 – O ESFORÇO DO CORREDORCAP. 1 – O ESFORÇO DO CORREDOR<br />
Sinto aproveitar meu treino quando treino com garra!<br />
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O corredor em seus treinos procura sempre atingir sua melhor performance, principalmente se este corredor têm esta idéia de forma obstinada ou se é um corredor de elite, acontece que neste caso uma coisa está relacionada com a outra, pois se o corredor é de elite ele é uma pessoa com idéia obstinada ou se o contrário ocorre a pessoa que têm idéias obstinadas de correr têm grande propensão de se tornar corredora de elite.<br />
É uma questão de personalidade: Pessoas ferozes irão demonstrar toda esta ferocidade na corrida, pessoas calmas igualmente demostrarão a tranqüilidade... ocorre que a corrida possui a capacidade de transformar estes sentimentos em energia, num dia de tristeza, posso correr e expandir toda minha força interior de forma que a tristeza, sendo inferior a esta força de vontade que se apodera de min vai embora, ou simplesmente desintegra-se. Para começar-se a correr deve-se antes ter a idéia de tal coisa, mas para que se inicie esta idéia deve haver um estímulo, que pode este ser por exemplo a música das olimpíadas, ou mesmo uma lembrança, a lembrança de que está no momento de treinar ou de que quero correr. Isso é evidente, pois todo ato de movimento físico passa antes pelos processos mentais racionais, ideológicos e funcionais.<br />
É possível que eu esteja tão triste que não consiga treinar? Qual seria a razão desta tristeza? Posso eu estar tão sem estímulos a ponto de não poder continuar o treino? O quê seria um estímulo para completar-se bem um treino?<br />
As respostas para estas perguntas são coisas que nos ajudariam muito nos treinos. É perfeitamente possível que um atleta esteja fisicamente perfeito, e a nível de alimentação muito bem acompanhado, mas este não têm vontade sequer de começar um determinado treino. Pôr quê isso? Estamos aqui tratando de aspectos inteiramente mentais? Ou são físicos mentais ao mesmo tempo? Por quê seriam físicos se este atleta está em condições físicas perfeitas? <br />
Pode ocorrer de um atleta começar um treino psicologicamente desestimulado, e no decorrer deste treino, sem causa aparente, este indivíduo se vê com bastante vontade de treinar, com isso ele melhora sua performance em 50%. Não há causa aparente para quem o assiste de fora. E para ele? Saberá ele a causa de sua melhora impressionante na velocidade? É esta causa física ou veiculada aos processos mentais? Será física e mental ao mesmo tempo? Quando digo causa física quero relacionar a toda uma série de relações fisiológicas que ocorrem em nossos organismos quando corremos. Pois se estou correndo são liberados hormônios e outras substância em meu sangue, através de glândulas e mesmo em forma de substratos químicos, e, estas substâncias podem atuar em meu cérebro de forma que eu me veja mais calmo e menos preocupado com outros problemas que até então se dominavam minha mente, pois quando estou treinando no mínimo preciso me concentrar no que estou fazendo, do contrário poderia tropeçar em uma pedra ou bater com a cabeça em uma árvore. Estes são processos ativados pela mente para que o corpo se movimente, e que para ela própria possa dominar a ela e ao corpo. Sabemos também que o corpo também têm os seus fenômenos que podem atuar na mente no momento da atividade. Estes processos fariam com que a mente mudasse sua postura e se tornasse a precursora da melhora de vontade e consequentemente de performance.<br />
A vontade é uma grande fonte de bom desempenho. Mas a grande pergunta é: De onde pode vir esta vontade? A verdade é que pode vir de diversas situações, como por exemplo uma pessoa que está correndo em seu costumeiro treinamento, e em um determinado momento não sente-se muito bem, parece estar um pouco abatida, tanto fisicamente com seu fraco desempenho como também em seus pensamentos que são exclusivamente pessimistas. Pode ocorrer neste caso uma mudança repentina de estado emocional através de um amigo que grita desesperadamente para que esta pessoa prossiga seu treinamento com vontade. Instantaneamente o corredor este de nosso exemplo inicia dentro de suas capacidades físicas uma verdadeira façanha, pois sua velocidade que era de lerdo para tartaruga passa a ser bastante apreciável.<br />
Ocorreu portanto um estímulo externo, audível e quase ensurdecedor, que fez com que nosso colega mudasse não somente sua velocidade, pois isso na verdade é uma conseqüência de uma mudança a nível cerebral, ou de atitude mental. Vemos com isso que aquele atleta que têm uma atitude mental positiva é aquele que têm uma porcentagem maior de chances a se desempenhar com grande desenvoltura em uma prova ou treinamento. É evidente que nem todos os dias estamos a ponto de bala, há dias em que estamos tristes por diversos motivos, sejam estes de ordem profissional, familiar, entre uma infinidade de outras coisas que podem estar passando em nossas mentes, é estritamente importante frisar aqui que estamos falando de processos inteiramente mentais, pois meu corpo pode estar biológicamente respondendo com perfeição, porém se minha mente não têm uma atitude positiva em relação ao que faço ou ao que m cerca: Quê será então de meu treinamento? Ou mais importante ainda: Quê será de minha vida? A tristeza por exemplo... Quê é a tristeza? É um estado emocional, que não necessariamente seja negativo, mas que pode influir muito em um treinamento, tanto de forma positiva quanto de forma a atrapalhar o treino, pois deveis estar perguntando como a tristeza influiria de forma positiva, e vos digo que posso me aproveitar de uma situação que me provocou tristeza para me congratular com capacidades que até então ninguém, tampouco eu, sabia que possuía. Vemos isso claramente no cotidiano, há tantas pessoas que enfrentam as maiores adversidades que a vida pode trazer, estas pessoas ficam muito tristes em um determinado momento, porém ocorre que inseridas em um determinado esporte, durante os treinamentos, esta tristeza pode se transformar em uma espécie de revolta para com o problema que ocorre, a revolta se transforma então em energia que é dispendida na forma de movimento. Portanto vemos aqui como os processos mentais influem no desempenho de um determinado atleta e fazem com que este tenha não somente a vontade de se sair bem no esporte como também lograr bons resultados na vida. <br />
É falta de coerência chegar a pensar que somente a tristeza pode vir a trazer benefícios para o esporte ou para a corrida. Devemos analisar as coisas de forma que tentemos chegar à uma realidade. Continuando o mesmo tema, é mais que lógica a teoria de que a tristeza trará maus resultados à corrida, é claro que uma pessoa que está triste achará a corrida monótona e sempre terá idéias contrárias ao que chamamos de idéias positivas. Assim sendo esta pessoa estará disposta a correr mal. Da mesma forma outros sentimentos como alegria ou rancor estarão influindo em grande porcentagem no desempenho e aproveitamento geral da corrida, chegamos aqui a uma brilhante conclusão ( Brilhante segundo o autor, pois os críticos literários e corredores poderão crer uma conclusão enfadonha dependendo do sentimento e vontade com que lêem este texto ), conclusão esta que diz que na verdade tudo é bastante volátil, posso eu estar triste e com isso não conseguir me desempenhar bem na corrida, e outra pessoa também triste talvez até por um motivo bastante similar se aproveitar desta situação para criar uma explosão sinergética funcionando como uma grande descarga de origem mental e com finalização física, e o mesmo ocorrerá com todos os outros sentimentos. Tudo depende de como trabalhamos nossos sentimentos e não quais são estes sentimentos.Pompeo Boninihttp://www.blogger.com/profile/17128125913209150593noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2679853150100587757.post-44311216100087482592009-05-16T16:57:00.000-07:002014-09-02T16:37:54.363-07:00CAP. 2- CORRER, TRABALHAR E ESTUDAR.CAP. 2- CORRER, TRABALHAR E ESTUDAR.<br />
Não é fácil conciliar 1000 coisas ao mesmo tempo.<br />
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Há um tema muito interessante a ser abordado em nossas dissertações, trata-se justamente da quantidade de atividades que desempenhamos em nosso dia a dia. A corrida é uma atividade considerada secundaria quando temos a necessidade de trabalhar para nos sustentar. A não ser que a pessoa seja atleta de elite, e consiga com seus prêmios e patrocínios se sustentar, porém este é o caso mais difícil de ocorrer.<br />
Não consideramos portanto a corrida como uma atividade essencial para nossas vidas. Entretanto numa antigüidade remota poderíamos dizer que a corrida era essencial à vida, porque se eu fosse um homem primitivo eu estaria passando por situações que me fariam correr para sobreviver. Como por exemplo fugir de um urso quando achando que a caverna fosse uma propriedade pública ou abandonada, nosso homem das cavernas descobrisse que era uma propriedade particular.<br />
Há um grande problema em nossa sociedade no que se refere aos aspectos práticos e o que não é prático, vejam leitores como a arte por exemplo colocada em segundo plano. É a arte importante para a humanidade? O quê é a arte? Seria a expansão dos sentimentos humanos, podemos abordar o tema deste capítulo de duas maneiras a primeira é aquela que se refere ao tempo que dispomos para executar determinada atividade, a outra é saber qual o nível de importância que damos a esta atividade. <br />
Ainda nos atendo ao exemplo arte vemos que muitas pessoas não sentem quaisquer tipos de atrações por um quadro. Qual seria o motivo desta atitude? Em nossas vidas muitas vezes ficamos restritos a fazer sempre as mesmas atividades, e quando saímos, ou por necessidade, ou por outros motivos de nosso costumeiro dia a dia logo nos sentimos mal. Vejam vocês leitores por meu próprio exemplo, eu que estava acostumado a correr longas distâncias todos os dias me vi perdido quando pus gesso no pé, ficando privado da corrida, se ficasse pensando em minha atividade anterior logo ficaria louco, por isso decidi fazer outras atividades como por exemplo ler. Veja que a realidade de um ser humano muda conforme sua vontade.<br />
Um dos grandes dilemas de nossa sociedade é a falta de sentimentos, eu diria que as pessoas que ficam tão somente restritas aos aspectos práticos da vida são menos sentimentais que as pessoas que buscam algo a mais. O quê seria este algo a mais? Seria justamente a arte e todas as suas ferramentas de expressão como a dança, a música, a pintura e outros...<br />
Seria a corrida uma ferramenta de expressão artística? Claro que sim! A corrida é um algo a mais, pelo menos para a maioria das pessoas, pois a grande massa não corre para ganhar dinheiro e sim por outros motivos. Para saber se estamos utilizando a corrida como um aprofundamento sentimental devemos analisar se corremos por motivos práticos como dinheiro, emagrecimento ou se corremos pela arte de correr.<br />
Correr, trabalhar e estudar podem ser considerados como aspectos práticos na sociedade, porém correr com menos nível de praticidade. A sociedade pensa desta maneira, infelizmente, pois do contrário viveríamos mais harmoniosamente. Quantos já não me perguntaram da seguinte maneira: Já ganhou alguma corrida? Vai conseguir ganhar determinada prova? Fazem assim porquê somente pensam no que pode trazer benefícios táteis, os benefícios mais refinados tais como sentimentos elevados, confraternização, expressão corporal são considerados irrelevantes à estas pessoas. Assim divido os benefícios em duas partes:<br />
A – Benefícios táteis: Já impregnados na sociedade, são facilmente visíveis. Encontram-se em nossa sociedade entre as coisas mais importantes senão unicamente importantes para a vida, são exemplos ganhar dinheiro, trabalhar, fazer isso e aquilo de maneira robótica. Bastante visível quando notamos que aos poucos podemos nos impregnar destes conceitos. Vejam aquele corredor que no início de suas atividades corria somente por prazer, e que aos poucos, mesmo sem estar ciente disto, perdeu as alegrias sendo envolvido pelos motivos competitivos da corrida. Perde-se portanto a graça verdadeira da corrida.<br />
B – Benefícios refinados: Elevam a consciência humana a um patamar mais alto, estão inseridas neste as ferramentas que são de suma importância para sua expansão, estas já citadas são a música, dança, desenho, pintura e corrida. Tudo mais que seja feito com sentimentos verdadeiros é válido. Importante é saber que a própria arte e corrida podem ser executados sem quaisquer sentimentos de caráter expansivo, ou de maneira robótica. Isso indica que estas ferramentas estariam sendo utilizadas da maneira incorreta, pois que é o sentimento senão uma contínua verdade humana? Os sentimentos são o que mais desenvolvem o refinamento da alma, devemos notar quais são os reais benefícios que pode trazer a corrida? É muito mais valoroso correr e passar por uma situação agradabilíssima que simplesmente ficar estagnado com idéias supérfluas que imergem a sociedade. Interessante foi quando um corredor que conheci num parque enquanto executava meu treinamento disse-me que decidira correr numa praia quase deserta, e que num determinado momento atravessou certa parte da praia em que esvoaçaram-se centenas de gaivotas. Fez esta referência com bastante vivacidade nas palavras, quase que me deixando igualmente extasiado. Foram dois os fatores principais que me citou através de suas palavras: primeiramente o fato de estar solitário ou quase, e o segundo tratou-se da contemplação das aves. É inopinadamente bonito contemplar alguns detalhes que transcendem ao comum de nossa sociedade. Ao mesmo tempo que criamos nossa cultura e a cidade nos distanciamos da origem, ou da natureza por assim dizer, é no momento de retorno que emerge um sentimento de alegria ou o que poderíamos chamar de sentimento refinado. Seria ignorância, ou falta de discernimento dizer que no momento em que este corredor maravilhava-se com suas visões estivesse ele ao mesmo tempo preocupado com emagrecer, ou com uma determinada prova que deveria correr em tal dia, e por isso treinar arduamente, se caso isto ocorresse diríamos que lhe faltam os benefícios refinados. A natureza é um tema bastante interessante, e que incita sentimentos de caráter mais sérios e verdadeiros. Com grande tristeza e desalento vejo que a sociedade caminha para um ambiente comodista cheio de facilidades. Muitos consideram a corrida como esporte extenuante e cansativo o que numa primeira instância é afirmativa bastante verdadeira, porém este cansaço não é causador de maledicências e sim de alegrias verdadeiras ou refinadas por assim dizer.<br />
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Com relação ao modo de viver de nossa sociedade creio que seja bastante importante notar-se qual o nível de exigência de nós para com nós mesmos, por isto está proposto um capítulo que fale sobre três atividades diferentes. A estafa mental e física é a decorrência do uso excessivo do corpo e da mente. É bastante apreciável o pensamento que nos diz que tudo é volátil, nada poder-se-ia ser dito como inverossímil verdade se assim for. Em nossos divagares está dito que não há verdade que não possa ser contestada, o fogo é bastante belo quando visto de uma pessoa que se encontra numa poltrona diante duma lareira, suas nuanças vermelhas e amarelas podem ser contempladas com artísticos matizes, flamas de inigualável beleza, porém ao mesmo tempo e numa mesma realidade coexistem as infernais e terrificantes chamas, que com seu ardor crucial e sua combustão pavorosa definha a madeira. Assim consta que nós nunca poderíamos abordar um tema sem que nos precavêssemos de que de forma melindrosa existem ocultas ramificações relacionadas à sabedoria. Dito isto clamaremos por verdades diversas, que em momentos podem se contrapor como o fazem dos guerreiros de exércitos opostos, ou complementarem-se a formar uma só música de notas excêntricas.<br />
O corpo humano se adapta à diversas situações, por certo se dizemos isto é minimamente condizente proferir que assim o faz a mente. Assim, se sou maratonista que treina de maneira adequada para competições pode ser bastante fácil à minha maneira de ver, sentir, pensar e executar uma maratona, isto porque meu organismo está adequado à esta situação, e igualmente este é o estado em que encontram-se minhas características psicológicas, pois: do mesmo modo em que meu corpo deve se adaptar ao esforço adicional minha mente deve se preparar e inteirar-se dos aspectos mentais requisitados para os treinos diários e a competição propriamente dita, tais aspectos como: determinação em seu propósito, auto-estima, capacidade reflexiva, concentração e ideologia de atividade podem ser classificados como fatores mentais de um atleta. <br />
As mudanças e adaptações físicas e mentais são visíveis no ser humano, o exemplo acima citado é exemplo disto, assim como no trabalho e nas atividades de cunho estudioso dizemos que há adaptação. O estresse é o porvir do excesso de quaisquer destas atividades citadas ou destas três conciliadas. Porém num lado contraposto há o fator de que cada ser humano é diferente dos outro, a começar poderíamos analisar de forma sistemática e minuciosa já que nossos genes em hipótese alguma podem ser iguais. Os pensamentos, personalidades e manias são diferentes entre si da mesma forma que uma formiga difere-se dum elefante, neste contexto há de ser anunciado que cada pessoa é mais ou menos adequada à uma situação, isso sem que nos esqueçamos de que levamos em consideração aspectos mentais e físicos. De modo que um indivíduo por sua constituição genética têm maior propensão à dormir que outrem, tanto como correr, ler, conduzir veículo, rir, chorar, crescer, engordar ou desenvolver determinado tipo de doença, tudo isto se insere no código genético. Contudo não podemos deixar de citar os fatores externos que se arraigam no antro de nosso ser, estes são compostos pela educação e influência da sociedade. Estas são imagens nas quais inconscientemente nos espelhamos. Cada pessoa é por assim dizer única.<br />
Esta idéia de unidade e individualidade pode nos fazer pensar que haverão pessoas que podem se introduzir numa rotina diária que para outro seria extremamente fatigante, senão impossível. De forma cabível não nos acertamos quando dizemos que é inconveniente ou errado dormir menos de oito horas por dia, há gente que dorme duas ou três, justo para galgar tempo a treinar e executar outras tarefas que são pertinentes à esta pessoa. As ciências médicas estipulam determinados paramentos, os quais seria ímpia mediocridade considerar como verdades efetivas para a eterno castelo do conhecimento já que acabamos de nos basear num contexto de elasticidade e maleabilidade dos assuntos debatidos. Por isso diz-se que cada pessoa é receptiva de maneira diferente ao mesmo tipo de treino.<br />
Qual a corrida mais prazerosa? A mais fluente? Digamos de maneira burlesca: qual é a corrida mais corrida? Ou então: Qual a essência da corrida? São estas questões bastante pertinentes ao tema deste capítulo... <br />
A corrida mais verdadeira de todas é a corrida despretensiosa, descompromissada, brincalhona, livre, inesperada, louca, desregrada e humana. Sim, a mais simples de todas, a mais distante de qualquer método, o correr por correr, não correr para competir ou correr para completar determinada distancia, longe disso: tudo deve ser espontâneo, criativo, novo, intuitivo, improvisado, e se possível longe de algo que possa fazer sentido ou ter nexo. Essa é a corrida verdadeira, a corrida da criança, a corrida que faz desvanecer os preceitos pregados por uma sociedade comercial, exigente, metódica. Uma sociedade que encarcera todos os valores criativos que aqui foram aplicados à corrida, valores tais que levam à liberdade de corpo e mente. <br />
É então a corrida, quando executada da maneira proscrita um laivo de liberdade dentro duma incomensurável esfera prisional? Um breve momento de arte dentro de outros preenchidos das mais profanas ordens, obrigatoriedades, das besteiras ignominiosas e restritas duma sociedade de máquinas e não de humanos? A liberdade de expressão e de ação é um caminho para a humanização dos seres, que por certo não podem ser chamados de humanos apenas por terem nascido. Pode ser sim um momento escasso de liberdade, não uma fuga senão uma expansão da consciência, pode até ser uma fuga, mas neste caso não são os covardes que fogem pois quem se desumanizou foi a própria sociedade, e os corredores ( os que correm com a essência da corrida ) decidiram não se restringir ao método, à alienação da mente, e ao inter-relacionamento robótico entre os seres. Pois então a corrida passa a ser a procura de valores humanos.<br />
Vejamos então uma descrição que se fundamenta no que aqui foi dito:<br />
“Comecei então a correr, bem devagar, não havia definitivamente nenhum motivo para que eu quisesse apertar o passo, nenhuma competição, nenhuma tabela de treino, nenhum relógio e nem um cachorro qualquer desesperadamente raivoso. Corria com a maior inocência imaginável, despretencioso e despreocupado. Assim nada mais importava que não fosse aquele momento, minha mente não estava nem no futuro nem no passado, mas sim captando as sensações daquele momento: A grama respondia com um leve farfalhar às contínuas passadas numa cadência perpétua, a trilha se estendia formando mais à frente uma estrada de terra em que grilos produziam seus característicos e calmantes sons. Havia um estranho silêncio nisto tudo, esquecera que ao lado passava uma rodovia de tráfego intenso, não só esquecera como não a notava. Tudo era paz e harmonia, qualquer problema que eu tinha parecia haver desaparecido. Teria ele sido resolvido por alguma estranha força desconhecida? É diferente ocultar algo de resolve-lo. Pois os problemas caso tivessem sido ocultados pelo silêncio da corrida eu os sentiria? O que os olhos não vêem o coração não sente? Mas algo que já foi conhecido ( um problema ) já foi visto, e mesmo se fecharmos os olhos estaremos cientes de que existe o problema, e assim é impossível que a corrida oculte os problemas, o que ela faz na verdade é de alguma maneira resolve os problemas. Devemos lembrar de que ela somos nós: Nós ( quando um sujeito corre ) somos a própria corrida, somos o que fazemos. Ser corrida é não ser outras coisas, logo somem os problemas, se resolvem. Me espantava o silêncio que sentia naquele momento... Como pode uma coisa tão simples ter um poder tão devastador? Os humanos em geral têm grande tendência em querer tornar as coisas mais complexas, e acabam por esquecer-se dos mais significativos atos são bastante simples. Enquanto corria me perdia em devaneios metafísicos, até que cheguei num parque bastante arborizado, com trilhas de intrincadas matas, minha nossa! Quase me esqueço! Hei de dizer que antes de neste parque arrivar enquanto corria pelos percalços da trilha antecedente, senti um gélido e revigorante ar perpassar minhas faces, numa indescritível sensação de prazer senti que aquilo era o odor característico da massa de árvores, plantas e lagos que compunham aquela selva. Ah! Mas que harmonia me transmitia aquele renovado ar! E quê dizer desta liberdade? A natureza tem tamanha desenvoltura, é tão artística e livre, vejam a maneira espontânea e casual que crescem as raízes das árvores. Quê dizer então das pedras, folhas grandes ou pequenas: Quê é que no mundo pode ser mais criativo que tudo isto? E ainda consta que tudo é regido por processos harmônicos de equilíbrio... Assim corria eu dentre arbustos e pedriscos vislumbrado com o que via, é interessante que não provoca enjôos, pasmação ou chatice contemplar a natureza, deve ser ela que fica enojada de contemplar a nós humanos, isto sim,pois desumanizamo-nos infelizmente, pois nós mesmos somos a natureza, e olhamos para ela como se fossemos outra coisa, diferentes, separados, superiores... Nossos corpo não são naturais? Ao menos no que consta até agora sim! Oh natureza! Tão bela e benfazeja és, que poderíamos fazer a retribuir-te os favores? Calar tratores? Sim no mínimo isto... Então a corrida se prolongou por não sei por quanto tempo, estava sem relógio. Mas quê importa? Não estava eu de bem comigo mesmo? O importante não é ser criativo, espontâneo e intuitivo? Quê fazer então com uma plaqueta cheia de pequenos números e dois ponteiros incansáveis? Ods humanos são cansáveis, têm seus limites e vontades inesperadas, mas os relógios não: são sempre previsíveis, sabemos sempre qual será a próxima hora, o próximo minuto, o próximo segundo. E por isto morremos, morremos numa podridão pérfida e mórbida, sempre de relógio: pois este deve estar nos pultos de todos os humanos que tenham um mínimo de saúde mental e bom senso. Tudo é apricado à corrida de maneira que hoje existe a competição. Competição tão mórbida como os humanos, apenas a personificação da sociedade quadrada e previsível, onde está então a criatividade? É de fato verídico que para a consciência não existe tempo nem espaço, posso pensar em outro lugar, outro tempo e sentir o que pensar. Não é o sentir o mais profundo vivenciar? Ser indiferente é não viver, é a morte! Assim corria eu, talvez tenha me exacerbado nas ponderações e feito rodeios demais, não obstante é fato verídico nesta história que contemplava embasbacado as plantas por ali, até que ao final daquela corrida disse a min mesmo: O importante é ser despretencioso, isto é a vitória!”Pompeo Boninihttp://www.blogger.com/profile/17128125913209150593noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2679853150100587757.post-68300892630005280822009-05-15T16:58:00.000-07:002014-09-02T16:37:37.471-07:00CAP. 3- O TREINAMENTO PERFEITOCAP. 3- O TREINAMENTO PERFEITO<br />
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Qual é o treinamento mais perfeito de todos? Treinamento perfeito seria aquele que traz benefícios físicos à pessoa que treina, como por exemplo o fato de trabalharmos a parte cardio vascular do corpo isso segundo o profissional ligado à área de saúde. Ocorre que podemos considerar o treinamento perfeito aquele que gostamos, porém podemos estar gostando de um treinamento específico e este estar fazendo mal à nosso organismo. E por quê gostamos de algo que nos está fazendo mal? Primeiramente devemos considerar que tal corredor pode não estar sabendo que correndo de determinada maneira está fazendo mal à seu organismo ou mesmo à sua mente. A primeira medida de prevenção seria inicialmente conhecer quais são os tipos de treinamentos, como são procedidos os mesmos e para quê servem cada um deles, para que assim sejam utilizados no momento certo e da maneira correta. <br />
O corpo humano possui um limite, e ele mesmo nos mostra isso através de sua linguagem: a dor. A dor é um sinal de que algo não está certo, de que se está passando os limites. Infelizmente muitos corredores não sabem ou mesmo insistem em não ouvir a linguagem que o corpo está passando. Inadiavelmente mais tarde haverão conseqüências tristes. Através de diversas substâncias podemos dopar nosso corpo de forma que este não tenha mais a sensação de dor, e assim podemos correr tão rápido quanto podemos. Fato bastante incorreto, porém que ocorre no esporte, principalmente na parte competitiva.<br />
Voltando ao tema base, devemos nos ater para o fato de que o treinamento perfeito é todo aquele que me traz prazer não importando qual o tipo de prazer. Posso eu estar correndo e sentir dor, mas neste momento estaria eu pensando em um filme muito emocionante o qual assistira na véspera com tema ligado ao esporte, e com isso minha vontade e meu desejo de vencer tenha aumentado de nível, com isso posso dizer que meu prazer mental é imenso a pesar de que fisicamente eu esteja em um estado não muito apreciável. O contrário pode perfeitamente ocorrer, ou seja, me corpo se encontra em estado perfeito e sinto um prazer físico de tamanha grandeza que isso me deixa extasiado, pois sei que tenho grande controle de meu corpo, tenho muita força e resistência, meus movimentos são perfeitamente controláveis e com isso me sinto bem, porém estou desgastado mentalmente com alguns fatos ou com algumas idéias. Quê aconteceria então neste caso? O rendimento cairia? A questão de que estamos tratando aqui agora pode parecer simplista, porém não o é. Quem sou eu? O quê sou eu? Posso responder que sou um ser humano. Esta resposta parece ser perfeitamente viável se pensarmos de uma forma mais direta, mas ocorre que o ser humano é dotado de tantas capacidade que por isso não conhece todas as suas capacidades. O mundo mental que faz parte de min sou eu? Meus pensamentos são meus ou eles são o próprio eu? Pois se eu digo que meus pensamentos são sais e tais eles não fazem parte de min, pois simplesmente são de minha posse. Poderíamos então dividir os pensamentos entre aqueles que são meus e os outros que são o eu, e estes últimos seriam os pensamentos mais profundos os quais não conheço ou tenho uma idéia muito superficial deles. <br />
Se eu sou meu pensamento meu corpo faz parte de min? Não necessariamente, pois o corpo poderia ser neste caso apenas um instrumento para min ( para os pensamentos ) adquirirem experiências conhecimentos e emoções que na verdade são os pensamentos superficiais e os profundos dos quais faço parte integrante.<br />
Esta discussão sobre o quê sou pode parecer um pouco louca, mas é interessante ver o por quê de terem surgido estas idéias. Vejam bem leitores: Se sou meus próprios pensamentos, é evidente que se pensar em coisas triste tudo se refletirá para o corpo, mas, se do contrário sou meu corpo, Quanto melhor eu controlá-lo e treinar com boa vontade isso se refletirá em minha mente.<br />
Poder-se-ia dizer que nem uma nem outra idéia são verdadeiras, há de haver um equilíbrio, eu diria que quando estou praticando atividade física eu sou meu corpo e utilizo minha mente ao meu favor. Quando estou pensando, lendo ou raciocinando sou minha mente mas lamentavelmente não utilizo o corpo para ajudar no meu entendimento imaginativo do que faço, mas é muito claro que meu corpo influí em meus pensamentos pois nada melhor que um corpo saudável para ler um bom livro. Pacientemente vocês devem estar se perguntando qual é o sentido da última frase citada anteriormente, se baseia justamente no fato de que nossos corpos são verdadeiros laboratórios químicos, sabendo-se que a atividade física influi no corpo liberando hormônios e outras substâncias, nada melhor que chegar à conclusão de que a corrida influindo nos processos químicos do corpo influirá também na atividade cerebral já que o cérebro está ligado à corrente sangüínea, e dela extrai diversas substâncias.<br />
É se necessário, para facilitar o entendimento da matéria, citar algo que tenha caráter mais prático. Um amigo que é nadador de Borboleta treinou bastante para um determinado teste, chegou a conseguir em seus treinos o índice necessário para passar no teste, infelizmente ocorreu que no momento do teste, a pesar de ele estar em seu auge físico não conseguiu a mesma marca. Sabe-se que o único motivo causador desta má performance teve origem mental, pois seu corpo estava nas melhores condições possíveis. Quem é ele? Seu corpo ou sua mente. Por quê falamos: - Meu corpo ficou todo doído; E não: - eu fiquei dolorido; É até engraçado analisarmos estas duas frases pois se o corpo é teu ele parece ser um bem ou objeto que você está visualizando de fora. Da mesma maneira dizemos: - Meus pensamentos eram instáveis; Também nos encontramos em uma situação bastante cômica, pois que são seus pensamentos senão você? Deveria-se dizer: - Eu era instável. Destes divagares encontramos duas teorias contrapostas que poderiam resolucionar este problema: ou sou o corpo e a mente ao mesmo tempo ou sou algo que foge aos dois e está além de minha compreensão. Voltando então à prática vemos que se este colega estivesse se concentrando somente em seu corpo teria ele se saído melhor, já que sua mente não se encontrava nas melhores condições, pois ele é seu corpo, seu corpo é perfeito, logo ele será perfeito e não apresentará quaisquer tipos de problemas durante a competição, lógico que antes e depois igualmente.<br />
Tudo depende de como trabalhamos o corpo e a mente, à vezes um bom treinamento depende de detalhes que não conseguimos perceber.<br />
Tudo está posto de uma forma bastante direta, sem que eu tenha entrado em detalhes, os quais confesso a vocês que não me aprofundei, porém está dada uma idéia inicial, importante para que pensemos e reflitamos sobre estes assuntos.<br />
Insisto neste tema de forma lúcida e pormenorizada, porque no fundo o que importa no ser humano é o prazer, vivemos constantemente atrás do prazer, é viável e lógico que o treinamento perfeito seja aquele que proporciona maior prazer, seja este prazer físico ou mental. Acontece que as pessoas geralmente acham difícil conciliar a dor ao prazer. As coisas que provocam maior alegria na vida são aquelas que requisitaram grandes dificuldades, logo encontramos a praxe de que a dor provoca prazer. Claro que podemos diferenciar alegria sincera de prazeres supérfluos, quero concluir com tudo isto que a corrida pode provocar tanto prazeres que se encontram na margem da felicidade tanto como nas profundezas das realizações, requisito agora, caríssimo leitor, laivos de tua atenção para com a respectiva descrição, da qual agarraremos bastante proveito.<br />
“Um dia de bastante sol é verdade! Exatamente 30 graus célcius, esta era a temperatura quando às 3:00 da tarde decidimos sair correndo pela cidade, eu a pé e um colega de bicicleta. No decorrer do trajeto comecei a sentir que não estava realmente acostumado a correr com aquele sol, é verdade, pois é inicio de treino. Faço apenas treinamento de base, mesmo prevenido com boné suava a grandes flancos, o que me deixava em estado de ardor. Meu tênis começou a esquentar, neste momento concluí que o asfalto parecia mais uma frigideira que outra coisa. Chegamos ao objetivo: o local da inscrição de uma corrida determinada, fizemos a inscrição e fomos ao treino no parque. Bastante arborizado e com trilhas apreciáveis. Olhamos ao céu e sem que trabalhássemos em quaisquer empresas de previsão do tempo logo notamos que iria ocorrer algo como uma tempestade, ou chuva bastante forte. – Não! Nada de desistir, se não haver raios não há perigos... – disse eu, enquanto acorrentávamos a bicicleta num poste, pois assim ocorreu: a chuva caiu numa tempestuosa onda de gotas pavorosas, enquanto nós dois corríamos sem nos preocupar com a ímpia chuva, a trilha por certo que estava abarrotada de barro aquoso, porém a concentração e o objetivo eram as duas palavras que mais martelavam nossas mentes, olhando para frente, não há neste momento preocupações de caráter mesquinho tais como onde estou pisando, a lama, a água, as raízes, a grama e tudo o mais que possa a vir no transcorrer do trajeto não são mais que hilárias piadas num caminho bastante diversificado. Incomensuráveis possas de água, gigantescos lamaçais São simplesmente ignorados, enquanto as passadas são impostas de forma rítmica e avassaladora, nossas roupas se enlameiam completamente, fato que é igualmente ignorado enquanto o olhar se prostra ao horizonte, ao objetivo, à sina de ser uma pessoa que leva à sério aquilo que faz, e que não se dá conta dos aspectos mesquinhos como o que chamariam de sujeiras os ignóbeis... Ao chegarmos numa lanchonete para recompor as forças com água, as primeiras palavras que escuto de um homem o qual penso ser o dono são: - Esta chuva estragou o dia.”<br />
Seria possível relacionar este sobrescrito treinamento ao que julgamos ser um treinamento perfeito? Seria interessante compararmos a opinião do dono da lanchonete ao sentimento do corredor em relação ao tempo, pois este primeiro encontra um clima desgraçado, enquanto que o segundo vê todas as proporções da chuva como um desafio, que possui até certa graça de ser traspassado. A perfeição de um treino não encontra-se exclusivamente na velocidade ou no tempo que logrou o corredor, mas sim nos sentimentos que são expandidos de seu ser. Asseguro de que neste mesmo dia muitos outros corredores se desagradaram com o clima, enquanto que este corredor se divertiu com as poças de água, com a lama e com todas as travessuras que fez no treinos, tais como quase cair diversas vezes. Assim funciona o ser humano, alguns vêem um fato como horrível, enquanto que outros vêem o mesmo fato como algo de extraordinária beleza. Dito isto está visto que o treinamento perfeito é aquele que traz maiores alegrias, não quero porém me restringir a dizer que a corrida funciona simplesmente como uma máquina anti-estresse como muitos dizem, pois na verdade traspassa esta vulgar definição, sendo fonte de alegrias infindáveis. Veja que não há somente o lado positivo desta que retratamos aqui, como há escabrosos fatos relacionados à mesma, porém buscamos nesta parte do livro falar sobre os aspectos positivos. Por quê não poderíamos discutir sobre quais as máximas proporções positivas da corrida? Sabemos que as máximas proporções positivas incitam a perfeição, sendo que discutimos sobre perfeição logo buscaríamos o máximo de proveitos ligados ao benévolo. Há a ressalva de que a perfeição não pode ser atingida, porém é um dito bastante duvidoso já que não há um real conceito do quê entenderíamos como perfeição.<br />
Pode-se dizer que é sinceramente perfeito o recorde mundial da distância da maratona, como também podemos considerar o treino supracitado como de caráter perfeccionista, porém tudo dependerá única e exclusivamente dos prismas que utilizamos para visualizar a perfeição. Vou aqui dizer que nossa última descrição tratou-se de um treino de grande alegria e meninice, que trouxe uma realização incomparável a nível de expansão mental ao corredor, e no que concerne ao recorde mundial diremos que o atleta também se realizara, porém diferentemente já que se trata de superação física, e possivelmente uma expansão à nível ideológico, mas nunca algo de grande alegria, já que trata-se de limítes físicos e mentais e por assim dizer: dor. <br />
Dividimos então o treinamento perfeito em suas duas distintas características:<br />
A – Treino de grande alegria<br />
B – Treino de superação física.<br />
Assim está dito que há dos tipos de perfeições a serem conquistadas pelo corredor, dependendo de seus enleios, veremos agora cada uma delas em separado...<br />
A – Treino de grande alegria.<br />
Tal como na descrição há muita seriedade neste treino, mas há um caráter de meninice, que provém do descompromisso com a velocidade ou com o tempo, e até com o fato de atravessar-se terrenos dos mais hostis. Veja como é incrível a constante indignação que o corredor têm com o fato de o dono de um estabelecimento crer que aquele dia estivesse horrendo, enquanto que sua opinião era totalmente diversa. Naquele dia de chuva certamente a corrida estava muito mais perfeita que se não estivesse chovendo, a chuva proporcionara certa aventura e que fora certamente sensação que de outra forma não poderia ser incitada. O ser humano se distanciou de sua própria naturalidade de forma espantosa, senão de uma forma tão horrenda quanto a forma que ele crê ser um temporal, há aversão a molhar-se, aversão ao barro às arranhaduras da mata à cair numa poça, o que por incrível que pareça tratam-se de fatores tão naturais quanto sua própria essência, e que acima de tudo trazem à ele a sensação agradável de bem estar. Tudo certamente proveio do contínuo e progressivo comodismo gerado pelo “desenvolvimento” da sociedade, desenvolvimento este que por outro ângulo, nada apreciável, pode ser chamado de decadência. Estamos inseridos num contexto de discussão bastante interessante, em que se confrontam duas vertentes da sociedade: os satisfeito comodistas que reclamam os fenômenos da natureza, e os insatisfeitos que reclamam dos “fenômeno da sociedade”. Não faço apologia ao primitivismo, porém creio que seja viável uma maior integração aos dois valores referidos. O treino de grande alegria o qual referimos está relacionado aos fatores naturalistas, ou de natureza propriamente dita, pode ser um treino de grande alegria que seja esta alegria causada por outros motivos, como está visto no Capítulo 16; Bom humor. Andemos agora ao outro tópico...<br />
B – Treino de superação física.<br />
Encontramos aqui a tão almejada perfeição, porém de forma divergente, nem melhor nem pior que a anteriormente explicada. A mais vangloriada e valorizada perfeição considerada pela sociedade. Talvez seja um grande erro apenas valorizar este tipo de perfeição, porém é decerto que é digna de grande consideração, já que ensina ao próprio ser humano quais seus poderes e capacidades, e o quão distantes estes se encontram distantes do auge, já que a perfeição propriamente dita é bastante difícil de ser atingida senão impossível. Vemos isto claramente na constante quebra de recordes durante competições das mais diversas, todos somos influenciados de grande maneira pelos motivos competitivos, é certo que estes causam grande euforia em nossas pessoas porém creio que está esquecida a brincadeira e os valores de alegria e graça da corrida vistos no tópico anterior, sem querer fugir do assunto direi que a capacidade física dos humanos é muito alta, tal como era a milhões de anos atrás, porém diminui cada vez mais ao invés de lamentar, acredito que a sucessiva quebra de recordes é uma falsa impressão, já que a sociedade encontra-se cada vez mais comodista e satisfeita com os prazeres supérfluos. Veja você mesmo que antes havia grande necessidade de movimentação física, tanto nas antigas guerras como na caça e na fuga dos predadores, cada vez mais, inseridos em nossa atualidade perde-se esta necessidade e nos tornaremos seres mórficos e estáticos, com tecnologia ultra avançada, não me pergunte leitor o que entendo eu pela designação mórficos, apenas deixarei isto à sua própria interpretação, pois creio que inserido no contexto de que falo traduzirá perfeitamente a algo consistente. Seriam estes últimos pensamentos bastante insípidos e até malévolos para com nossa sociedade, mas é real dizermos que vivemos num mundo em que os grandes problemas e doenças são relacionados com a inatividade física, tais como obesidade ou problemas cardíacos. Estes que poderiam ser perfeitamente evitados se todos portassem-se de maneira diversa no que concerne ao conceito de alegria ou prazeres. É prazer e alegria correr na lama? Cair nesta provoca prazer? Me pergunto leitores o seguinte: De quê adianta poucos seres humanos fazerem a maratona para baixo de três horas enquanto que a maior porcentagem da população sequer pratica atividade física? Seria muito mais condizente que todos praticassem atividade física de forma moderada que uns praticarem em excesso e outros nem saberem quê significa isso. Que esta crítica fique disposta para pensamentos posteriores por parte do leitor.<br />
Eis que se me apresenta a oportunidade de divagar sobre a alegria num treino, também sobre superação física. Seria interessante de nossa parte relacionarmos estas duas vertentes do esporte: uma bastante descompromissada e a outra está situada no que se diz limiar das exigências. No intento de realizar a ligação existente entre uma e outra condição psíco-física-espacial estaremos relatando o que se vê a seguir:<br />
“Treinamento às 2 horas da tarde, fora exatamente de 2.000 metros crawl de leve à moderado numa só tacada e com grande prazer, este oriundo duma força adicional que se me apoderou pelo fato de que à duas semanas iniciei com o trabalho adicional de musculação, este me proporcionou um maior controle de movimentos. Já às 8 horas da noite a segunda parte do treino, com euforia saí de casa já tendo ouvido músicas com alto teor de estímulo, chegando no local do treino, uma piscina coberta e aquecida, fora estipulado e organizado aquecimento, treino de tiros estilo pirâmide, e parte de fortalecimento fora da água. Estávamos em três assim o treino ficou, segundo meu modo de ver, bastante competitivo. Numa união fizemos o treino de tiros finalizando-o com uma vontade sobre normal. Bastante interessante foi o justo momento final em que todos cumprimentaram-se com clamores e vivas, abraços e cumprimentos, além de gritos ou grunhidos de vitória, o que pode haver parecido estranho à um espectador que não estivesse envolvido com o evento, este suposto espectador poderia até fazer um julgamento errôneo pensando um bando de peixes insanos estarem infestando uma piscina, porém a verdade fidedigna que se nos envolvia era a de que os esforços haviam sido justos e iguais entre todos, no momento em que nadávamos havia harmonia entre as braçadas e o ritmo de modo que a velocidade impressa era sempre a mesma, quando você nada ao lado de outras pessoas sua visão se prostra à vários ângulos e detalhes como por exemplo o rosto do nadador que está ao seu lado, é possível que você veja como estão sendo executadas suas braçadas com o intuito de saber se ele finaliza bem o movimento, com isso você pode concluir perfeitamente se ele está ou não cansado e por conseguinte comparar-se à ele nos aspectos de desgaste físico, isto é supostamente o que eu fazia naquele momento tanto para com o nadador que se encontrava à direita como o da esquerda. Numa irônica e desgraçada faceta por um certo momento ocorreu que eu tendo ficado pouco mais para trás encontrei-me na medida das pernas destes outros dois nadadores, estas que se movimentavam freneticamente num movimento cadenciado ântero-posterior provocando com isso ondulações. É à estas ondulações que devo o aspecto ironicamente terrificante deste caso já que embebi-me por três vezes consecutivas água, ficando consternado com o acontecimento irrevogável decidi aumentar o ritmo e não volver mais atras para que tal acontecimento não sucedesse mais. Em nós havia forte sentimento de união principalmente ao final do treino pirâmide, que como dito parecíamos velhos amigos numa reunião após cerca de dez anos de confinamento. Após estas comemorações adjacentes prosseguimos o treino com o fortalecimento fora d’água com variações de corda, abdominais e flexões dois minutos em cada estágio adicionado de exercícios isométricos, com isso finalizara-se-me o segundo treino do dia, tendo com euforia executado este segundo.”<br />
Quê podemos abordar com a descrição anteriormente proferida? Há certamente um atleta que treinou duas vezes ao dia, não que hajam sido treinos extenuantes, mas sim devemos considerar que foram dois treinos de médio porte. O caráter de união do segundo treino é bastante evidente, assim como a rivalidade existente entre os atletas. Vemos por conseguinte que a rivalidade coexiste à união. Pode parecer anormal pensar que sentimentos contraditórios existam num só tempo, porém no caso presente é totalmente aceitável já que esta trata-se da rivalidade benfazeja aos sentimentos, poder-se-ia dizer até que é ela mesma a responsável pela união. Bastante intrigante é dissertar sobre o sentido de união que há entre os seres humanos, são fatores completamente ideológicos os que fazem pensarmos que uma pessoa é amiga ou um desconhecido com o qual não podemos travar conversação, do contrário logo não haveriam laços de união entre os seres humanos, e seriamos por assim dizer individualistas. A amizade é um dos fatores que estão relacionados com o que se diz ser laços de união, a comunicação é o que faz com que este processo se desencadeie. Pessoas quietas e recatadas geralmente não possuem muitas comunicações, decorrente disto menos laços de amizade. Por outro lado temos aquelas que são extasiadamente comunicativas, a ponto de parecerem apresentadoras de um circo ou programa do tipo “show de calouros”. No que consta às pessoas quietas diremos que são mais pensativas, as outras falam de tudo e à todos, inclusive àquelas que não conhecem. Aos leitores ávidos por um sentido lógico ao discurso entabulado digo que não estamos fugindo do assunto deste capítulo, tudo dependerá exclusivamente do que considera-se por perfeição, já que a comunicação social traz grande satisfação espiritual ao ser humano, diz-se por conseguinte que não seria tão só a perfeição o suposto melhor tempo ou uma quebra de recorde mas sim uma alegria provinda da comunicação entre as pessoas, que num nível mais superior que se pode chegar diria que chama-se amor, um sentimento tão digno quanto nobre entre as pessoas, e que vejo muito em falta na sociedade do dinheiro em que vivemos. Claro que este é um assunto de profunda seriedade, e tal que traz às nossas consciências muitas vezes uma culpa de grande peso por não sabermos lhe dar com os sentimentos mais profundos de nosso próprio ser. Volvemos entretanto ao caso do ser comunicativo e do outro quieto e cerrado como uma porta de ferro. Pois é assunto de igual importância tal como é o amor, também relacionado com este já que a comunicação é uma das maneiras de transmissão e demonstração de amor. Tendo eu, caríssimos leitores, ultimamente trabalhado neste campo que se diz musculação numa academia de médio porte à qual não vejo sequer necessário citar o nome, tive contato com uma realidade divergente e bastante apreciável justo por estas diferenças. Considerar-se-á que a humanidade é dividida entre seres de características psicológicas diferentes, e que os seres humanos estão dispostos de uma maneira que cada qual possui certa tendência a adequar-se em determinado esporte ou atividade diária, já que muitos sequer praticam atividades físicas, assim sendo é dito que a musculação é uma atividade na qual inserem-se pessoas de características psicológicas similares ou de personalidade semelhante. Não querendo em qualquer instância fugir do assunto principal direi o que noutro dia discutia brevemente com um colega do curso de Educação Física no qual estou inserido: dizia ele então que as pessoas que praticam triatlhon são individualistas, não somente por ser um esporte com estas características, mas também suas próprias nuanças mentais deveriam de ser assim. Pois está veementemente dito que somos divididos em grupos de características singularmente parecidas, isto tudo está claramente relacionado com o que anteriormente estava sendo discutido: a comunicação social, pois em cada um destes grupos esportivo irá haver por conseguinte um tipo específico de comunicação. Particularmente, talvez com aprovação dos leitores e com a discórdia dos críticos ferrenhos, creio que o futebol seja esporte violento no modo de se comunicar. Nossos ditames, finalmente chegam a decorrer à corrida, vemos com isso que é esporte individual, seria de certa forma condizente pensar que por este motivo não haveria comunicação, mas há sim, é comunicação corporal ou verbal, transmitida de forma mais sutil. Não perdendo o fio da meada vamos comedidamente discorrer sobre a comunicação social relacionando-a com a musculação, já que este é um tema que se me apresenta pertinentemente importante para que possamos extrair conclusões interessantes: Vejo que em específico nesta academia há uma divergência de personalidades dentro da mesma área, neste caso estaríamos numa situação ambígua e até contraditória às informações anteriores, no entanto são detalhes que não impedem de fazermos uma generalização já que há certamente uma grande maioria de pessoas com semelhantes feições mentais. São no geral pessoas fechadas, o que para min parece ser bastante estranho por não estar acostumado a conviver num ambiente social de tais facetas. Creio que as pessoas efetivamente respeitosas e comedidas são vistas como damas ou fidalgos o que até certo ponto é de grande respeito, mas nada disto é semelhante ao cúmulo de evitar-se um comprimento ou gesto de comunicação, viram os olhos como se fossem máquinas. Deserto que isto representa um exagero de taciturnidade ou falta de sentimentos para com o semelhante, decorrente uma falha psicológica que deveria ser trabalhada, se estou falando erroneamente nossa sociedade irá caminhar à uma trilha triste e apática. Estas considerações com relação à esta atividade foram feitas noutro dia pela respectiva professora de recreação da anterior faculdade citada na qual curso, veja a matéria à qual ministra aulas esta professora: recreação. Certamente a recreação é um espaço de muitas atividades descompromissadas e muito comunicativa, o contrário do caso infeliz que citei. Não quero em hipótese alguma desconsiderar esta tão benfazeja atividade que é a musculação, tanto que fazendo um labor dentro desta me vejo muito aprendendo e notando de grande importância, constato porém que é de devida justiça diferenciarmos comunicação nos respectivos esporte, estas contribuem para a melhor ou pior comunicação por conseguinte chegamos à perfeição social, que faz devida parte no que se refere à perfeição.<br />
Os laços de união entre as pessoas são psicológicos, mas devidos à uma causa primordialmente física, como por exemplo: conheço um colega porquê ele também gosta de nadar e com isso conversamos sobre este assunto e sobre as ramificações da atividade. Assim dividimo-nos em diversas comunhões sociais, criadas pelos gostos que temos pelas atividades. Por isso está dito que a causa inicial é física, gosto de correr portanto encontrando outros que gostam da mesma coisa logo o conheço e trocamos idéias. Poder-se-ia dizer que a amizade não existe e sim os gostos ou causas físicas, a amizade é na verdade uma convenção ocasionalmente proveitosa que se faz. Entretanto no antro da alma humana, e dos sentidos racionais mais desenvolvidos do ser humano está o amor, este não poderíamos dizer que é falso ou imaginário mas sim uma verdade quase que incompreensível por seu sulco de grandiosidade. Como existe amor entre as pessoas se não existe amizade? Pode-se amar um desconhecido? Isto certamente diriam os grandes mestres religiosos, mas nós devemos chegar à uma conclusão lógica... É certo que o amor não é necessariamente lógico por não porvir do racional, assim não podemos discutir de forma lógica sobre ele. Não isto seria distorcer a lógica de nossos pensamentos. Muitos dizem que o amor é incondicional logo ama-se à tudo e à todos dependendo tão somente da capacidade de amar pessoal. Este tema é bastante apreciável quando o relacionamos com a solidão, ou com o caráter de individualidade do triatlhon ou da corrida o qual já fora citado anteriormente, não pode-se dizer que os maratonistas são pessoas menos comunicativas que atletas que têm função como parte de uma equipe, há de se ressaltar que existem equipes de corredores, estes corredores atuam em equipe até durante em provas em que dividem um integrante de cada vez para “puxar o ritmo”: Não seria isto por exemplo trabalhar em equipe? Estas últimas considerações são bastante visíveis no ciclismo, talvez pela questão de que o vento é mais forte, e que por isto faz uma maior diferença no atleta que comanda o ritmo desgastando-o mais que os outros, e por isso é necessário uma atuação em equipe. Este assunto de atuar ou não em equipe é bastante volátil já que vemos muitos jogadores de futebol sendo chamados de individualistas, sendo chamados de forma vulgar de “fominhas” ironicamente têm-se a impressão de que estes irão deglutir vorazmente a bola, sendo esta colocação poética isto não ocorre, mas sim que não trabalham em equipe, representa-nos como magnífico enigma perguntarmo-nos se este seria um melhor corredor ou nadador, já que ultimamente temos sabido que os atletas de esportes “individuais” podem com perfeição trabalhar em equipe.<br />
Para se trabalhar em equipe deve haver comunicação tal como fora preestabelecido na descrição que se iria fazer o treino específico da “pirâmide”, assim chega-se à sublimidade de fazer-se um treino em grupo, o que se mostra bastante diferente dum treino solitário, em quê como será visto futuramente há também comunicação leitores, para que fiquem pasmados.Pompeo Boninihttp://www.blogger.com/profile/17128125913209150593noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-2679853150100587757.post-28452308588303298782009-05-14T16:59:00.000-07:002014-09-02T16:37:16.806-07:00CAP. 4- NERVOSISMO ANTECEDENTE ÀS COMPETIÇÕESCAP. 4- NERVOSISMO ANTECEDENTE ÀS COMPETIÇÕES<br />
O corredor vaga no vazio.<br />
É natural que antecedentemente às um evento o atleta sinta-se em estado de excitação, bastante apreensivo, pois este fica pensando no que pode ou não ocorrer durante a prova. O melhor nos momentos que antecedem a prova seria ouvir uma musica da qual o atleta gosta e lhe traz tranqüilidade, fazer algo como uma meditação e procurar não ficar pensando muito no que irá acontecer. Existem técnicas específicas de visualização mental do que irá ocorrer, o que é bastante importante para desenvolver diversos aspectos no atleta como por exemplo: nível de concentração, execução técnica, execução estratégica, indiferença para com os adversários. Agora citaremos respectivamente cada um dos tópicos do que se diz VISUALIZAÇÃO MENTAL, com as respectivas explicações. Veja a seguir:<br />
A – Nível de concentração.<br />
É importante que o corredor tenha antes da prova alguns ou um momento de silêncio interno, que não significa que externamente o mundo esteja em silêncio, mas que ele esteja em um momento interno, para que ocorra isso primeiramente deve-se estar em um posicionamento relaxado, seja deitado fazendo alongamento ou sentado, O relaxamento é um artifício utilizado para facilitar na concentração. Já concentrado, voltando a mente para os próprios pensamentos o atleta deve pensar em algo que tenha sido importante para que ele estivesse ali onde está naquele momento ( Por favor leitores, não é necessário pensar no ônibus que foi pego para condução ), pensando em seus treinamentos e nas pessoas que o ajudaram para que os treinos fossem adequados, pensar nas palavras de estimulo que a ele foram ditas ( Que seja somente um grito ou coisa parecida ), e pensar principalmente nos sentimentos que estava ele tendo enquanto treinava, se é ele um atleta religioso este seria um momento adequado para realizar uma prece. A concentração de que estamos tratando é de suma importância para que o corredor não desvie seus pensamentos e atitudes mentais para assuntos sem importância, que poderiam ser até negativos e assim interferir de forma ruim em seu desempenho. Pode-se também tentar neste momento não pensar em nada, o que é bastante difícil, mas com o treino se pode conseguir algo. Evidentemente estamos falando de concentração mental, o que poderia ser representado por concentração corporal é o próprio aquecimento, assim, com esta analogia pode-se dizer que a concentração funciona como um aquecimento mental, que irá preparar a mente para a atividade que irá ser executada futuramente, notem leitores que esta concentração não é somente da mente para com o corpo, mas também da mente para com a mente, justo por isto diz-se “aquecimento mental”, claro que trata-se de um aforismo representativo este nome. A concentração pois prepara a mente para que esta esteja apta para o que dela será requisitado durante a prova. O quê será necessário no que concerne aos fenômenos mentais? Diversas coisas, sempre dizemos que numa competição há de se ter muita força de vontade, analisando esta última frase poder-se-ia fazer interessante comparação, tão somente analisando o nome: “força de vontade” , sendo uma força logo devemos relacionar que existem diversas intensidades de força, pouca ou muita, quanto maior a força de vontade maior a resistência da mente perante os empecilhos. Lembremos, para que fique mais fácil, que existe o que chamamos de “força muscular”, esta, do mesmo modo que a outra é desenvolvida através de exercícios, já comentei os exercícios mentais de curto prazo que devem anteceder uma determinada prova, ocorre que existem os exercícios de longo prazo, estes são os mais efetivos pois constróem vagarosamente uma consistente força mental. <br />
Imaginem leitores, uma pessoa que com incisiva constância têm o hábito de concentrar-se num quarto escuro colocando música de características místicas ou tranqüilas, se concentra nos sons, pode-se até colocar uma vela para visualiza-la fazendo com que haja o fator de concentração visual. Será que este hábito estaria de alguma maneira influindo em sua capacidade de concentração a ponto de desenvolve-la à patamares mais altos e resplandecentes? É de se pensar com bastante bom senso sobre este assunto, a concentração é uma característica bastante importante numa prova: deve-se concentrar o olhar ao horizonte, deve-se concentrar na cadência da respiração, no movimento alternado e cíclico das pernas e sobretudo num aspecto ao qual quero dar a devida importância, pois vejam que a concentração nos casos anteriormente referidos são de mente para corpo, o que recalcitro é a concentração mente para com a mente. Concentrar-se na própria concentração, isto seria em resumo a concentração de mente para mente. Os pensamentos devem ser organizados, para isto deve haver dispêndio de pensamento neste sentido. Há de se concentrar no nível de vontade, ou força de vontade, para sublinhá-la de modo a reforçar sua atuação, para isso se requer concentração. Vejam então que a concentração é voltada para com o corpo físico e para com o corpo mental, não há somente um objetivo na concentração mais variados, sempre levando em consideração estas duas vertentes principais. A concentração é por si um fenômeno mental, parte da mente e chega a alcançar o corpo, já que o sistema nervoso é quem comanda os movimentos. Organizar tudo de forma integral é bastante complicado já que existem variados fatores implicados na concentração, é constatado porém que a pessoa tendo o costume de praticar separadamente exercícios mentais de concentração desenvolve sua capacidade de tal modo que durante a concentração de curto prazo irá tirar mais proveito da mesma, a ponto de se concentrar mais facilmente com mais expansão.<br />
Qual seria entretanto o conceito de concentração? É viável incitar-se aqui esta questão, já que sendo uma palavra maleável está suscetível à distintas definições, diferentes significados por assim dizer. O que estou, digníssimo leitor, propondo aqui é devanearmos sobre o conceito de concentração, não de maneira sistemática ( modo que veementemente o leitor não encontrará neste compêndio. ) mas sim de maneira exploratória, intuitiva, construtiva e até artística, dando margem à um vagar criativo, para assim contribuirmos para a verdadeira consciência filosófica, e não tão somente absorver soluções e receitas prontas, não que estas não tenham seu valor e alto teor de veracidade. Tendo eu de maneira dispersiva me delongado em explanações à respeito da liberdade que encontrar-se-á no desenvolvimento dos textos torno a perguntar ao senhor: Quê é concentração? Concentração é o silêncio do pensamento, pensar em nada, o que respectivamente pode ser adquirido através da atenção que é pensar ou focalizar-se em alguma coisa. Estar em um quarto escuro com uma vela acesa, olhar fixamente a vela estando sentado numa postura ereta e confortável é uma maneira de meditar, prestar atenção na vela, e adquirir concentração para expandir a mente à outros estados de consciência. Esta é a meditação.<br />
Meditação, atenção e concentração são fenômenos que se intermedeiam para a expansão da consciência. Particularmente julgo que seja pouco precipitado discutirmos aqui sobre um tema deveras delicado, pois este envolve um fundo filosófico e ideológico bastante espesso. Na Yoga por exemplo é citado que existem diversos níveis de consciência, o que traz à tona a questão da realidade, pois consciência é a percepção que temos do mundo ao nosso redor, se por um acaso esta percepção muda: Quê quer dizer? Quer dizer que não conhecemos o mundo como um todo, e somente parte dele já que temos apenas uma janela aberta, digamos então que a consciência seja representada por muitas janelas de uma casa, se somente há uma aberta não veremos quê paisagens mais poderão coexistir no mundo. <br />
Concentração, no entanto, é o revés de meditação, pois incita um pensamento fixo, uma idéia constante, atenção voltada à um só foco. A meditação é o devaneio que permite o surgimento de qualquer idéia na mente, e os já citados níveis de consciência, é no entanto correto dizer que a meditação ajuda na concentração, já que o processo de concentração, numa primeira fase está relacionado com ela. Vejam agora a seguinte descrição de um processo específico de meditação:<br />
“Estava sentado confortavelmente numa cadeira, escutando música new age, com curiosos e distintos sons, procurei concentrar meus pensamentos em uma seqüência específica, repetitiva e cadenciada de maneira que se assemelhava à um mantran oriental, entremeando algumas preces. Com o objetivo de equilibrar minha mente, meu corpo e definir de maneira mais organizada necessidades, deveres e vivências, sem no entanto dissertar sobre estes últimos, somente intentar de uma maneira silenciar os pensamentos e prestar atenção na música, na escuridão e em minha própria imagem que se delineava em meio à pouca luminosidade do ambiente. Aos poucos senti a fluência de estranha energia do topo da cabeça, energia esta que perpassou por meu corpo até chegar aos pés. Após uma hora sentado, imóvel e totalmente relaxado, entretanto totalmente atento à imagem refletida notei que havia perdido completamente o senso de distância, era como se não existisse mais qualquer distância entre min e a imagem refletida, uma sensação bastante estranha, diferente. A cada passagem da música novas energias se adentravam pelo topo de minha cabeça, por momentos tudo se obscurecia à volta, logo tornava à clarear. Dentro daquela inconstância de tempo e espaço a visão começou a ficar não mais reta e direcionada, mas começou a tremer e direcionar-se oblicuamente, como se eu estivesse virando meu corpo de lado.”<br />
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B - Execução técnica.<br />
Após os momentos de concentração é necessário utilizarmos nossas imaginações ao nosso benefício, aqui é importante citar a importância das funções mentais para com o movimento corporal. De imprescindível importância para o êxito desta técnica de concentração é treinar a imaginação. Como poderíamos treinar nossa imaginação? Simplesmente lendo livros, geralmente os livros ideológicos como este que você têm em mãos são os piores tipos para esta empreita. Os melhores seriam aqueles que possuem contos e histórias, mais conhecidos como romances. Sabemos então que o treinamento da imaginação é essencial ao desenvolvimento da mesma, e com isso podemos nos imaginar melhor durante o período antecedente à uma competição. Há vários detalhes a serem imaginados neste momento de pura concentração, e um deles é justamente o tópico de execução técnica. Execução técnica consiste em uma serie de movimentos que devem ser assumidos durante as corrida ou durante determinada prova, movimentos estes que serão imaginados conforme o desenvolvimento da pessoa que irá competir, e conforme seu nível de instrução técnica. É verdade que cada pessoa corre de maneira específica, evidentemente como em tudo na vida não somos completamente iguais, mas, a pesar deste fato ser verdadeiro, ocorre que há determinadas posturas que nos ajudam a correr da maneira correta, alguns exemplos são: olhar para a linha o horizonte, movimento de braços, pisada em três fases: respectivamente calcanhar, planta e ponta dos pés, elevação dos joelhos no sentido da linha crânio caudal ou longitudinal, elevação posterior dos pés e seu ataque à frente. Estes entre outros detalhes são atitudes que devem constar em nossos conhecimentos e, para o melhor uso destas técnicas nos momentos antecedentes estaremos pensando e visualizando elas. É uma imagem corporal que se configura no campo do pensamento, o vasto e desconhecido cérebro, que é respectivamente a área do corpo humano mais oculta ao próprio dono desta máquina, parece uma paródia de caráter humorístico quando dizemos que nascemos sem livros instrutivos. Com isso somos levados a descobrir através de estudos tudo aquilo que é relativo à nós mesmos, dentre estas descobertas está a da influência das capacidades mentais para com o movimento físico. Este tipo de visualização faz com que o cérebro esteja mais ciente do que está ocorrendo com o corpo neste momento, pois deve ser feita principalmente durante o ato da corrida, mas pode também ser feita antes. É se possível correr pensando num problema de características exorbitantes referente ao trabalho, é de grande alacridade achar que este preocupado e cismado corredor vá correr melhor que o outro que está pensando e imaginando seus movimentos, pode ele até Ter uma crise de ataque nervoso com seus problemas e garranchos mentais. É de fato assunto discutível, pois determinado dia ouvi as palavras de um maratonista de elite que diziam que quando corria pensava em seu ritmo, passadas, dores e velocidade, notem que ele se concentrava, para nossa surpresa, até nas dores. Naquele momento parei a reconceituar qual era a real atitude mental de um corredor durante uma prova, pois imaginava que quanto mais volátil fossem os pensamentos de um corredor na prova melhor ele correria. Fato que se me apresentou err6oneo no momento em que ouvi aquelas palavras da boca de um corredor de elite, sua imaginação e pensamentos eram única e exclusivamente voltadas para aquele momento e para o que ocorria em tempo hábil, de forma conclusiva não meneava os pensamentos para o passado lembrando-se de fatos antigos ou ficasse pensando em coisas extrínsecas como um prato de comida chinesa, numa cama ou numa piscina. Sua mente tinha uma capacidade espetacular de concentração, o que não ocorre com muitos maratonistas, o que representa o mesmo fator de uma situação contraditória. É dito que o corredor de longas distâncias fica muito tempo executando movimentos cíclicos ou repetitivos, estes apresentam grande monotonia causando um grande vazio, na grande maioria das vezes corre-se sozinho, sem qualquer espectador ou outra coisa que venha incomodar, numa conclusão séria e pensativa diríamos que o corredor perscruta o vazio. O que é ponderação interessante, o vazio é a ausência de tudo o que é variado, relacionamos o monótono com o vazio, o monótono por certo existe, é repetitivo e cíclico como já dito. Por causa destas características a mente de um corredor é incitada a não se preocupar com fatos extrínsecos mas sim os internos, por isto diremos que ela volta-se para ela mesmo. Quê é a mente senão o pensamento? É o corredor levado a pensar, e consequentemente deve pensar em algo, pode ser desde seu corpo até a problemática existencial, o quê nenhum atleta de esportes de grupo poderia fazer já que não há solidão e monotonia ou vazio exterior em seus treinos. Há grande contraposição por parte do maratonista de elite anteriormente citado quando diz que se concentra tão somente em aspectos corporais, pois este outro em seu treino é levado à filosofar ou imergir em seu “mundo interior”. Qual seria o mais próximo à realidade? Os dois são possíveis? É contestável dizer que esportes cíclicos, solitários de longas distâncias incitam os processos mentais à trabalharem de maneira diversa?<br />
C - Execução estratégica.<br />
De grande importância nas corridas de fundo, sempre dizemos que o maratonista experiente é aquele que se desempenha melhor. Isto é devido ao fato de que ele têm uma boa estratégia e sabe exatamente qual o ritmo a ser adotado nos momentos pré-determinados. Assim sendo devemos também nestes momentos de concentração imaginar o quê será feito em cada quilômetro da maratona, tudo levando em consideração o que foi feito durante os treinamentos. Neste caso não basta apenas saber o que farei no Km. 21 por exemplo, devo imaginar, e para imaginar estas situações deve-se ser realista, sei que não tive bom desempenho nos treinos, igualmente minha imaginação deverá acompanhar a realidade que me segue. Os detalhes estratégicos de aumento de velocidade são imprescindíveis. Pode-se fazer isso vendo-me como se estivesse em um helicóptero, vendo todo o percurso de uma altura considerável, imaginando o que foi passado e o que falta, os torcedores gritando e incentivando, ou mesmo imaginar de perto: como se eu estivesse atrás de min mesmo, imaginando a força despendida, a sede, a dor e os adversários e finalmente a chegada triunfante. Saibam porém diferenciar imaginação de concentração, é bastante lógico que para que eu imagine de uma forma condizente aquilo que quero devo me concentrar, porém a concentração é cabível como já visto à diversos fatores. Concentrar por si só não implica em imaginar. Quero ressaltar que esta é a imaginação do que será feito, claro que é executada com antecedência, é possível que este exercício seja feito também, com o intuito de melhor otimiza-lo, durante os treinos que antecedem a prova. Com esta imaginação há melhor organização seqüencial dos fenômenos ocorridos durante a prova.<br />
É sempre dito que em quaisquer tipos de prova de fundo, seja de bicicleta, natação ou corrida é primordial dar maior ênfase à estratégia. Consta como sendo impressionante o fato de que atletas com melhores treinamentos não vencem porque outros com piores treinos utilizaram-se de melhor estratégia. Noutro dia, enquanto conversava com um colega, falou-me o mesmo enquanto referia-se a provas de ciclismo que a competição é como “um jogo de xadrez” trocadilho bastante apreciável quando constatamos que um jogo de xadrez é inteiramente relacionado às características mentais, como se não bastasse é um jogo extremamente complexo, e que valoriza exclusivamente os dotes estratégicos do jogador.<br />
D - Indiferença para com os adversários.<br />
Quando falamos em esporte devemos ter a consciência de que uma de suas funções é de sociabilização, integração e confraternização entre os participantes. A idéia de indiferença para com os adversários quer dizer necessariamente uma desvalorização dos mesmos, algo que dizemos a nós mesmos: - Eu sou o melhor! – Este fulano aí não me pegará! Assim sendo é um excesso de autoconfiança que devemos ter em nós mesmos, sabendo que treinamos arduamente para a competição não podemos ficar olhando sequer nos olhos dos adversários. É algo que vai contra as idéias citadas anteriormente em relação ao sentido social positivo do esporte, mas é isso que nos torna confiantes e acaba simplesmente com a moral dos adversários. Isto é na verdade uma idéia, é bastante sentimental e por isso não é algo para ser imaginado, mas que traz incrível vontade de vencer, pode-se imaginar passando por todos com grande velocidade ou algo que nos traga excelente confiança. [ Observação adjacente: No decorrer deste livro há diversas referências para com este aspecto da corrida, por si só a indiferença para com os adversários pode, eu disse pode portanto isto implica numa possibilidade casual, desmoralizar o adversário a ponto de diminuir seu desempenho psicológico e físico. Pode ser chamado de “frieza”, muitos atletas utilizam este recurso mesmo que de forma inconsciente. Interessante seria ressaltarmos que o próprio fato de se utilizar óculos escuros ou espelhados é uma maneira de se mostrar indiferente, já que assim se está ocultando a parte de expressão sentimental do corpo. Pode até ser recebido por parte de outros atletas como uma espécie de injúria, pois por certo é uma fatal desconsideração, por isto foge aos valores de integração e respeitabilidade condescende. O motivo de que este procedimento circunstancial está envolvido numa hipótese não segura é de que existem defesas para com este maléfico artifício, a defesa implica na utilização do mesmo recurso, o que irá predominar certamente será aquele que possuir maior força mental. Falamos aqui duma competição tão acirrada quanto a física: a mental. A lei é tal como era a lei do Egito antigo: “Olho por olho, dente por dente” uma conjectura bastante condizente com o assunto que tratamos, e repito de forma insistente aos leitores desprevenidos: há numerosas citações para com este procedimento, que num certo contexto pode ser considerado vil, e noutro excelente. Aqui termina-se este largo colchetes. ]<br />
Estes procedimentos são excelentes para trazer uma boa performance, mas nem sempre funcionarão, pois a pessoa deve estar treinada a fazer isso, não é de imediato que se consegue adquirir tamanha gama de processos mentais. Fato real é que a atitude mental que adotamos antes e durante uma prova influem não somente em nossos corpos como também na mente e consequentemente nos corpos ( Desempenho ) dos adversários. É tudo bastante relativo, pois quando estamos correndo e tomando como base idéias mentais totalmente positivas, às vezes fingindo estar bem condicionados e fazendo uma ultrapassagem fantástica influímos nos pensamentos da pessoa ultrapassada, de maneira que esta venha a crer que está muito mal.Pompeo Boninihttp://www.blogger.com/profile/17128125913209150593noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2679853150100587757.post-50692173058908253252009-05-12T17:01:00.000-07:002014-09-02T16:36:52.007-07:00CAP. 5- O DESGOSTO DA LESÃOCAP. 5- O DESGOSTO DA LESÃO<br />
União com a natureza:<br />
Correr através dos campos<br />
Correr através de matas verdejantes<br />
Leve sinto-me, numa contínua aventura<br />
Correr com o corpo<br />
Meu corpo é pleno em todos os movimentos<br />
Sou parte de toda esta natureza<br />
Correr com a alma<br />
Pisar em barro, terra, galhos, folhas <br />
Ultrapasso meus próprios limites<br />
Estradas, trilhas e pistas<br />
Me dão o prazer de uma linda paisagem<br />
Gosto de correr<br />
São pomposas as saudações que envio à todos que com esmero lêem este livro, não apenas por tão somente lerem com os olhos, mas também por sentirem e assimilarem com a mente e com o coração. São palavras agradáveis estas que são apresentadas no início destes pensamentos, justo porquê é bem-vindo o que é plausível, é plausível o que é bem-vindo e é bem-vindo o que é pensado. Faço um breve joguete de palavras para exprimir o quão grande é meu sentimento perante aquele que lê o que se escreveu, a leitura em seu contexto completo, e não ínfimo e mecânico como muitos o praticam.<br />
A corrida é um grande livro que se deve fazer, quê é a vida senão o próprio livro este de que falo? Sendo a vida tal como a corrida um livro vivemos escrevendo, incessantemente as frases são feitas, algumas delas porém, devem ser corrigidas por não haverem ficado com a devida harmonia. Um corredor portanto pode fazer um treinamento inadequado e por isso haverá de retificar seus erros num período de tempo posterior.<br />
Assim ocorre, vivemos fazendo coisas erradas tais como correr de maneira inadequada, posteriormente colheremos os frutos ou o que seja que tenha sido plantado. Pois se um treinamento ou mesmo alimentação é inadequada ocorre que mais tarde virão as conseqüências desagradáveis. O problema é que enquanto estamos fazendo uma corrida excessiva por exemplo, não nos apercebemos de que esta corrida está sendo desempenhada incorretamente, esta é justamente a função de um mestre, que ensinará o correto através da experiência adquirida por prática e/ou estudos. Sempre é interessante seguir os conselhos de um corredor que já passou por uma determinada situação, para que não sejam repetidos os mesmos erros.<br />
Bastante curioso este capítulo haver começado com esta espécie de poema, fato que a pesar de curioso intenta demonstrar toda a gratidão que tenho para com a corrida. Há um dito que diz que tudo em excesso faz mal, e é realidade que se não praticamos determinados procedimentos para prevenir as lesões estaremos sujeitos a ter uma, não é um presságio, mas simplesmente a mais pura realidade. É necessário tomar muito cuidado com as lesões, e, praticando alongamentos, colocando compressas de gelo, utilizando calçados adequados e correndo da maneira mais correta nos locais adequados estaremos ajudando em muito a prevenir as lesões.<br />
A corrida é fonte de inspiração, traz ao corpo e à mente grande harmonia quando bem executada, pois do contrário o desgosto e a tristeza serão companheiros inseparáveis, sem querer ser trágico, mas já sendo digo que quem corre de maneira errada não será uma pessoa plena. Tudo isso aprendi por experiência própria, quando me lesionei. Tendo que parar por meses de correr, o que me deixou constrangido por me obrigar a mudar alguns hábitos que tinha em minha vida ( correr especificadamente ).De certa forma a lesão me tornou uma pessoa triste não posso negar, aprender é a palavra que não constava em meu vocabulário, e correndo grandes metragens semanais passei a ser uma pessoa indiferente aos que não o faziam, mais ou menos me achando superior deste ponto de vista. Ser um atleta em recuperação me tornou uma pessoa mais tranqüila, parece que somente uma coisa destas poderia fazer com que eu parasse de correr desta maneira, chegando em casa às 11:30 da noite, após fazer treinamentos de natação e corrida. É lógico que o estado mental no que se refere à todos os seus detalhes de uma pessoa que pratica tanta atividade física semanal não é o mesmo que uma pessoa “normal”, os pensamentos parecem estar envolvidos por uma esfera de superioridade, e igualmente todas as relações sociais. É muito convincente chegarmos à esta conclusão já que correr uma média de 100Km por semana ou 120Km é algo bastante árduo e difícil, e as pessoas que realizam feitos difíceis devem ser pessoas não somente fisicamente preparadas, mas acima de tudo mentalmente fortes e muito concentradas em seus objetivos. Vontade é a palavra chave no que se refere aos maratonistas. De onde vêm tanta vontade? Seriam pessoas problemáticas? Falta algo ou há excesso no cérebro? Disse isto de maneira pouco atrativa, mas é algo interessante para se pensar: há uma porcentagem da população que se interessa em descobrir e experimentar os limites da capacidade física e mental do ser humano. Por quê fazem isso? É esta uma necessidade de todos os seres humanos? Qual seria a personalidade ou característica mental comum a todos os maratonistas ou corredores de longas distâncias? Haveria uma característica mental comum à todos?<br />
Tudo isto está dito de maneira que venhamos a pensar que o que provoca as lesões não são tão somente as corridas praticadas de maneira incorreta mas principalmente as atitudes mentais relacionadas à corrida.<br />
As lesões são sinais de que o corpo não agüentou os excessos da mente, ou poderíamos dizer que a força mental foi tão grande que o corpo desfaleceu. É sinal de que a força mental não tem tantos limites como possui o corpo, e que esta força não deve ser utilizada somente com o apoio dos sentimentos, mas principalmente com a ajuda do discernimento e da razão. Nisso tudo encontramos um tema muito interessante para debater, sem sombra de dúvida tanto o corpo quanto a mente possuem suas características peculiares, os corredores utilizam-se de forças mentais para efetuarem seus respectivos treinos. Quando a vontade é excessiva ocorre que o corpo não acompanha este desenvolvimento, de caráter mental, da forma devida. Foi dito que as características relacionadas ao pensamento não possuem limite, ao mesmo tempo que as mentais estão com seu limite estipulado. É uma idéia bastante condizente, já que o corpo é algo mais tangível ( por assim dizer: mais fácil de estudar ), é viável pensar que as lesões provém de um desequilíbrio do corpo para com a mente, pois o fato de um ser humano ter a capacidade de correr 200 quilômetros em uma competição diz certamente que quem o faz é uma pessoa de excessiva força mental, veja que outro corre apenas 100 e se lesiona enquanto que este primeiro não. Qual seria o motivo de tal fato? O desenvolvimento de forças mentais e corporais deve ser alinhado, contínuo e progressivo. Do contrário ocorre o desequilíbrio anteriormente citado. A indesejável lesão é incitada a partir do momento em que minha força mental é incomparavelmente maior que minhas capacidades físicas, assim descobriríamos que um do segredo do bom corredor seria reprimir a vontade de correr, o que muitas vezes é bastante dificultoso por tratar-se de um processo mental com o qual muitos sequer conhecem, e por isso não sabem dar-se com este tipo de situação. Para que o leitor não perca-se em devaneios citarei um exemplo de caráter prático: o corredor deve no início de um ano, visto de longo prazo, fazer o “treino de base”, entretanto este treino deve ser feito em velocidade devagar ou moderada, se sua força mental é demasiada ele irá querer aumentar a velocidade, e respectivamente lesionar-se-á devido ao fato de que seu corpo se encontra todavia débil à tamanha exigência mental. Por estes fatores devemos constantemente vigiar qual a atitude mental que tomamos nas corridas, comparando isso com nosso nível de treino.<br />
O desconhecimento ou a ignorância são grandes inimigos, estes podem provocar uma lesão bastante desagradável, veja que às vezes podem tratar-se de coisas simples porém importantes, que num prazo prolongado mostram a face da verdade, se é assim uma maneira concreta de expressar-se. Pois o simples fato de se correr em asfalto ou grama pode ser fato preponderante no destino de um corredor, o problema específico que tratamos aqui é quando este não sabe se existe ou não diferença entre correr neste ou naquele tipo de terreno, a desinformação é portanto algo de caráter negativo, que pode causar danos ao desenformado. <br />
Há também os informados insistentes, estes poderíamos classificar como “burros” no significado oculto desta palavra, já que estando eles sapientes de alguns erros que cometem, o fazem. Talvez por simples e sarcástico prazer, falta-lhes a consciência que abrange o maior prospecto da corrida: o futuro. Alguns detalhes são bastante incômodos, e através do tempo podem causar danos quase que, ou propriamente irreversíveis, outros destes detalhes podem ser mesquinhos, e também incômodos ao mesmo tempo, senão algumas vezes herdeiros de grande comicidade como veremos nos relatos das duas descrições que virão à seguir. Pode ocorrer de o leitor não os considerar como lesões propriamente ditas, como supostamente não os considera o autor, neste caso deveríamos aqui dividir todas estas maledicências e mal agouros em distintos grupamentos tais como:<br />
A - Lesões propriamente ditas.<br />
B - Fatos irrisórios, dignos de comicidade.<br />
A – Lesões propriamente ditas.<br />
Em termos gerais já abordamos sobre esta parte, sendo que trata-se de um desequilíbrio entre a força de vontade ou força mental e a força ou resistência física.<br />
B – Fatos irrisórios dignos de comicidade.<br />
Inserem-se aqui nossas sobrescritas descrições, não consideradas propriamente leões mas talvez como desgostos, porém se aprofundarmo-nos um pouco mais há de se ressaltar que uma lesão pode ser originada por divergentes fatores, e pode ser representada por diferentes fantasias. Não quero aqui ficar jogando com as palavras de forma desregrada, muito pelo contrário, explicar-me-ei: lesão seria tudo aquilo que é considerado malévolo, neste contexto um palavreado horrendo proferido à quaisquer pessoa é um tipo de lesão, podemos classificar isto como lesão mental, isso se este maldito palavreado afetar a pessoa à qual ele foi transmitido, pois cada pessoa possui um nível de receptividade diferente, podendo chegar ao nível de sequer dar importância ao fato, ou no lado oposto desta moeda a pessoa pode ver-se extremamente ofendida com o palavreado e chegar à tal estado de consternação que num ato de extrema excitação vir a pedir satisfações ou mesmo esbofetear a cara do originário negativo palavreado. Isso se deve ao fato de que cada pessoa reage e sente de maneira diferente às mesmas situações. Pode como vemos um mal educado facto originar diferentes reações, estas são as fantasias de que falei anteriormente. Inseridos neste contexto apresentarei duas descrições, estas que devem respectivamente sendo bastante esperadas por parte do leitor, já que à tempos estão sendo comentadas sem no entanto descritas. Aqui vão:<br />
“Me preparei para correr num ato de grande organização, de forma metódica amarrei o tênis, arrumei o shorts, disc-man e cronômetro zerado. Após os alongamentos devidos iniciei a corrida de forma leve e solta num percurso entremeado na cidade já determinado, correndo pela cidade cheguei até uma praça específica, no trajeto pensei ser bastante interessante ir àquela praça pelo fato de que lá encontrar-me-ia com outros corredores. Chegando vi que realmente haviam outros correndo alegrei-me com isso, velocidade moderada pois faço o período de base, espero que consiga controlar bem a velocidade. Logo surge correndo ao redor da praça, tal como faço eu, um outro corredor, bastante conhecido por min, conheço-o de vista há tempos e sei que é bastante rápido, não me contento nesta velocidade e aumento bastante, na medida do possível é claro. Surge-me uma dor desagradável em um dos dedos do pé, neste momento pensei ser uma bolha ou algo semelhante, desvio meus pensamentos que somente por breves momentos ficaram atidos à esta dor. Minha atitude é de total indiferença para com quaisquer pessoas que estejam em meu trajeto. Ao terminar o treino, já em casa me deparo com uma horrenda visão digna certamente de receber críticas: a meia do pé em que me doía o dedo se encontra ensangüentada, constatei após algumas exclamações e espasmos mentais que a unha ficava raspando no dedo que se encontrava ao lado e assim se abriu uma ferida que sangrava continuamente. Parecia porém que a meia fora embebida em tintura, tamanha era a sorte de líquido sangüíneo que nela se incrustara.”<br />
Quê concluímos nós desta descrição? Baseados nos preceitos deste capítulo diremos que o corredor tentou se manter numa velocidade moderada, pois sabia que se encontrava num treino de base, porém sentindo-se desafiado por um velho conhecido de vista aumentou consideravelmente a velocidade, erroneamente já que sua vontade está neste caso em estado superior ao seu corpo. Outro fator interessante é que este corredor precisa urgentemente cortar as unhas dos pés, para que não se machuque desta maneira, é ciente do que se há de fazer, e se não o faz é por lapsos de ignorância, se desconhecesse a causa de seu sofrimento tudo seria devido à falta de informação, porém conhece a causa e deve estripai-la. Provavelmente não seja esta uma descrição deveras cômica por haver muitas citações relacionadas à sangue e sofrimento, mas devemos nos certificar que é certamente um caso de detalhe. Há portanto algumas lesões que são originadas por detalhes ou nuanças que não nos apercebemos, e que causam situações desagradáveis. Gostaria de saber por parte do leitor se este considerará o caso seguinte como um detalhe ou uma impróspera e estratosférica tragédia...<br />
“Mais um dia de corrida, aprontei-me rapidamente e me dirigi ao parque. Por curiosidade um dia de bastante chuva, certamente alguns corredores aventureiros lá se encontravam em seus atos prodigiosos senão até comunistas, se é que assim posso dizer pela grande força de suas persistências. Alongamentos à parte se iniciou o treino. Foi de grande surpresa quando notei que à medida que corria meu shorts caía, não posso dizer porém que fora este somente um fato surpreendente como também estapafúrdio ou infeliz. Após poucos quilômetros já me adaptara à nova situação, pois inventei neste meio tempo uma técnica apropriada para que o shorts não caísse por inteiro, esta consistia em manter uma das mão bastante perto do shorts já preparada para levantá-lo. Minha Segunda preocupação ( inventar esta artimanha fora a primeira ) se tratava de fazer isso de certa maneira que ninguém se apercebesse o que estava sendo feito, o que na realidade era bastante difícil por eu não ter mãos invisíveis. Sem temer outros transtornos prossegui o treino firme e forte, me arrependendo sinceramente pelo azar de ter pegado este shorts digno de comicidade da gaveta. Para meu alívio era um dia de bastante chuva, me sentia agraciado pelo fato das pessoas fugirem deste fenômeno climático, do contrário estaria eu numa cilada.”<br />
Julgo que seja uma descrição bastante interessante do ponto de vista técnico, já que tratamos aqui de lesão, ou mesmo lesões desgostosas, assim podemos constatar com grande facilidade que esta tratar-se-ia de uma lesão moral, já que o corredor sentiu-se malogrado com a situação em que se encontrava, pois tinha bastante receio de que outras pessoas se apercebessem de sua inusitada situação, e se aproveitassem disto para caçoar de sua pessoa. Com grande sorte isto não ocorreu, a chuva lhe salvou por assim dizer, notamos com bastante discernimento nesta altura de nossas dissertações que há lesões tanto morais quanto físicas, no último caso não ocorreu uma lesão propriamente dita, mas somente o receio de que uma pudesse a vir à tona, e ainda assim dependeria da receptividade do corredor como já visto anteriormente. Pode haver o fato de uma lesão física ser acompanhada por moral, como considero eu numa ocorrência que veremos a seguir:<br />
“Estava lá eu meado numa competição, o objetivo era completar num ritmo moderado, já que estava ciente de minhas condições, que não eram as melhores por falta de treino. Tinha bastante persistência, quase ao final dos 15.000 metros aproximou-se de min um rapazote bastante baixo e gordo, que me disse algo de extrema baixeza e num ato jogou-me água, fiquei com isto extremamente indignado, e respondi-lhe à altura, continuando minha corrida, porém já tendo perdido com isso toda a concentração e estando certamente me sentindo mal com isso.”<br />
Podemos ver com tudo isto que fora explanado que houve neste caso dois tipos de agressão por parte de um baixote gorducho, que num ato refutável de total imprudência fizera tudo isto o que não vejo necessidade de repetir, ocorreu que o corredor respondeu-lhe à altura, tratou-se certamente duma lesão mental ou moral e a partir do momento em que a água lhe fora mau vinda uma lesão física, assim está dito lesão mental e física. Para que cheguemos à uma conclusão útil neste caso, que na realidade não é nem um pouco cômico devemos perguntar quais deveriam ser os procedimentos do corredor. Creio que no Capítulo 4 na parte de Indiferença para com os adversários encontramos a resposta, iríamos utilizar o que poderia ser chamado de indiferença para com a platéia, ou para com os infames para ser mais específico. O atleta é por assim dizer indiferente para com tudo e para com todos, não se envolve psicologicamente com nada que está ao seu redor, uma pessoa fria e meticulosa, privada de sentimentos, assim seria o atleta ideal para se esquivar destes tipos de acontecimentos. Pode parecer bastante estranho, mas esta é uma solução bastante apreciável.Pompeo Boninihttp://www.blogger.com/profile/17128125913209150593noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2679853150100587757.post-20627512863932667672009-05-11T17:02:00.000-07:002014-09-02T16:36:34.020-07:00CAP. 6- O GRANDE PROBLEMA DO DIA A DIACAP. 6- O GRANDE PROBLEMA DO DIA A DIA<br />
Em quê consiste o seu aporte de atividades diárias? O quê você faz? Qual é o benefício ou ganhos que você consegue com as coisas que faz? São positivos estes ganhos, ou negativos?<br />
Começando este capítulo com esta série de perguntas quero trazer uma série de temas que muitas vezes não paramos sequer para refletir, que são na verdade as coisas mais importantes de nossas vidas: o que estamos fazendo delas. Não trata-se de um interrogatório inquisitivo. É interessante notar como muitas vezes fazemos algo que achamos fazer bem e na verdade faz mal, ou em outras vezes ocorre de sabermos que determinada coisa faz mal, mas o fazemos pelo prazer que isso nos proporciona. Pagamos o preço do prazer por assim dizer, exemplos clássicos seriam as drogas como bebidas, cigarros, ópio entre outras diversas. Ocorre da mesma maneira na corrida, pois há corredores impertinentemente insistentes que, enquanto podem estão correndo, mesmo sabendo que a corrida está provocando um mal ao seu corpo, este é um erro muitas vezes cometidos, já que no caso referido há prazer em correr, e o prazer é tão grande que chega a superar a dor que provém do treino. São por assim dizer dois lados opostos: o positivo e o negativo. Isto tudo são as causas de micro-fraturas ou tendinite, e um médico ou treinador assim diz: - Você teve este problema porquê correu muito em asfalto – Não, não meus amigos leitores, eu diria sim que o problema em si não proveio do fato de correr-se muito em asfalto, mas sim da excessiva vontade de correr, vontade esta que é vinda do prazer de correr, poderíamos comparar como uma overdose de drogas, este é o dito overtrainning, que causa o desgaste excessivo de articulações, músculos e ossos. Muitas vezes portanto, quando pensamos adquirir ganhos positivos com a atividade física nos ocorre o revés, ou seja, malefícios dos mais diversos se apoderam de nosso ser. Por isso diz-se que um atleta nem sempre é sinônimo de saúde, pois este visa primordialmente a vitória, e pouco se importa com conseqüências posteriores. O típico exemplo que retrata isto de que falo aqui é o fato de muitos atletas de diversos esportes se aposentarem em decorrência de uma grave lesão adquirida por motivos diversos, mas que seguramente não viriam a aparecer se estes não se preocupassem única e exclusivamente com o caráter competitivo da atividade físico. Preste muita atenção ao nível de atividades físicas que você pratica, não a curto prazo, mas sim a longo prazo, pois no decorrer dos anos construímos ou destruímos nossos corpos. Comparo aqui à uma casa, que precisa ser acrescentada em detalhes, muitos, ao invés de se preocuparem com estas nuanças chamam a demolidora e acabam de uma vez por todas com a edificação. Assim vemos que a casa de nosso corpo deve ser constantemente valorizada com bastante presteza. De quê forma? Simples e fácil: tomando os devidos cuidados, e não caindo na influência enganosa da sociedade competitiva, veja como: alongue-se da forma devida e não sobrecarregue-se.<br />
Direi que fomos envolvidos por este tema de uma maneira bastante simplista, porém não lubridiados, pois muitas vezes a simplicidade é a base de um proceder correto e aceitável, quero colocar que no que concerne aos preceitos estabelecidos pelas nossas metas deve-se Ter bom senso e discernimento para fazer o certo no momento certo.Pompeo Boninihttp://www.blogger.com/profile/17128125913209150593noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2679853150100587757.post-1375663978920416472009-05-10T17:02:00.000-07:002014-09-02T16:36:16.807-07:00CAP. 7- OS SONHOS TÃO ALMEJADOSCAP. 7- OS SONHOS TÃO ALMEJADOS<br />
Quem nunca chegou a falar que seu sonho era completar uma maratona? Ou então ouvir alguém dizer isso? Quando dizemos assim a palavra sonho está colocada de uma forma a querer dizer desejo ou vontade, na verdade eu quero completar uma maratona, mas como é algo ainda um pouco distante de minha realidade eu digo que tenho o sonho de completar a maratona. Por quê a idéia de sonho está relacionada a algo que está distante? A resposta a esta pergunta está justamente na análise que podemos fazer dos sonhos.<br />
Os sonhos são sempre coisas que estão, ou parecem estar, distantes de nossa realidade, geralmente com temas extravagantes, exagerados e ficcionais. Por isso achamos que são histórias ridículas, que muitas vezes não fazem sentido. O grande problema é que sempre que analisamos um sonho utilizamos como ferramenta para este feito nossas razões, e a razão possuí algumas limitações que fazem com que não entendamos como funcionam os sonhos. O sonho seria neste caso uma expansão da razão, assim, quando estamos sonhando estaríamos entrando em nossa verdadeira consciência, o quê os psicólogos chamariam de sub-conciente. Nós mesmos somos o subconsciente, que se forma a partir de vontades e sentimentos que de certa forma não são visíveis à luz da razão. Este é o motivo que faz com que os sonhos pareçam ser tão estranhos e enigmáticos.<br />
Se pudéssemos realmente entender o quê querem dizer os sonhos, poderíamos nos entender de maneira mais completa, e assim facilitar o entendimento de nossos sentimentos em relação ao mundo que nos cerca.<br />
Já tive diversos sonhos em que estava correndo, e creio ser isso um fato comum aos corredores, são sonhos estranhos, mas que mostram como gosto de correr. Certa vez voltando de uma viagem que havia feito para disputar uma maratona sonhei que estava correndo em outra prova, é muito cansativo pensar que após correr 42Km 195mts. você vai dormir e inesperadamente sonha que continua correndo, fato que mostra como a realidade mental é bastante diferente da corporal, pois a mente suas vontades e pensares ainda estavam extremamente ligados à corrida, enquanto o corpo tentava se recompor.<br />
Correr é portanto um processo acima de tudo mental. No intuito de expandir os conhecimentos acerca dos sonhos, iremos aqui procurar dividir este assunto em diversos tópicos, assim como são retratados:<br />
A ) Mistério e desconhecido. <br />
Chegada a broma anterior volvamos agora a discutir causas mais sérias, tal como o mistério que envolve o corredor. Quê seria este mistério? Proveniente do medo e do desconhecido é aquilo que chamamos de mistério. Particularmente tenho grande fascinação pelo mistério, mas, não só eu como a essência do ser humano possui algo de atração pelo mistério, É fato quer por ser desconhecido é algo que merece de nossa parte a maior precaução possível, pode tratar-se de algo hostil e perigoso. Quando crianças temos em geral medo do escuro, e não muito estranho ocorrer esta sensação quando adultos, pois acostumados ao berço da cidade, tememos algo no que se refere à escuridão solitária de uma selva inóspita. Alguns fatos que ocorrem em nossas vidas muitas vezes são dignos de serem relacionados com o que dizemos ser mistério ou situações estranhas, e muitas vezes estas ocorrências estão relacionadas com os sonhos. Na verdade durante os sonhos são colocadas todas as nossas sensações do dia a dia, porém é muito misterioso deparar-se com uma premonição em um sonho. <br />
Vejam a seguir a seguinte descrição:<br />
“Estava na cidade de Curitiba, região sul do Brasil, especificadamente na casa de um primo, nunca houvera corrido uma maratona antes. Era eu um garoto ainda, com meus 17 anos de idade, e estava realmente bastante excitado com a idéia de completar uma maratona. Havia também um certo nervosismo. Um dia antes da prova tive uma diarréia, e num momento achei que aquilo iria acabar com minha resistência física, mas do contrário, após fazer todas as necessidades saí muito mais leve, parecia inclusive haver passado um suposto estado febril juntamente com a diarréia, fato que julguei de suma importância para meu bem estar físico. Havia chegado a noite antecedente à prova, não constava com quaisquer experiências deste porte, dormi. Ao despertar no dia seguinte recordei-me claramente do sonho que houvera tido: ficava conversando em inglês não sei com quem, sonho que no momento julguei ser sem importância, já que não domino esta língua tampouco utilizo-a com freqüência. Finalmente a maratona, correr e correr, era um sonho que estava se realizando, foi de surpreendente cunho a constatação de que no quilômetro 30 havia um posto de frutas, me recordo com perfeição: eram gomos de tangerina, fiquei muito satisfeito com a reposição, esta que meu corpo há muito pedia, quedei-me impressionado com o fato de haver um estrangeiro que gritava em inglês palavras e frases de estímulo, no exato momento revidei os gritos com palavras proferidas no último volume que me era possível: - I am a runner – Every body is running to arrive! Acreditei ser aquele fato digno de conotação, acontecimento extraordinário”<br />
Descrição bastante larga esta meu caro e bom leitor, que até parece retratar factos adicionais além de nossos interesses, porém o motivo de toda esta parlaria está relacionado justo aos nossos estudos, que ao mesmo tempo que requerem determinada especificidade não fogem à grande abrangência de outros possíveis assuntos de igual valia. Assim sendo, nosso objetivo inicial é discutir sobre o mistério que podem provocar os sonhos, ou mesmo as chamadas premonições, que assustam o homem enquanto ser humano por serem de pouca ocorrência, e consideradas como meras coincidências.<br />
Na parte da diarréia peço que os leitores, além de terem tido a paciência de haver lido, tenham a resignação de esperar até chegarmos ao capítulo 8, tópico D, onde comentaremos algo relacionado às necessidades fisiológicas. Sendo assim este assunto estará enterrado por agora.<br />
Retornando aos nossos dizeres anteriores, o mistério é o desconhecido. Há uma pergunta que parece querer se esconder de nossos olhos tal como se esconde o mistério: Pode o mistério ser conhecido? Nunca, esta seria a resposta mais cabível, pois se ocorrer de descobrirmos os mecanismos do mistério, este então não será mais mistério. A criança que se julga mais esperta acaba, de forma muito perspicaz descobrindo que o Papai Noel era uma representação de um personagem, porém no mesmo momento em que faz esta descoberta desaparece todo o mistério que estava envolto a figura deste personagem. Assim é tal como ocorre com a ciência, que descobrindo uma verdade passa a julgar que aquele fato que inicialmente parecia estranho é na verdade muito simples, lógico e às vezes não entendendo sua incompreensão anterior à acontecimento de tamanha simplicidade. Não se sabia exatamente o motivo de as coisas caírem para baixo, some te quando foi proposta a lei da gravidade por Isaac Newton ocorreu o que é chamado de explicação.<br />
Pois, nós leigos não entendemos muitas questões, mas já é grande progresso construirmos tais perguntas, pois assim não ficamos jogados como baratas tontas, em que a natureza comanda os caminhos sem sequer que nós entendamos o que está acontecendo.<br />
Muito provavelmente este assunto esteja ficando um pouco confuso, deveríamos então discutir de uma forma mais simplista e objetiva, pois então perguntem-se vocês caros leitores os motivos de uma premonição. Para quê serviria tal poder mental? Talvez adiantar-se no tempo seja uma verdadeira loucura, mas uma coisa posso Ter certeza, é acontecimento intrigante e bastante escasso, que na menor das hipóteses serviu-me para trazer uma alegria momentânea e um grande estímulo para continuar correndo.<br />
Os sonhos são por certo uma expansão da consciência humana. Seriam eles a expansão ou o estado de vigília seria uma repreensão da consciência? Esta dualidade de idéias nos faz perceber e ter a seguridade de que há uma diferença entre estar acordado e sonhar, a premonição é um fenômeno que se insere no campo da parapsicologia e dá margem a interessantes divagares, tais como a concepção de tempo que foi definida pela humanidade. Somos, por via raciona, induzidos a pensar que mediante o fato de conceber-se o futuro antes que ele ocorra é um mistério, isto somente porque não conhecemos os mecanismos psíquicos que compões e arquitetam este processo. É deserto viável crer que o sonho sendo uma evasão da psique humana, durante à noite estaríamos muito suscetíveis à maiores níveis de consciência, entendendo esta consciência como uma realidade mais abrangente. Assim a mente se desfragmenta e não se restringe ao tempo presente.<br />
Do contrário poderíamos nos basear na suposição e que não se tratou o caso supraescrito de premonição, mas sim de um contato ocorrido no presente, o suposto “inglês” já estaria durante à noite psiquicamente ligado, entretanto só demonstrou este contato no outro dia. Assim não seria previsão do futuro, mas sim uma maior sensibilidade à realidade. <br />
E assim se passa com os corredores uma gama de sensações, pensamentos e sentimentos que em muito ultrapassa a mera corrida, atingindo patamares estratosféricos da psique. A consciência humana por certo é maior da que pensamos ser, e por mais inconcebível que possa parecer, disserta-se ainda sobre as concepções de tempo e espaço, e ao maratonista isto é o que mais interessa já que ele corre mediante estes dois princípios.<br />
O tempo e o espaço não são importantes para a consciência, mas sim para os horários de chegar ao serviço, almoçar, jantar, ir ao cinema, jogar futebol ou iniciar um treino. Ironicamente à consciência profunda nada disto importa, não existe tempo à ela: Uma lembrança é o retorno no que decidimos conceber de tempo, a ansiedade é a ida ao futuro, sendo então o tempo maleável e suscetível às mudanças pela consciência ele não existe. É como dizer que um quadrado pode se transformar num círculo e logo num triângulo, logo ele não existe, ou pode existir se assim acharmos. Os sentimentos são o que definem a realidade, fico entusiasmado com a idéia de que um filme gravado à anos, ou um livro escrito à centenas de anos pode provocar prantos, lágrimas ou risos e gargalhadas. Isto simplesmente provaria a inexistência do tempo, ou de sua importância. <br />
O espaço é flagrado sem importância quando diz-se que sonhou-se com uma realidade antes que esta ocorre-se, concebe-se assim que se minha consciência se aliou com outra sem que se precisasse viajar ou se deslocar fisicamente que não há importância no espaço, ou que este inexiste. As implicações destas concepções filosóficas trazem-nos concepções divergentes das quais nos adaptamos, e por isto causam grandes impactos em nossas acepções. Pode o corredor já sentir a psique de outros corredores que estão mais à frente? Uma lembrança durante a corrida pode lhe trazer mais ou menos forças? Para a mente não há importância de tempo ou espaço, mas para o corpo sim, acontece que enquanto se corre a mente pode estar deslocada à outras realidades, tempos ou lugares e isto por certo terá repercussão crucial no corpo.<br />
Corremos atrás de sonhos durante toda a vida! Sempre queremos atingir metas, alcançar objetivos, isto é sonhar. Sonhamos durante toda a vida. O sonho é a formação prévia de uma idéia em nossas mentes, ou seja algo que vêm do futuro ao presente, particularmente achei bastante peculiar a idéia já proferida daquele que sonha completar uma maratona, o que é um feito relativamente difícil. É então uma futurização de seus pensamentos, a realidade já entrou no campo da consciência, e se ele já está “sonhando” para a consciência esta idéia já é uma realidade. O grande equivoco é que quando falamos na palavra “idéia” imaginamos como algo que está distante, algo surreal, abstrato, fantasioso, em suma: algo irreal. Acontece entretanto que as idéias são tão reais quanto são os pensamentos, são definidas pelo mecanismo da razão, e por certo para a consciência elas são as coisas mais fidedignas que possam existir, mais real que a realidade que nos cerca, justamente por isto cada pessoa vê o mundo de uma maneira diferente, os loucos acreditam tanto em suas idéias que esquecem-se do mundo “físico”. Quem disse que nós não somos iguais à eles? Confiamos piamente em nossas idéias ou a designamos como sonhos no intento de convencermos de que são coisas distantes?<br />
Ninguém têm um sonho. A pessoa não deveria dizer: eu tenho tal sonho, mas sim eu sou este sonho. Já que é assim: Eu sou o sonho de correr uma maratona. Ou: Eu sou a idéia de correr. Entramos supostamente no campo das idéias de Buda, que disse que os seres são o que pensam. Mediante esta linha de raciocínio proponho uma pergunta: Somos a consciência ou o corpo? Seria o corpo mero instrumento da consciência? Eu penso logo existo? Ou: Eu me movimento logo existo?<br />
Nesta duvida existencial é possível tomar como base o movimento como a existência do ser, já que movimentando-se têm-se a percepção do corpo no espaço e do corpo para com o próprio corpo. Quê seria então do sonho? Uma alucinação e distorção da realidade?Pompeo Boninihttp://www.blogger.com/profile/17128125913209150593noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2679853150100587757.post-91381394814491152202009-05-09T17:03:00.000-07:002014-09-02T16:36:01.837-07:00CAP. 8 - A CORRIDA E SUA GRAÇA.CAP. 8 - A CORRIDA E SUA GRAÇA.<br />
Um corredor contempla estupefato a beleza e magnitude do mundo em que vive.<br />
<br />
Obrigado espírito altruista!<br />
Força que se expande de meu ser<br />
Me parece tudo uma prenda<br />
De alma renovada me sinto ao correr<br />
Cantar os pesares minha alma manda<br />
Vários e distantes lugares posso ver<br />
Ao pensar em tudo o que anda<br />
Aqui de verdade minha felicidade pode tanger<br />
Se tudo o que me cerca manda<br />
Proclamo então a ajuda que você têm a oferecer<br />
Abasteço-me de tua oferenda<br />
E rio do que pode acontecer<br />
Não se tratando este de um livro quaisquer, devo dizer primeiramente neste capítulo que a corrida não se restringe a aspectos meramente competitivos, sua abrangência é muito grande. A discussão sobre este assunto pode portanto ser de uma gama infinitamente variada, nossos objetivos são igualmente variados, ou seja, discutir e refletir sobre este assunto de maneira que venham a ser abertos novos caminhos e possibilidades de pensamentos. Toda a graça e leveza que existem na palavra de um poeta também existem no prazer de correr.<br />
Quando corro sinto algo bastante agradável, isso ocorre principalmente quando estou correndo em um ambiente que tenha contato com a natureza. Sinto-me parte integrante de um todo maior. Vejam as seguintes insinuações, tratadas através de diversos temas que talvez possam interessar ao ávido leitor, e nunca interessariam ao leitor enfadonho, que é justamente aquele que não sabe exatamente o motivo de estar lendo algo, sem mais delongas entremos de forma direta com os temas:<br />
a) As paisagens<br />
b) Sentimentos ideológicos<br />
c) Sentidos físicos<br />
d) Necessidades fisiológicas<br />
A - As paisagens.<br />
“Correndo em uma trilha projetada no meio de uma espessa mata, o medo de aparecerem cobras ou outros animais perigosos me envolve por momentos, este medo é uma sensação passageira, que faz parte de meus instintos animais, instinto de sobrevivência. A imensa beleza natural que me cerca é algo que me faz vibrar por dentro, cada árvore, os sons dos pássaros e o arfar das árvores, plantas exóticas como as interessantes Bromélias, tudo parece estar na mais plena harmonia. O sol não entra através da espessa mata, somente em alguns pontos.” <br />
Este é um breve relato de coisas que me acontecem enquanto estou correndo, são visões que tenho tão atraentes como é a natureza, há entretanto um forte sentimento de integração com a natureza, como se você enquanto estivesse correndo e fazendo todo o esforço que pode fazer estivesse na verdade se comunicando com a natureza. É muito interessante notar como este sentimento de integração é importante, e que na realidade faz com que cada corredor de longas distâncias não esteja exatamente solitário, estando ele onde está. As visões que temos enquanto corremos pela natureza podem ser das mais variadas, desde visões deslumbrantes até visões monótonas. Uma paisagem por exemplo à 2500 metros de altitude é algo fantástico e inesquecível, aumentando ainda mais o sentimento de integração, montanhas e montanhas lá em baixo, acima das nuvens um corredor contempla estupefato a beleza e magnitude do mundo em que vive. Para dizer algo a vocês leitores quero documentar fato bastante relevante nestas humildes linhas a que me proponho a escrever: os seres humanos que vivem em nosso planeta não vivem de verdade... Quê é viver de verdade? As pessoas não têm noção da amplitude do mundo em que vivem, o esplendor de uma grande paisagem é algo que não se compara às nossas vidas na cidade, para dizer o correto a cidade ao mesmo tempo que pode ser considerada um grande progresso do homem pode ser também dito que a mesma em que você e eu vivemos é algo que criamos para distorcer a realidade do mundo, vivemos portanto fora da realidade, o que é um erro já que nossos corpos fazem parte da natureza. Assim sendo: os humanos não têm uma idéia correta sobre o lugar em que vivem, e, se pensarmos de forma mais abrangente iremos chegar ao universos, e consequentemente às questões que são relativas à filosofia. Sendo estas visões belas um grande estimulo para correr há de se ressaltar que o ato de olhar para uma linda paisagem estando parado sentado ou em pé é completamente diferente que correr e ao mesmo tempo olhar à esta mesma paisagem, pois a impressão que se têm é que a corrida é uma transformadora dos sentimentos humanos. Você têm aquele sentimento de união com a paisagem, bastante agradável este sentimento. A visão é portanto algo que é como um tesouro para o corredor, imagine que alguém corra 42 Km ou até mais e no final encontre uma paisagem maravilhosa, parando de correr olha à esta paisagem e sente-se premiado por todo o esforço realizado. Você acha que os sentimentos e sensações deste corredor são os mesmos que os do turista que decidiu ir até aquele lugar de carro? Além de poluir o ar limpo da natureza com bióxido de carbono este turista não pode contemplar a paisagem da mesma maneira que nosso personagem corredor, tantos sentimentos e sensações que é necessário agradecer à corrida por tantos benefícios que nos traz. <br />
B - Sentimentos ideológicos.<br />
Além das visões e sentimentos relativos à esta que temos enquanto corremos, existem outras coisas como os sentimentos decorrentes de idéias voltadas à própria natureza. Estes serão os sentimentos ideológicos. Tentarei me explicar: Há o medo de animais vorazes aparecerem, e este é um medo real, pois é algo que pode realmente ocorrer, a mente humana porém é muito rica em criações pessoais, vemos isso claramente na cultura popular, que logo cria seus deuses, demônios, anjos, bichos misteriosos entre muitos outros personagens. Por quê ocorrem estas criações? São seres que vêm da natureza dos sentimentos e medos dos seres humanos. Veja a seguir a descrição de alguns sentimentos e pensamentos que me ocorreram durante as corridas que pratiquei totalmente inserido em uma mata:<br />
<br />
“Estou correndo em velocidade rápida, a natureza parece ser grande amiga minha, tenho a impressão que de certa forma estou me comunicando com ela, porém nem todas as sensações me são agradáveis, está começando a escurecer e ainda estou bastante longe de meu destino, por isso tenho medo que escureça e eu fique perdido na mata, pois com o escuro nada se vê. Há uma sensação que parece se apoderar de min: me sinto vigiado, talvez esta sensação seja devida ao grande tempo que me encontro solitário nesta mata, mas não consigo me desvencilhar desta sensação, parece que estou sendo vigiado ou perseguido por alguém que não quer ser visto de jeito nenhum. Por instantes penso Ter visto algo, mas não é nada, somente uma sombra. O medo ou esta estranha sensação também vêm quando escuto distantes sons ou vejo o vento brigando com as folhas das árvores.”<br />
Seria uma paranóia este sentimento de perseguição se analisarmos do ponto de vista de um homem da cidade grande, mas o que acontece é que isso está devido à própria natureza humana, que quando se encontra solitária por muito tempo em lugares distantes passa a criar coisas, são artifícios que até hoje não descobri os motivos. Além desta idéia, muitas outras podem ser criadas na cabeça de uma pessoa que corre, estas poderiam ser relativas à outras pessoas, não somente relativas à medos, mas também a outros sentimentos. Sábado, 10 de Novembro de 2001 Nós não conhecemos portanto quais são exatamente os artifícios de nossas próprias essências, ou seja: os recursos que o cérebro utiliza nestes momentos de solidão. Eu diria que não é exatamente um momento de solidão propriamente dita, já que há o sentimento de integração com a natureza, que é um sentimento pleno e bastante apreciável, sem comparação com outros sentimentos. Mas, como vemos na cultura popular há uma série de invenções ideológicas, que são descritas através de lendas e ditados que visam deturpar a realidade. Mas ao mesmo tempo que distorcem o real, este imaginário tenta explicar algumas coisas que não têm explicação, por exemplo: o medo de estar sendo vigiado é um medo que não têm fundamentação já que racionalmente sabe-se que se está sozinho, ocorre que este medo não provém da razão e sim dos sentimentos, e sabemos que a razão na maioria das vezes não é compatível com os sentimentos. O motivo dos sentimentos estarem alterados desta maneira talvez seja a ausência de companhia humana, já que estamos tão acostumados a conviver em grupo. Na verdade conviver em grupo é também uma forma de alienação do mundo, pois assim não experimentamos todas as possibilidades existenciais, e viver solitário é uma destas possibilidades. Portanto para conhecer o mundo e a nós mesmos devemos experimentar tudo o que for possível, neste sentido, o corredor solitário que corre na natureza é um pouco mais completo que as pessoas que vivem em grupo, pois ele sabe exatamente quais são os sentidos, sentimentos e pensamentos de uma pessoa que passa muitos momentos em solidão.<br />
Há, como já foi citado anteriormente, muitos outras idéias que podem vir à tona enquanto um solitário corredor empreende sua jornada infindável. Veja a seguinte descrição feita por um corredor que mostra toda a sua ligação sentimental no que se refere às relações entre os seres humanos, comprovando ainda a influência da corrida de forma bastante forte nestes pensamentos:<br />
“Quando estou correndo muitas vezes me encontro pensando em outras pessoas, e conforme penso nelas e nos sentimento que tenho para com elas penso também em min, no que estou fazendo. Meus esforços são de certa forma voltados para as pessoas que gosto, me sinto pleno em relação ao mundo todo. Minha mente se entretém por períodos longos pensando nestas pessoas, assim como meu coração que despende grandes laivos de sua energia sentindo por estas pessoas sentimentos que até então não me afloravam à margem de minha consciência”<br />
É admissível a teoria de que a corrida faz com que os sentimentos humanos se tornem muito mais verdadeiros e complexos, não se restringindo apenas a palavras e frases efêmeras, que tantas vezes não retratam as verdadeiras raízes de nossos corações. Por quê vemos tantos maratonistas chorarem de emoção nos finais das provas e competições? Não é tão somente devido às causas biológicas, de dores e de esforço físicos, níveis de lactato exageradamente alto, mas sim, às idéias que estão passando na mente deste corredor no momento em que corre, na ligação mental que este possui ou crê possuir com a platéia que o aplaude entusiasticamente. Nas pessoas em que está pensando, que porventura o ajudaram em seus treinamentos, no técnico e em quaisquer pessoas com quem tenha relações sentimentais. Portanto há, de fato, variadas criações ideológicas por parte do corredor.<br />
A cidade grande distorce de forma negativa as relações interpessoais, não há mais a simplicidade dos sentimentos, todos ficam querendo falar tudo ao mesmo tempo, vivem em grupos, e ainda assim não dispõem de tempo para olharem-se nos olhos e dizerem as coisas mais simples de tudo, há uma degradação do ser humano na cidade grande e dentro desta degradação faz parte as relações entre as pessoa, de fato há uma relação, que na maioria das vezes é supérflua e que ignora os sentimentos mais profundos da alma. Não há tempo para nada, somente para trabalhar e ganhar dinheiro, Ter o carro do ano e outros bens de consumo. É fato que a sociedade capitalista trás ganhos consideravelmente produtivos no que se refere à vida prática, porém em relação aos sentimentos e simplicidade humanas faz perder em muito para sociedades mais simples muitas vezes consideradas atrasadas.<br />
Intentemos agora pensar em outros aspectos...<br />
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C - Sentidos físicos.<br />
Brevemente citados no item anterior este é aquele que se refere às sensações físicas como dor, prazer, frio ou calor. Podem ser sensações exteroceptivas ou interoceptivas, provocadas pela corrida ou por fatores que a envolvem. Vejam a seguinte descrição, que explana sobre este assunto:<br />
“Estava eu correndo através de uma estrada... Estava muito calor, o sol era realmente escaldante, até que em determinado ponto meu nariz começou a sangrar, a respiração era dolorida, e o calor fazia com que minha pele ardesse, assim corri até uma fonte de água límpida onde me refresquei com grande alegria por haver chegado àquele lugar, senti a água gelada e fresca cair através de minha nuca, e de minha cabeça, tomei muita água sentindo-me revigorado com isso. Ao sair da fonte senti um forte vento passar por todo meu corpo, uma sensação muito agradável estar com o corpo molhado pelo frescor da água da fonte e inserir a isso uma breve ventania, mas haviam mais seis quilômetros a correr, e a horrível sensação de calor tornara a aparecer, o asfalto era aquecido pelo sol de forma que o calor era cientificamente superior ao que parecia ser. Era um grande suplício que fazia com que eu lutasse contra min mesmo, finalmente cheguei ao destino, banho fresco, roupas e cuidar do nariz sangrando.”<br />
Estas são sensações que podem ocorrer à um corredor de longas distâncias, tornando as coisas muito mais difíceis do que parecem ser, enfrentar um sol escaldante não é nada agradável, mas chegar à uma fonte de água após uma hora de desértico sol é fato relevante que causa uma alegria incomparável, alegria esta que foi provocada pela dor, pois se não houvesse dor e sofrimento igualmente não haveria alegria suprema e o prazer fisiológico de se deleitar com uma simples fonte de água. O fato é que a corrida é uma forma de abstinência dos prazeres humanos, estamos afogados em prazeres e não sabemos o que é dor e sofrimento, justamente porquê nossa sociedade vive em total comodidade não passando fome, e evitando a qualquer custo as doenças e desprazeres da vida. Se temos que viver uma vida plena, para conhecer a realidade que é este mundo devemos também conhecer todos os desprazeres quanto forem necessários. Se você não conhece a noite não sabe exatamente o que é o dia. Pois se você têm tudo “de mão beijada” não saberá dar valor ao que têm, se não conhece o verdadeiro sofrimento não saberá quais são os verdadeiros sentimentos de uma pessoa que senta-se no chão para descansar, ou mesmo que come uma simples maçã. A maçã parece ser muito simples do ponto de vista da nossa sociedade, mas como sabemos um objeto ou uma idéia pode ser visto de infinitos ângulos, e eis o que quero dizer: esta mesma maçã pode ser comida de infinitas maneiras, pode-se sentir todos os recantos e prazeres que uma maçã pode proporcionar, mas para isso antes é necessário passar muita fome, para que a pessoa se sinta voraz a ponto de comer uma banana com casca sem sentir-se mal ou deglutir uma melancia com caroços sem o menor ressentimento. Pois vejam caros leitores a seguinte descrição de fatos que me ocorreram de forma absolutamente verídica, por curiosidade na primeira maratona que corri:<br />
“Não sabia que correr maratonas fosse algo tão difícil, parece ser algo impossível de cumprir, os sentimentos emergem-me ao recanto de minha alma, não sei direito o que ocorre comigo... Está muito difícil continuar correndo... Finalmente o posto de frutas... Peguei muitas bananas e melancias e comecei a comer como um troglodita comeria após a era glacial. Finalmente a chegada e o sprint final, e, além de muitas dores nas pernas sinto uma fome voraz, que me faz comer como desesperado, porém sinto um prazer inigualável em tudo o que estou comento, eu diria que esta é a melhor refeição da minha vida!”<br />
O gosto dos alimentos é realmente mais agradável quando o corpo pede por algo para sua própria sobrevivência. E pensar que onde vivemos há café da manhã, lanche, almoço, lanche, janta e lanche. Os sentidos relativos ao paladar ficam completamente entorpecidos, e do contrario após à maratona estão mais aguçados que nunca.<br />
A sensação de frio e calor é exteroceptiva, pois é provocada por fatores externos ao corpo humano, enquanto que a fome é interoceptiva, uma sensação portanto do próprio corpo. Tal como a fome a dor é igualmente interoceptiva, e podemos descrever com clareza, para o melhor entendimento do leitor, um caso destes. É estritamente necessário porém citar que todos estes sentidos de que estamos tratando podem perfeitamente criar sentimentos. Sabemos com isso que os sentimentos podem porvir de idéias ou mesmo das sensações que são provocadas pelos sentidos. Entremos agora na descrição:<br />
“Eu corria, corria muito rápido, e me desempenhava muito bem, acho que nunca houvera estado em um ritmo tão bom quanto aquele que estava naquele momento, era um treino forte, mas grande sentimento de injúria se apoderou de min quando fui obrigado a reduzir aquela fantástica velocidade, em decorrência de uma dor na região abdominal. Muita raiva perante ao nada. Não era culpa de ninguém, somente minha. Diminuí drasticamente a velocidade, sentindo aquela dor que em termos físicos não me incomodava tanto quanto em termos psicológicos, pois era pior meus sentimentos ligados à redução de velocidade que a dor propriamente dita.”<br />
É portanto devido às causas fisiológicas que ocorrem estes tipos de dores, mas as dores em si não são os problemas, às vezes pode ocorrer uma dor, e contanto que o corredor continue em seu ritmo rápido ele não se encontrará triste, pelo contrário: estará muito feliz com o ritmo empreendido, e a dor seria por assim dizer como um prêmio pelo seu magnífico feito, porém a partir do momento em que a dor o obriga a fazer algo que esteja fora dos procedimentos previstos para o momento ele estará mentalmente desgastado e bastante triste por dentro, já que ele está de certa forma tendo uma discussão muito séria com seu próprio corpo, e às vezes esta discussão pode se tornar uma briga bastante feia, podendo em ultimo caso chegar à separação, mas mesmo que seja assim pode haver a possibilidade de uma reconciliação ( seria neste caso as dores crônicas ). Creio que o leitor tenha achado certa graça nas insinuações antecedentes, que não passam na verdade de mera comparação, porém que mostram em toda a sua graça que a corrida é em si uma conversa do corpo com os sentimentos, ou do corpo com a mente. Se está doendo determinada parte do corpo, significa com toda a veracidade que este está dizendo que há algo de errado, e que você está sendo um idiota não respeitando as leis que regem a sua própria natureza, e assim ele ( o corpo ) acaba ficando furioso por sua insolente insistência, mas você, se achando a pessoa mais espertalhona do mundo responde de forma nada fidalga à ele, com palavras bastante ásperas e insultuosas, quero dizer que você aumenta o ritmo de forma vertiginosa. Se corpo ( Poderíamos numa brincadeira sadia dar um nome à ele... Vejamos... Poderia ser: Seu corpo... Secorp. ) Pois então como Secorp é uma criatura de grande paciência ainda tenta avisá-lo de que há algo bastante errado, e diz isso através da dor que o persegue. Você tenta não escuta-lo, de forma que ele sentindo-se rejeitado por sua ignorância decide-se separar de você. Assim ocorre algo grave e você não pode usufruir das vantagens que ele lhe dava. É na verdade uma relação de simbiose o que ocorre entre corpo e mente.<br />
São estas sensações interoceptivas que influem no estado emocional da pessoa que corre.<br />
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D – Necessidades fisiológicas. <br />
Conforme dito, haveria um tópico específico para o assunto aqui apresentado. Com bastante paciência, o leitor interessado neste assunto esperou, mas não queira pensar que aqui falaremos somente das diarréias, há bastante assunto, para abranger mais de um pensamento. Para que este tópico fique agradável aos olhos do leitor é necessário ímpia fluidez, porém trata-se de uma verdadeira falácia já que difícil é encontrar fluidez em tópicos tais como estes. Contrariando devidamente tudo o que acabei de proferir, para dignação ou indignação do leitor direi que este é bastante fluente.<br />
Quando Falamos de necessidades fisiológicas logo lembramos de corpo, porém estamos em uma infinita negação das verdades já estabelecidas através dos estudos que o homem fez. Então por tais motivos diremos que até nesta situação poderemos relacionar esta palavra à mente.<br />
Veremos inicialmente o que foi dito na descrição do Capítulo 7, Tópico A. Pois ali estava escrito que o corredor após uma diarréia se sentiu muito melhor fisicamente, fato bastante interessante, pois neste momento a diarréia serviu como uma espécie de saída para o estado febril em que encontrava-se o corredor, pensou ele por instantes que aquilo faria mal, quando na verdade melhorou sua situação. O corpo possui saídas inteligentes para determinados problemas.<br />
Tão escassos foram meus comentários à respeito desta última descrição que me vejo obrigado a colocar outra aqui:<br />
“Já havia corrido cerca de 10 quilômetros naquela estrada praiana, era muito agradável a sensação de salgada umidade provocada pelo vento, velocidade estava bastante rápida, estrada bastante movimentada que dava passo à outra praia. Inesperadamente me deparei com uma vontade louca de descarregar minhas necessidades fisiológicas sólidas, meu ritmo diminuiu bastante, pois era difícil correr daquela maneira, o pior de tudo era pensar que aquela era uma estrada muito movimentada e não havia sequer lugar onde eu pudesse defecar. Uma situação extremamente constrangedora, quando para minha felicidade havia um terreno baldio à direita da estrada. Instantaneamente corri para o local, e, me certificando de que não havia ninguém por perto entrei no matagal, que não era tão espesso quanto queria que fosse, sem reclamar do banheiro natural com que me deparara entrei e tentei me esconder ao máximo atrás de uns arbustos, que além de prestarem o serviço de me ocultar dos carros que passavam funcionavam como excelentes papéis higiênicos. Olhando novamente nas cercanias para me certificar de minha solidão levanto-me vitorioso, e continuo minha jornada de treinamento com a maior naturalidade possível.”<br />
Com grande probabilidade de provocar estrondosa gargalhadas no leitor, esta é mais uma descrição, que é bastante comum no caso de corredores de longas distâncias que se prezam a fazer treinamentos com a maior seriedade. De jocosa hilaridade é verídica, e simples como é a vida dos antigos homens que habitavam nosso planeta nos tempos antigos, a gente que seguramente acha que este tenha sido um procedimento horrendo, esquecendo-se porém que a pesar de seres humanos somos animais, e estamos assim sujeitos ao natural. Desmistificando a falsidade na qual vivemos, é fato de risos ver alguém cagando em uma estrada, por isso o corredor deve esconder-se devidamente para não ser alvo de gritos e aclamações injuriosas. Parece ser este um assunto sem importância, para qual, eu, escritor estou me voltando. Como um escritor pode dar tanto valor à assuntos de tamanha comicidade com toda esta seriedade. Na verdade vos digo: tudo pode ser discutido de uma forma séria, de modo que sejam chegadas às importantes conclusões. Vejam bem leitores: se parece esta descrição motivo de ignorante piada seus comentários do contrário são de importante conhecimento.<br />
Vivemos em um mundo cultural, esquecemos que o mundo que nos cerca é natural, tudo aquilo que é criado pelos seres humanos é artificial, e, a própria cultura que criamos é de certa forma artificial, vejam bem que o fato de fazer sexo, ou necessidades fisiológicas são na verdade imprescindíveis para a sobrevivência e postergação da humanidade. Quando vemos alguém se alimentando cremos que é algo muito natural, porém para as necessidades é se necessário privacidade, fato que é criado pela cultura do homem. Chegamos a discutir de forma bastante expansiva um tema que de início parecia bastante simples, e vou além disso, pois os sentimentos que dominaram o corredor nestes momentos foram da mais pura vergonha e ódio por haver ocorrido esta situação, que conforme descrita por sua própria pessoa fora situação constrangedora.<br />
É fato que fora irrepreensível procurar lugar para se esconder das injurias, os pensamentos eram devidos aos motivos culturais empregados pela sociedade, provocando grande problemática, já que desta forma a parte psicológica do corredor fica extremamente alterada, a vergonha seria o sentimento por ele tido. Ainda mais se ocorresse o caso de ele não encontrar lugar devido e esborrar-se por inteiro, se bem que cada um possui uma gama de valores culturais e ideológicos diferentes entre si, e poderia ser caso de o corredor não dar a mínima importância para este fato, não se sentindo constrangido, tampouco envergonhado por isso.<br />
Como dito anteriormente, falei à você apreciado leitor, que não me contentaria em dissertar sobre o assunto de necessidades fisiológicas de forma simplória, de forma que saindo do assunto das necessidades chegamos à parte de cultura e valores pessoais, e ocorreu que o assunto se estendeu como se estende um elástico ao último nível antes de estourar, porém antes de estourar vamos parar o assunto este por aqui.Pompeo Boninihttp://www.blogger.com/profile/17128125913209150593noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2679853150100587757.post-12946711821981129412009-05-08T17:04:00.000-07:002014-09-02T16:35:48.760-07:00CAP. 9- A HARMONIA DO CAOS.CAP. 9- A HARMONIA DO CAOS.<br />
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Grande amparo que me dá a corrida que faço todos os dias<br />
Ao negrume que apodera-se de meu ser apresento a claridade<br />
Através de um dia lindo com pássaros fortes não me alias<br />
Do mundo que me cerca e de tua cidade<br />
Quê cidade que pensas nestas magias?<br />
Justo mundo que me ensina o esplendor.<br />
Da vida que me cerca com cantorias,<br />
De pássaros que nos seus cantos de condor<br />
Me trazem lembranças de um velho amor.<br />
Não julgo necessário aqui ficar com patavinas<br />
Pois o mais importante é que o rei destas paragens<br />
Ë senhor da natureza que insiste em se mostrar nesta plena manhã.<br />
Das trevas vem a luz que me ilumina.<br />
Da dor provém a glória de muitas minas<br />
Dos ouros e das desventuras,<br />
Dos outros e de minhas agruras.<br />
Que venha então a ira de todos estes reis de que tanto se fala.<br />
Se é que são poderosos desafio seus rancores com minhas lutas<br />
Minhas multas por excesso de velocidade são mudas<br />
Não falam o que não quero ouvir<br />
Singelamente me detenho por instantes<br />
A dizer aos que ouvem.<br />
Que o silêncio vale mais<br />
Que muitas palavras dúbias<br />
Sentimentos que se apresentam imantes<br />
Em meu ser não sei de onde provém<br />
Tamanha sorte de animais<br />
Vorazes de forma súbita<br />
Correr ao sentido de uma grande frase<br />
De um grande poema de um grande livro<br />
De um grande sentido<br />
De um algo que está atrás<br />
Do primeiro passo <br />
Do primeiro pensamento<br />
Passo penso<br />
Penso passo<br />
Penpaso o penso<br />
Papenso o passo<br />
Pompenso o papenso<br />
<br />
Poema este que tenta retratar como em nossas vidas buscamos um sentido para tudo o que fazemos, e igualmente na corrida há um sentido mais amplo que simplesmente correr ao léu, como quem nem sabe o que está fazendo. Na realidade é certo que podemos correr sem grandes compromissos com esta própria corrida, já que a corrida pode ser executada de forma totalmente descompromissada e idônea. Somos capazes de levar aquilo que estamos fazendo de milhares de pontos de vistas, podemos ser pessoas com a consciência mais ampla do que estamos fazendo, ou Ter uma mera idéia do que desempenhando, o fato de que estamos retratando pode ser comprovado com as próprias palavras escritas neste livro, pois são na verdade pensamentos que visam aumentar a consciência e os conhecimentos sobre a corrida. É natural que queiramos portanto diferenciar os diversos níveis de estado de consciência, assim sendo diremos que estes níveis de consciência podem ser relacionados perfeitamente aos níveis de treinamento, ou seja NÍVEL DE TREINAMENTO X NÍVEL DE CONCIÊNCIA. Bastante interessante estes pensamentos, porém é possível que o leitor, necessitado de mais explicações para entender a linha de pensamento esteja pedindo e acima de tudo exigindo detalhes sobre o tema abordado. De sorte que estou aqui justamente para isso, e sem me demorar muito aqui me disponho gentilmente a explanar através de uma anedota que achareis inconveniente ou do contrário bastante aprazida. <br />
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a) Nível de consciência.<br />
Breve sátira fictícia em forma de descrição: “O senhor Teobaldo Siqueira, é uma pessoa bastante venerada e respeitável pela alta sociedade. Teobaldo sendo um filósofo de tamanha desenvoltura possui uma consciência de vida considerável, num belo dia se dispôs a correr por um parque, já que incentivado pelo frescor da manhã não se conteve. Teobaldo é corredor de longas distâncias, e sempre que desempenha sua atividade motriz decide que é um bom momento para filosofar e pensar sobre a vida. A pista de corrida em que corre é bastante agradável, possuindo através do trajeto árvores dos mais variados aspectos. Teobaldo não se contendo com tamanha beleza chega a pensar no universo e em toda a situação em que surgiu o universo... o Big-Bang... as estrelas... planetas... na possibilidade de seres de outros planetas o estarem vigiando... no significado verdadeiro da corrida. Derrepente num surto espontâneo de alegria começa a cantar uma antiga canção que aprendera quando criança, fato que ele mesmo estranhara pois havia se esquecido de que a letra era de sua própria autoria. Consumido pela nostalgia de suas próprias reflexões bateu com a cabeça numa árvore e morreu quase que instantaneamente. Todos os outros corredores que utilizavam porventura a pista neste momento pararam de correr preocupados com aquele corpo inerte no meio da pista, que inclusive atrapalhava o treino de muitos, e talvez este houvera sido o motivo principal para que um dos corredores chamasse uma ambulância, não sabia este sujeito que seu procedimento fora inútil, já que nosso querido Teobaldo Siqueira estava há muito tempo gélido como um iceberg. <br />
Ocorreu que no mesmo instante em que nosso personagem topara com a árvore mais letal que possa Ter aparecido neste mundo outro companheiro produzia com grande vontade seu próprio treinamento, na verdade era um garoto de seus 15 anos, e estava realmente empolgado com sua corrida, mas na verdade não entendia muito sobre corridas, o que ele gostava mesmo era de correr e sentir o vento através de sua face, sentir as pernas doendo era para ele a pesar de uma idéia estranha algo que apreciava, porém para sua estranheza acabara de pisar em algo meio mole, que com toda a sua loucura de querer correr e sentir o vento na cara e as pernas doendo nem percebera o que era. Nós dois, você leitor e eu dessarte que desconfiamos qual fora o objeto em que Speed Marc acabara de pisar. Sim! Certamente meu caro leitor... Speed Marc pisara exatamente no cadáver de Teobaldo Siqueira, fato que a pesar de estranho é devido à frenética corrida de Speed Marc, pois ele estava totalmente concentrado no vento que batia em seu rosto, e gostava muito de sentir a dor na perna, é verdade pensava ele que seus treinamentos eram muito espontâneos, e ele não tinha nada de se preocupar com horários ou formas de treinamento, simplesmente corria quando lhe aprazia, e corria o quanto conseguia, ou até que começasse a achar aquela atividade enjoativa, ainda que gostasse muito de sentir o vento na cara e as dores nas pernas. Muitos dizem ainda que Speed Marc fora o responsável pela derradeira morte do respeitável senhor Teobaldo Siqueira pelo fato de haver maldosamente pisado justo na parte da cabeça em que ocorrera a contusão. A história é propensa a continuar, mas já que o final é todavia mais trágico não me proponho a contá-la por inteiro, que o leitor fique satisfeito ou insatisfeito com o que têm!”<br />
<br />
Meus queridos leitores: Quê crêem realmente ser o assunto mais importante deste supradescrevido conto? Nos encontramos com dois personagens bastante distintos entre si, um deles, caracterizado por Speed Marc, é bastante inconsciente de sua própria corrida, enquanto que Teobaldo, que infelizmente jaze a sete palmos, é nosso grande herói das verdades humanas, têm plena consciência do mundo que o cerca, e de tudo o que faz... Uma história de final triste, mas que trás à margem de nossos pensares a idéia de quê é ser uma pessoa um pouco mais consciente ou menos ou chegar ao cúmulo de ficarmos presos às meras sensações físicas como era nosso empobrecido Speed Marc. Estamos todos submetidos à um inquérito que diz respeito às nossas próprias pessoas: Qual é seu nível de consciência? Até que ponto você não entende o que está fazendo? Por quê corre? Qual seria o verdadeiro motivo que o levou a correr? Eu corro porquê é uma atividade sadia ao corpo e à mente. Pois sim, pois sim: se esta é a resposta, não deveria nem perguntar. Me entrego a questões que sejam de outra laia, como aquela que dizem: Quanto você está pesando? E a resposta: Eu estou pesando tanto, e depois que comecei a correr fiquei esteticamente perfeita... e patati, e patata, e tititi, e tatata. Não, não meus caros senhores e senhoras.... Fico cada vez mais indignado com o que vejo nos meios de comunicação de massa, pessoas que querem enganar a população sendo enganadas pelas suas próprias ideologias simplistas. A filosofia seria de certo um bom caminho para os seres que são dotados de inteligência. <br />
Estou até rubro de Ter de dizer isso à vocês, pois sabemos então em uma conclusão distorcida pelos pensamentos nervosos das últimas linhas que o populacho é submetido às ideologias expostas pelos meios de comunicação de massa, assim sendo devemos reparar que estes ignóbeis meios de comunicação consomem a imaginação da população de forma que esta fique empedrada com as idéias e informações que chegam em torrentes, sem dar tempo para que sejam sequer assimiladas. Quê fazer no caso de que estejamos nós mesmos inseridos neste dilema? Off, este seria o botão do controle remoto mais adequado a ser utilizado pelo indicador. Paz, e silêncio são coisas essenciais para que nossas razões funcionem de forma coerente e sadia.<br />
Pois então aqui estamos! Filosofando, realmente filosofando. Para diferenciar as pessoas que vivem com os sentidos daquelas que vivem com a razão devemos utilizar o crivo da diferenciação, as primeiras vivem amotinadas sem saber direito aonde ir, e por qual caminho seguir, ou mesmo o que são. Enquanto isso as segundas são pessoas calmas que procuram entender o mundo que as cerca, a por assim dizer têm um pouco mais de alicerce quando devem decidir algo que julgam importantes. As pessoas dos sentidos ( Definiremos como pessoas estagnadas ) não têm muita capacidade de caminhar por suas próprias idéias, e, por isso são influenciadas por outras pessoas.<br />
O ideal seria nos mantermos em uma espécie de equilíbrio, perante o inquérito devemos dar respostas honestas e sinceras, que possuam um conteúdo apreciável, pois todos os seres humanos hão de Ter a mesma essência, nascemos e morremos todos nas mesmas situações, e por isso julgo que no antro de nossos seres exista algo que seja similar a todos, e por assim dizer, os prazeres e desprazeres sinceros dos humanos são os mesmos, o caos e desorganização são iguais mudando apenas detalhes sem importância, assim como a organização e a harmonia que somente pode ser uma pois se outra fosse não seria de forma certificada e verdadeira, não pode haver fingimento nestas duas vertentes opostas umas às outras. Se você está perdendo a paciência com este assunto meu caro e honesto leitor, eu lhe permito fechar este livro neste exato momento, pois o que estou dizendo nestas linhas é algo que foge à compreensão de muitas pessoas, é simplesmente questionar a tudo e a todos, duvidar das coisas mais simples da vida como aquela pessoa que responde que gosta de corre porque acha ou julga que está emagrecendo com isso, mas eu não me restrinjo de maneira alguma a respostas tão simplistas como esta, quero mais, quero chegar aos limites dos discernimentos que alguém pode chegar sobre este assunto. Pois eu corro por outros motivos, e entre estes motivos está a grande influência que recebi de tudo que me cercou até agora em minha vida, pois mais fundo irei: eu corro porquê nasci, pois se não houvera nascido não poderia correr porquê não existiria no mundo.<br />
São questões que passam das meras questões que fazemos todos os dias repetidamente, de forma mecânica, quase como um computador, com a diferença de que temos duas pernas.<br />
Sem me expandir mais que poucas linhas neste assunto direi que devemos melhorar nossos níveis de consciência sem deixar de lado o prazer de sentir o vento no rosto e as dores na perna. <br />
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B) Nível de treinamento.<br />
Há também o que dizemos ser o nível de treinamento, é importante sabermos que há uma íntima relação entre o nível de treinamento com o nível de consciência. O treinamento é parte da vida da pessoa que treina, e como a própria vida deve ser vivido, e este pode ser vivido de forma consciente ou não, assim como a vida.<br />
Um treinamento de nível alto não é necessariamente aquele efetuado pelos atletas de elite, que supostamente correm mais rápido, mas sim aquele treino em que há uma idéia a curto, médio e longo prazo, onde quem treina sabe exatamente o por quê de estar ali. Tomar as posturas certas nos diversos momentos do treino é coisa que melhora nosso modo de treinar de forma positiva.<br />
Como exemplo deste tópico temos o fato de que um corredor pode efetuar 10Km em seu treino sabendo que treina para determinada prova, porém sem se importar com a visão mais abrangente de seus próprios treinos, semanais, mensais e até a idéia de treinamento anual. O ideal é portanto sempre perguntar-se se os objetivos estão sendo atingidos, se há reais objetivos, e qual a melhor postura para que estes sejam logrados.Pompeo Boninihttp://www.blogger.com/profile/17128125913209150593noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2679853150100587757.post-76622344809205196892009-05-07T17:05:00.000-07:002014-09-02T16:35:27.422-07:00Cap. 10- A CIÊNCIA E A CULTURACap. 10- A CIÊNCIA E A CULTURA<br />
A sinceridade é consolidada na solidão.<br />
A cultura se divide em muitas cascas, é uma cebola.<br />
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Com mais tranqüilidade que no capítulo anterior dissertemos sobre o quanto a corrida nos ajuda. Treinar é por si um ato cultural, é uma atividade criada pela própria sociedade, por causa do desenvolvimento da ciência descobrimos que as atividade físicas podem fazer bem ao organismo, este é o lado prático desenvolvido pelas ciências especificamente medicina. É fato que anteriormente, no início das civilizações o treinamento físico fora devido às guerras, como também ocorre hoje, porém expandiu-se para outras causas, de forma que não somente a guerra é pressuposto de treino e também saúde.<br />
É a cultura o conhecimento que nos envolve, através de todos os tempos acumulamos toda esta carga de informações, sendo assim já nascemos inseridos em um berço cultural, que nos influencia de maneira estrondosa, o pensamento é por assim dizer influenciado pelas idéias dos antepassados, mesmo que relutemos contra é fato inevitável. Difícil seria querer fugir da cultura já que esta é impregnada em tudo e em todos. Numa praxe simplista diríamos que corremos por causa da cultura, poder-se-ia correr para sobreviver, neste caso correríamos por instinto e não por cultura, tal como fazíamos num tempo remoto, a cultura emerge do aprendizado, a partir do momento em que tivemos inteligência suficiente para reconhecer que correr era uma coisa boa para fugir do predadores criamos a cultura da corrida, assim não era mais a corrida um ato mera e simplesmente instintivo. Assim à posteriori surgiu a cultura da guerra, que insisto em dizer que persiste até hoje, nesta estavam tanto as estratégias de ataque como tipos de treinamentos: espada, arco e flecha, machado, escudo, lutas, cavalaria e por que não diríamos a corrida propriamente dita? Assim como um atleta de hoje um guerreiro da antigüidade deveria ser resistente para suportar toda e quaisquer intempéries que pudessem vir à tona. Assim a cultura se desenvolveu de tal forma que nesta sempre esteve impregnada a idéia de que de uma forma ou de outra a atividade física ajudaria, seja para fugir de um leão como para correr ao castelo de um inimigo. Com o advento da medicina foram feitas as novas descobertas, delas a de que a atividade física é beneficiosa ao organismo, assim começou-se o surto de “malhar”, ou praticar movimentos corporais com constância para que o corpo esteja saudável. <br />
Nos três casos vemos que foram desenvolvidas culturas diferentes para a mesma atividade, o que é fato inospitamente interessante ao meu ver. Pode ocorrer porém de estar-se numa cultura que priva determinadas atividades, tanto pela falta de conhecimento ou descobertas como pela falta de necessidade. No primeiro caso vejo se tratar bastante dificultoso já que correr é por si só uma atividade bastante natural no ser humano, é portanto inato ao homem saber correr independente do ambiente ou cultura no qual nos vemos inseridos. Na Segunda consideração há plena conveniência já que não havendo necessidade de correr: Por quê se haveria de fazê-lo? Maior exemplo disto é que vivemos na “sociedade do controle remoto”, tão facilitadas as coisas que a maioria não vê necessidade em levantar-se de uma poltrona, sofá, banco, rede, cama, beliche ou o que quer que seja já que numa análise superficial não há quaisquer necessidade de correr, pois os leões que antes nos perseguiam hoje não se aproximam das cidades, e quando o fazem certamente morrem com tiros inescrupulosos e injustos. As guerras que antes haviam não mais são combatidas fisicamente como antes e sim com bombas dos mais variados teores, e até por aviões como vemos ultimamente. O fato é que ninguém sai do lugar, dando assim vazão à outros problemas: quando chove fica-se resfriado e logo deve-se tomar remédios, aliás vivemos num mundo em que os remédios são solução para tudo, do contrário a corrida serve para fortalecer o organismo e não permitir que este suposto resfriado, como muitas outras doenças, penetrasse em nosso organismo. Há portanto grande diferença em evitar que remediar. Nós mesmos criamos culturas que às vezes foge ao controle e provocando muitos outros males, males estes à vezes maiores que os anteriores, pois a cultura certamente é criada quando há a necessidade de evitar-se ou melhorar algo que não está ou não considera-se estar bem.<br />
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A - Divagares sobre: Arte / Cultura refinada / Humanização / Sonhos<br />
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O perigo está em mais apaixonar-se pela arte que pela razão, pois a primeira é mais contagiante que a outra. Entretanto consta que são amigas, engrenagens que quando separadas não permitem que funcione o relógio da vida.<br />
O perigo está em mais entreter-se e emergir na arte, mas não consta como perigo quando alicerçado com a razão que lhe confere motivo de existência e guia-lhe o caminho.<br />
Cultura refinada é a mais bela essência do homem enquanto ser humanizado, é a beleza do viver mais detalhado, intenso e belo. É o novo nível, a outra vida, a cultura que constrói pelo belo, no belo, com o belo. Com nuances que muito fogem à visão de um bruto.<br />
A capacidade em emocionar-se, de viver a verdadeira essência, está dentro da expansão detalhística da cultura refinada. A essência se aproxima da retratação mais fiel do ser. Na música, na literatura, na pintura, na dança que são veículos de expressão do ser humano. Expressão do quê? Da realidade sentida e vivida. É a expressão tão fiel quanto a emoção propriamente dita? Talvez não, mas na cultura refinada pode mais se aproximar à uma realidade complexa e indecifrável que é a realidade do ser humano.<br />
Não nos esqueçamos que expressar é transmitir, comunicar, contactar à outrem. A arte é portanto existente devido às relações e interações dos humanos, logo não existe arte propriamente verdadeira até que esta não seja interpretada por outro. A arte é o objeto que é “personificado” com o sentimento. Adquirindo um significado, uma idéia, uma filosofia, por mais abstrata que esta possa parecer.<br />
A arte é extremamente detalhada, requer concentração, dedicação, repetição, criação ( criatividade ). Exigindo muito da inteligência e lógica, além de desenvolver sensibilidade, expressão e os sentimentos, mudando o modo de entender e interpretar a vida naquele que a “treina” ( pratica / vivencia )<br />
O artista é portanto um interprete profundo dos sentimentos, amores, rancores, mágoas e alegrias humanos, e vive a vida de maneira mais profunda, adquirindo com isso uma personalidade mais forte, o cerne de sua personalidade é a percepção dos detalhes que se desloca do instrumento para a vida, pois as situações da vida são um instrumento com o qual devemos aprender a nos comunicar.<br />
Pois então o artista se comunica com seu instrumento tal como o ser se comunica com a vida? Analogia cabível já que o interpretar é vivenciar um estado de espírito.<br />
A sociedade regurgita regras que impedem o desenvolvimento do ser. O aprimoramento do homem ( humanização ) depende de uma série de detalhes, estes que são explicitamente barrados quando estamos submetidos à determinados parâmetros de vivência, ou mesmo num tom mais rude: privados da liberdade, esta “liberdade” não é a mera e simples tosca significação da palavra, mas sim o encontro com o próprio indivíduo, que anda perdido de si mesmo.<br />
A alegria não pode provir do comprar ( comprar um produto ) mas sim do vivenciar sinceras situações. <br />
A realidade que se vive é menos importante que a “ilusão” dos sonhos, pois a última é mais verdadeira do que acreditamos como verdade, é o psiquismo aflorado e não um mundo totalmente ilusório e diferente como todos pensam. Se estes pensam que são diferentes os sonhos, estão eles deslocados de suas próprias realidades.<br />
Os sonhos são fatos distantes e próximos ao mesmo tempo, são o “eu” e o temeroso desconhecido ao mesmo tempo. Não sou eu desconhecido à min mesmo? Somos um nadador, no mar de nossos próprios “eus”, entretanto temos medo de mergulhar, ou então falta-nos oxigênio no cilindro.<br />
Tudo é dissecável, ainda assim há os que preferem se ater às simplórias vivências, são os que nada se atém a percrustar as múltiplas facetas da vida.<br />
O entendimento profundo dos mais diversos assuntos é porventura um nobre fato que à poucos é designado. O poema é demonstração mais bela que a razão pode chegar, é o momento crucial em que a razão se torna plena e entra em conduência com a abstração, provando definitivamente que razão e abstração são agras de um mesmo rio.<br />
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Coração e treino<br />
O coração se adequa à vida<br />
Da morte surge a vida<br />
Se esvai a fétida morbidez<br />
Áurea alegria se insere nos recônditos mais profundos de meu ser<br />
Antes que chegue a morte com seu eterno dilema me atormentar<br />
Viver com plena consciência, não distante e enterrado como assim diria Platão<br />
Quero como uma pluma cair e ser levado pelo sabor dos ventos que à min aparecer<br />
Ver o coração bater compassado, sublime e aquietado<br />
Mas não morto e tão pesado quanto uma pedra atirada à um negro fosso<br />
O treino traz à vida o bater do coração, compassado e regulado<br />
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É certo dizer que a corrida tal como é difundida hoje trata-se do resultado de um processo cultural, uma ideologia. Todos correm para a saúde, ou para ficar em forma, na sociedade da televisão, celular, niilismo e alienação. É toda uma tecnologia desnecessária para o conhecimento da essência do ser humano, a ciência desenvolve tecnologias que hipnotizam os humanos: aviões, “games”, máquinas das mais diversas. As estrelas do céu cansadas de tal injúria ao verdadeiro cerne fugiram. ( Fugiram ou estão por trás duma cortina de poluição? )<br />
Os humanos são portanto presas de suas próprias invenções. A cultura guia seus preceitos e modos de pensar, pode tanto humanizar quanto desumanizar, depende da cultura.<br />
No que confere à arte é precioso notar a supressão desta num mundo de facilidades, prazeres e satisfações, hoje em dia, no ocidente: O importante é ter e não ser. Onde diabos fomos parar? Será possível que a tecnologia tenha atrapalhado de alguma maneira o desenvolvimento moral da sociedade? A corrida ficou tão fria e destituída de valores quanto a própria sociedade. Há... ( Desalento do autor. ) Mas que crítica ferrenha... É fácil criticar? ( Não sei se reclamo ou critico, já que reclamar é cuspir blasfêmias das mais requintadas variedades e criticar é colocar um ponto de vista racional naquilo que é discorrido. )<br />
Me pergunto então: Quais os valores morais da corrida? Os valores filosóficos, teóricos, sentimentais, metafísicos e racionais ajudam e proporcionam peças que constroem a moral e o caráter de uma pessoa. Para isto a arte é necessária, pois a arte traz uma profundidade à vida, nenhum qualquer outro recurso pode fazer isto com tal ímpeto.<br />
A ciência é parte da nossa cultura, é evidente que sua contribuição é irrefutável, tal como a arte que também compõem a cultura. É de grande tristeza notar que a ascenção descomunal da ciência ( me refiro aqui aos aspectos tecnológicos desta ) enfeitiça as pessoas fazendo com que a arte seja esquecida, e toda a sua grandeza, hoje, no século XXI olhamos ( Me incluo no contexto meramente por questão de respeito e consideração ao leitor. ) um quadro abstrato e dizemos: - Há! Que engraçado, mas qualquer um poderia ter feito isso aí... É só jogar um balde de tinta na tela e fazer um ou dois rabiscos.<br />
Pois é meus amigos, vivemos no mundo do “qualquer um”, o que representa a derrocada dos valores artísticos e da cultura, o que não se sabe é que aquela obra exemplificada abstrata ‘possivelmente muito mais profunda que outra de caráter realista: em sentimentos, expressão e idéias. Somente com muita sensibilidade nos detalhes, nas nuances pode-se notar o alcance e caráter de uma obra de arte.<br />
Assim também funciona a corrida, tem a mesma profundidade ideológica e cultural que qualquer música clássica ou peça de teatro, o fato é que não mais conseguimos à isto enxergar já que fomos seduzidos pelos prazeres fáceis: Uma esteira cheia de botões luminosos, de todas as cores e gostos, escritas em idiomas atrativos e belos, com todos os tipos de cálculos: percentual de gordura, freqüência cardíaca, peso e altura. E todos os tipos de regulagens: Baixo, médio, alto.<br />
Quê importa tudo isto à semente de nossas consciências? Nada! Há uma anciã de arte em nossas raízes, por mais que possamos fugir, tudo demonstra escassez de valores nas pessoas. Para min, correr só pela saúde não é correr! Há de haver algo a mais: O prazer de vivenciar uma realidade complexa, com odores diversos, luz, obscuridade, pedras, água, barro e plantas. Quero arranhar-me em plantas desconhecidas, cair e levantar, sujar-me de barro, olhar ao redor como tudo muda, cenários diversos, mistérios... De repente tudo fica escuro, sentir medo. Medo de quê? Das plantas? Que estranho: há tênue luz, uma luz opaca e débil. Emite a lua a luz?<br />
Sim! Descobrir e vivenciar: Isto é correr! Correr vivenciar de corpo alma, e não se restringir ao corpo enquanto a mente se preocupa, aterrada, com um violentíssimo telejornal, muitas vezes sensacionalista. A concepção que se têm da corrida mediante nossa cultura de facilidades é distorcida.<br />
Os caminhos árduos, são preenchidos de valores morais e ideológicos mais intensos que os fáceis, correndo daquele jeito intenso aprendo a respeitar o corpo, assimilo um estranho silêncio que há em tudo que me cerca, uma distância de tudo. Pouco a pouco vamos assimilando estes valores nos preenchendo, também quando corremos em equipe, aí então se inserem os valores sociais. Não obstante é importante ressaltar aqui que defendemos de igual maneira a solidão, e a importância desta para a formação completa do indivíduo.<br />
Quando sozinhos pensamos de outra maneira que quando acompanhados de outras pessoas? Atuamos diferente? O grande perigo de estar sozinho é encontrar consigo mesmo. Por isto as pessoas têm pavor de estar sozinhas. Alia-se à isto o fato de que companhia é considerado status, aquele que está só é por certo considerado desarrazoado e inferior.<br />
Somente os maratonistas conseguem compreender a importância de estar só, descobrem que nunca estarão só, pois enquanto correm conversam consigo mesmo, com suas essências. Neste momento é impossível querer enganar a si mesmos, a sinceridade é consolidada na solidão.<br />
O fato é que quando acompanhados não pensamos no que somos, mas na imagem que estamos transmitindo aos outros, isto é anti natural, aí que a cultura influencia no modo de correr e de viver. É quase luminescente dizer que a corrida é um encontro com você mesmo, um momento de vácuo, vazio, silêncio e ao mesmo tempo um momento áureo e esclarescedor. São somente nestes momentos que conseguimos organizar e concatenar idéias que até então estavam distantes de nós. O subconsciente se aflora na solidão.<br />
Debater sobre cultura é em suma assunto para muitos anos de estudo, é bastante evidente que deveremos ponderar sobre este tema de maneira suscinta. O homem, enquanto ser humano, esta alicerçado nos parâmetros culturais, estes, por sua vez, foram através dos séculos mudando num processo de tentativa e erro, numa cadência de aprendizagens e ganhos de experiência. O indivíduo que não se aproveita de toda a cultura não é completo. Lutamos com todas as forças possíveis para chegar no estágio em que agora estamos, não conhecer nada disso é ser indiferente à realidade do mundo, por isto é de supra importância o estudo da história, ainda neste livro, no capítulo 33 - Grécia e Maratona, confabulamos algo sobre os primórdios da história da maratona ( Não deixe de consultar ). Assim, a história é parte da cultura, aliás é uma ferramenta para que possamos estudar as culturas de todas as épocas, para chegar a saber qual o motivo de nossa cultura ser assim como é. Neste ambiente se insere o estudo e conhecimento dos estilos aquitetônicos, as guerras, a literatura, a música, a filosofia juntamente com os grandes pensadores. Cada assunto destes têm dentro de si um processo histórico específico, neste processo histórico encontraremos vários estilos. Vários estilos de tudo: de música, de armas, de construções, de linguagens, de alimentos, roupas, pinturas, encenações e uma infindável gama de áreas. <br />
A cultura pode então traduzir-se como estilos? Talvez possa ser esta uma das designações que possamos dar à ela. Há por certo supra importância em entender os processos de seu desenvolvimento, estaremos com isto melhor inseridos na sociedade. Mas quê há de novidade nisto? Isto qualquer um pode concluir concatenando as idéias com zelo. Bem... Como aqui neste compêndio não estamos tratando de qualquer um explicar-me-ei com maior nitidez: Há por certo o fato de que sabemos que algo é importante mas não o respeitamos, sabe-se que há inevitável importância no estudo da história da cultura e dos estilos em uma infindável gama de áreas, entretanto pudicamente muitas vezes nos deixamos envolver por coisas supérfluas senão até mesquinhas com o simples subterfúgio do deleite, prazer e satisfação em curto prazo, a maior satisfação no entanto provém daquilo que é requisitado labor e dispêndio de grande esforço, os resultados serão satisfatórios e perdurarão por um longo prazo senão para sempre. ( Com grande comedimento me vejo forçado a pedir desculpas ao leitor despreparado e inteligentemente sábio pelo que será proferido ) Quê é mais eletrizante: Ver bundas na televisão revoluteando para um lado e para outro ao som de músicas hilariantes, mesmo que seja em segundo plano ou ler uma sinopse a respeito de filosofia ou literatura? Talvez o eletrizante não seja o mais adequado ao engrandecimento da alma, mente e sapiência. É infelizmente esta a cultura proporcionada à maior parte da população, se é que isto pode ser chamado de cultura, já que muitos se aproveitam dos instintos humanos para ganhar a melhor.<br />
Levamo-nos a crer que a cultura se divide em muitas cascas, é uma cebola que quanto mais para dentro se vai menos fica, mas é aí que chegamos no cerne, o cerne é a cultura mais requintada, ironicamente esta é a menor parte da cebola, notamos com clareza que a melhor parte da cultura é menos difundida, aprendida e assimilada enquanto que a escória das inundices instintivas são as armas mais mortais de venda de qualquer produto ou idéia. Falo de maneira mordaz por ser realista: Quantas vezes não vimos uma propaganda de bebida com mulheres estonteantes? Por uma questão de educação me vejo obrigado a não citar qualquer letra de música, que de maneira sobrenatural conseguem entorpecer a inteligência de qualquer um, digo qualquer um justamente porque a pesar de não ser um acontecimento benigno ao espórito são atrativos aos instintos mundanos, incitando nossas respostas mais simples de alegria extremista, sexualidade e satisfação. Há belezas muito mais profundas na cultura, conforme já citado, que estas satisfações momentâneas, são aquelas que se fundamentam nas belezas mais detalhadas e nos sentimentos mais profundos do ser humano: sejam estes medo, alegria, seriedade, amor, esperança e paz. Não obstante são estes tão profundos que se adentram na alma como uma torrente de energia, sente-se o que o artista ( por exemplo ) quer transmitir como se este estivesse lá presente com a mesma expressão facial do que quis extenuar, mesmo que este tenha morrido à décadas ou centenas de anos.<br />
Nossa sociedade este contundentemente esfaimada de cultura, e há ainda o fato de que é ludibriada e encantada pelos impropérios supérfluos do instinto e do prazer. Assim é a cultura tanto uma máquina debilóide e idiotizante como uma magnífica variedade de estilos e detalhes de todas as áreas do conhecimento humano. <br />
Acaso não podemos os corredores nos aproveitarmos disto para correr melhor? Quê é a maratona? Por quê ela existe? Quais são as belezas artísticas nela inserida? Os medos, as alegrias, a paz, o silêncio estão nela? Afinal, ela faz parte da cultura de nossos e de outros tempos... Entender como surgiu, quais são seus detalhes, sua história, seus campeões e a filosofia do corredor ( por certo na maior parte o assunto de nossas discussões ) é uma viagem de grande valia àquele que se importa com a vivência total daquilo que faz.<br />
Correr de corpo e alma por assim dizer, e conhecendo toda a amplitude do que se está fazendo, imerso numa gama de detalhes tão viva quanto a vida, isto é o que nos proporciona a cultura, que de maneira eficaz, aliada à ciência nos traz a maior plenitude possível nesta atividade. O equilíbrio total provém do valor moral, artístico e filosófico aliado às informações científicas, o desequilíbrio vêm quando damos exagerado valor à um e esquecemos o outro. Alimentação, tipos de treino em corrida, perder determinada porcentagem de gordura, VO2 máximo, FC de repouso, FC basal, trabalho anaeróbio e seja mais lá o que for são valores científicos que devem se aliar emergencialmente à filosofia, moral e às justificativas mais imersas nos recônditos do sentido verdadeiro e belo da corrida.Pompeo Boninihttp://www.blogger.com/profile/17128125913209150593noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2679853150100587757.post-2584084059465600312009-05-06T20:44:00.000-07:002014-09-02T16:35:13.335-07:00Cap. 11- CORPO E MENTECap. 11- CORPO E MENTE<br />
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Em nossa constante jornada através da corrida nos deparamos diversas vezes na dual discussão da influência da mente sobre o corpo e vice versa. Ainda retratando sobre este tema iremos neste capítulo fazer uma série de abordagens específicas na relação existente entre o corpo e a mente. <br />
a) Níveis de concentração e sentido de unificação entre corpo e meio.<br />
b) Influência da imaginação durante um treino longo.<br />
c) Ajuda mútua psicológica.<br />
a) Treino solitário e fraqueza da vontade<br />
A – Níveis de concentração e sentido de unificação entre corpo e meio.<br />
O atleta maratonista têm de adotar técnicas específicas para o seu tipo de prova. São técnicas totalmente divergentes por exemplo das que adota um corredor de 100 metros rasos, este deve correr nas pontas dos pés, enquanto que o maratonista deve pisar inicialmente com o calcanhar passando pela planta e terminando nas ponta do pé. A movimentação dos atletas é portanto totalmente diferente. Isso é fato evidente. Quê diríamos no que se refere ao nível de concentração? É necessário que um corredor de 100 mts. esteja melhor concentrado que um maratonista? O quê definiríamos como concentração? Justamente a capacidade de Ter plena consciência da realização de movimentos específicos, capacidade também de realização destes movimentos, o que diz respeito à coordenação motora. Sendo assim, já sabemos que para cada modalidade da qual citamos é se necessário adotarem-se movimentos específicos. Mas um somente erro destes movimentos na corrida de 100 mts. significa grande perca de tempo, enquanto que em uma maratona pode-se errar mais. Quero dizer com isso que o nível técnico de um corredor de 100 mts. é muito mais exigente que de um corredor de 42.195 mts., este último depende muito mais de seu condicionamento físico aeróbio, vo2 máx., qualidade de contractilidade muscular que da técnica propriamente dita. Ou seja: concluímos que um maratonista depende mais de valores físicos que de movimentos técnicos específicos. É fato também que um corredor de provas curtas, de tanto treinar os movimentos técnicos específicos passa à automatiza-los de forma que não tenha que utilizar-se tanto da concentração para executá-los. Pois então se os movimentos ‘técnicos podem ser automatizados, para quê me utilizaria da concentração mental? Justamente para otimizar estes movimentos, intensificando-os em força, amplitude e execução, ou seja: ainda neste caso estamos dispondo-nos do recurso chamado concentração. <br />
A grande questão a que me proponho a colocar, e se possível, esclarecer é: Sabendo-se que fundistas são em sua constância menos técnicos que velocistas, nos aproveitaríamos disto para dizer que sendo menos técnicos não precisam de tanta concentração, ou sua concentração deve ser utilizada de outra maneira. Quê maneira deveria ser esta outra senão pensar no movimento correto. Concordo com a opinião de que o corredor deve sempre estar pensando em diversos fatores, e estão seguintemente relatados os tais:<br />
1 De que maneira estão sendo feitas suas passadas.<br />
2 Na concentração da sua situação espaço-física<br />
3 Respiração.<br />
4 Dores musculares normais<br />
5 Contrações musculares e dores adicionais devidas à fatos inóspitos. <br />
Não nos esqueçamos entretanto que toda esta concentração têm a função da auto-correção e não simplesmente da noção do que ocorre. Porém ocorre que o corredor maratonista além de Ter este tipo ou nível de concentração, deve também se preocupar em fatores que não dizem respeito especificadamente aos seus movimentos ou fatores intrínsecos, mas sim à toda a situação que o cerca, aos corredores que o envolvem, à platéia, ao sol, à chuva, ao vento, ao medo, à fúria de sua própria pessoa, e estes são fatores que consequentemente influirão nos níveis de concentração de seus movimentos técnicos específicos, não nos esqueçamos que por mais automatizados que estejam estes movimentos eles ainda demandam concentração para serem executados de maneira mais próxima à perfeita. É se necessário concentrar-se no quê a platéia está fazendo? A resposta por parte do leitor deve ser não, porém sabemos que os sentimentos influem de grande forma no desempenho atlético, e por assim dizer a platéia faz com que despertem determinado valores morais no atleta de forma que este venha a sentir-se melhor psicologicamente, e ainda que não melhore sua condição fisiológica levanta-o para outro nível de consciência, expandindo o sentimento de superação à valores superiores e como conseqüência há o aumento de velocidade, ou há a possibilidade de que isso ocorra. O fato é que se este corredor ou corredora não sabe ao quê deve voltar sua concentração irá de forma desastrosa correr, ou como diria Aristóteles: estaria alienado de suas capacidades de concentração, em uma caverna, justamente prestando atenção no que não o ajudaria tanto quanto outras realidades. <br />
É uma variação de realidades a corrida, e dependendo do modo como as sinto correrei melhor ou pior. Providentemente me explicarei: No momento em que um grande conjunto de pessoas aplaude e com grandes gritos de louvores, às vezes chegando a uivar e até grunhir de emoção, eu, sendo um corredor absolutamente técnico me concentro em minhas passadas, desconsiderando tudo que me cerca, minha atenção volta-se única e especificadamente para minhas passadas. Grande erro de minha parte, pois se utilizasse toda minha capacidade auditiva para definir exatamente o que ocorre ao meu redor, e, através de meu discernimento, passando pelo crivo de minha ração, chegasse aos meus valores de vida correria de forma mais agradável psicologicamente falando, talvez pudesse até deixar momentaneamente detalhes técnicos de lado, mas o fato é que diminuindo a pressão psicológica que porventura poderia e muito provavelmente se apoderara de min, correria muito melhor, de forma singularmente heróica.<br />
Concluímos que pode a concentração do corredor ser voltada para diversos aspectos: intrínsecos e extrínsecos. Seu desempenho será melhor ou pior dependendo de qual o objeto de sua concentração. Não dependendo tão somente do objeto de concentração como também do momento preciso de desviar a concentração.<br />
É possível ocorrerem fatores que desviem a concentração do atleta, de forma a atrapalhar seu desempenho, o exemplo mais clássico desta desventura seria a vaia. Na minha experiência pessoal de nadador citarei um caso que com suma freqüência me ocorre:<br />
“Comecei a nadar em um ritmo de aquecimento, inicialmente minha mente perpassa uma série se pensamentos não relacionados ao que estou fazendo. Minhas grandes questões foram abertamente discutidas neste primeiro quilômetro de água, mentalmente perpasso uma série de problemas, discutindo quais seriam as melhores soluções, quais os procedimentos relacionados à isso, ou seja estou em um mundo mental, a medida que o treinamento passa de maneira progressiva aumento a velocidade, cada vez mais me concentro no nível de execução técnica e consequentemente saio daquele estado de letargia mental que me dominava, agora sei o que estou fazendo, sei onde estou, agora eu sou meu corpo, e de certa forma me sinto parte da água, sou a água que me cerca, não me restrinjo à dominar ela pois eu a sou. Os pensamentos longínquos desapareceram de forma total. Já se haviam passado 4500 mts. da mais pura e vertiginosa velocidade. Derrepente uma trombada com um barco inflável de criança, com duas bonitinhas criaturas remando não se sabe para onde, parecendo naufrágios perdidos. O primeiro sentimento que traspassa por minha mente é de raiva, ódio e rancor. Não sou enfaticamente nenhum ser perverso. Aquele porém era um momento de total extravasamento físico, não podendo haver ingênua interferência. Em uma piscina de 50 mts parecia não haver mais espaço para fazer-se um agradável passeio de barquinho. Em decorrência deste acontecimento me aconteceu uma total falta de concentração, pareci a sentir que nadar estava mais difícil, não conseguira mais imprimir aquele ritmo...”<br />
Caros leitores: Quê concluiremos eu e você de tal proclamação supracitada? Inicialmente que vemos claramente como há uma influência da concentração mental na capacidade de realização de coordenação motora, e nos níveis de intensidade de movimentação corporal, quanto maior minha concentração maior minha capacidade de mover-me corretamente do ponto de vista técnico e maior a capacidade de realização intensa. Não se restringindo estes fatores tão somente à resistência aeróbia ou outros dados de origem fisiológica. O quê explicaria um naufrago após 10 dias viajando à mercê do mar em uma balsa, sem comer ou beber, nadar dois quilômetros? Fatores fisiológicos tais como condicionamento físico? Ou a própria vontade e persistência que este têm de sobreviver? O quê explica os extratosféricos recordes que o ser humano têm a capacidade de realizar?<br />
A desconcentração, é pois, fator que atrapalha o corredor, não à toa em campeonatos e provas das mais diversas os corredores de forma anti-desportiva utilizam-se deste recursos para desconcentrar outros, através de injurias e outros procedimentos que passam despercebidos pelos fiscais.<br />
Devemos no entanto saber diferenciar o ato de injuriar e desconcentrar, de outra coisa que é o procedimento de tomar uma postura de desprezo e desconcentrar e até desconsertar o oponente, fazendo com que este perca sua auto confiança como já foi citado no item 4 do capítulo 4. Na verdade os dois procedimentos tratam-se de maneiras diferentes de desconcentrar o oponente, um mais extravasado que o outro, os dois se coincidem em interferir nos estados mentais do outro corredor.<br />
O termo “unificação entre corpo e meio” pode trazer uma vaga idéia de simbiose ou uma mística personificação de uma mutação estranha, tudo refere-se aos fenômenos mentais do indivíduo, como se vê com perfeição na seguinte descrição:<br />
“Neste dia, em específico havia corrido cerca de 20 quilômetros pela cidade, em meio à um chuvisco extenuante e quase insuportável, justamente por ser desagradável, passando por gramado e ruas cheias de carros com motoristas alucinados. Tudo se passou com bastante sofrer, terminando numa trágica e dolorosa chegada, após isto fiz massagens, alongamentos e gelo para tentar de alguma forma amenizar aquele treinamento infrutífero que houvera feito, os motivos de minhas tristezas eram de que além de haver feito treinos em lugares inadequados eu mesmo não me encontrava preparado para aquele esforço. Um fato inopinadamente dramático o que me ocorreu e que coincidentemente pareceu-me hilário foi que neste mesmo tempo, enquanto estava extasiado com a larga extensão de um magnífico gramado resolvi elogiá-lo gritando ao colega que acompanhava-me de bicicleta: - Aqui é muito bom para corr... – Porém de forma abrupta fui surpreendido por um buraco que se encontrava oculto dentre os ramos de gramíneas pelo qual perpassava. Bastante cômica, ou me posicionando melhor em relação aos acontecimentos: tragicômica, pareceu-me aquela recepção do ambiente para comigo, coincidentemente este acontecimento ocorreu no justo momento em que eu quis fazer reverência ao local. Para não ficar constrangido com o fato continuei a corrida. Houve um momento em que entramos para correr em um parque que pouco conhecíamos, foi com grande indignação descobrir que dávamos voltas no mesmo local enquanto queríamos sair do parque, esta importante descoberta sobreveio quando notamos que as pessoas passavam repetidamente por nós, ao menos que fossem réplicas poderíamos estar progredindo numa só direção, porém aquela pista de cooper era construída e visualmente projetada de maneira que não era possível saber-se se caminhava-se numa direção reta ou corria-se em 360o , assim constatado isto decidimos cortar por umas árvores e lograr vitoriosamente sair daquele lugar que mais parecia um labirinto, e que era letárgico e enganador. Foi justamente neste dia, me recordo com perfeição: cheguei na piscina com uma silhueta cansada e mórbida, desgastado fisicamente, porém estranhamente isto não me representava quaisquer fator que privasse meu desempenho físico, é realmente estranho pensar que o desgaste e cansaço de um atleta não representa ausência de suas capacidades físicas, assim, lá estava eu... Comecei a nadar, já sabendo em forma de estranha futurição, que neste dia iria nadar uma grande metragem para minhas concepções. O início certamente foi bastante fácil, somente crawl, em determinado momento um companheiro começou a nadar ao meu lado. Era como se uma mágica ocorresse pois a todos os momentos em que fazíamos a virada um olhava para o rosto do outro e neste curto momento acontecia uma comunicação bastante enfática e grandiosa. Era como se eu quisesse dizer: - Veja, a velocidade está muito boa, não é necessário aumenta-la, agora não é momento de competir-mos, vamos nadar juntos. – Parecia que esta comunicação, mesmo sendo somente visual, funcionava magistralmente. Somente conseguia ver seus óculos de natação, não podia ver seus olhos, mas ainda isto a min me pareceu fantástico. Então ele parou de nadar, eu continuei. Fazia naquele momento um sol abrasador, o que mudou de forma repentina numa súbita chuva. Via os pingos cais freneticamente pela margem da água, o que dava-me uma sensação bastante divergente da que envolvia-me anteriormente que era olhar as ranhuras provocadas pela luz do sol nos submersos azulejos do fundo da piscina. O frio se encontrou com meu dorso, pois, onde antes batia sol agora era abatido por gelados e contínuos pingos de água. Seguramente nadar na chuva é a nível de sensações físicas diferente que nadar no sol, principalmente quando se perpassa pela mutação de clima, estas sensações são interpretada pela mente. Naquela alegria terminei meus 4 quilômetros de água com uma contínua vivacidade."<br />
Revolvendo ao ponto de origem abordaremos o que se diz: “unificação entre corpo e meio”, o que nesta descrição pode ser visto em diversas partes de uma forma ou de outra. Vossas senhorias deveis estar perguntando-me qual o motivo desta diversificação de visões. Pois isto certamente será elucidado de maneira bastante apraziva, e mesmo sem a intenção mística. Assim foi que passou que nosso corredor num justo e digno momento de elogio caiu num buraco oculto na grama, de forma cômica e respeitosa diremos que isto foi uma recepção nada mais que calorosa da parte do ambiente para com ele, assim sendo está dito que é uma comunicação do meio para com ele, a menos que se acredite nos valores de sorte e azar, pois se assim for está malogrado nosso ou o meu intento de dizer que isto se trata de uma devida comunicação ou ligação do meio para com o indivíduo, mesmo que estas palavras ( as palavras do lugar ) sejam espalhafatosamente hilárias e cômicas, senão tão obscuras quanto é o buraco em que pisou o coitado do corredor. Quando dizemos que acreditamos na sorte e no azar logo está implicado que temos grande crença no acaso, pois o acaso está intimamente relacionado com estas duas outras conjecturas. Por outro lado há os aspectos de caráter místico que proclamam que o ambiente tendo ficado extremamente enfadado com o corredor, que certamente pisava neste com toda sua ingenuidade, o castigou veementemente. Não houve sequer misericórdia, ele haveria de cair, sobretudo no momento em que elogiasse, pois quando se pisa em alguém não bastam elogios proferidos pela boca, pois demonstramos nossos sentimentos pelas ações e não por simples e ignóbeis palavras, foram justamente estes os pensamentos que passaram pela cabeça do ambiente, se é que ambiente têm cérebro, mas como tratam-se estes de divagares místicos é bastante cabível concluir que há um cérebro em cada lugar que freqüentamos ou treinamentos. <br />
Posteriormente vemos como o ambiente, incorporado no termo parque, mostra-se hostil ao corredor, fazendo-lhe muito mal ao despistar-lhe. Como se o ambiente fosse uma entidade mágica uma força oculta, quando na realidade nada passa do que a mais simples ignorância do corredor, pois este pela falta de informação, e pela arquitetura natural do parque não consegue se orientar. É viável salientar nestes nossos estudos que o ser humano têm uma capacidade de comunicação bastante grande, a comunicação não se restringe por si em passar uma informação técnica ou concreta à outro indivíduo, mas sim passar sentimentos e estados emocionais e é justamente através desta segunda que se consegue formar a comunicação visual que foi referida anteriormente pelo nadador, é pois lógico pensarmos que é impossível ( a não ser com telepatia ) passar informações específicas do tipo número de chegadas que se quer fazer através do contato visual, mas sim é verdadeiro que se comunique um bom ritmo e que não se quer competir, isso tudo pelo movimento corporal, partimos do pressuposto de que o movimento corporal é a ferramenta que é utilizada para a comunicação para dizer que o esporte é um meio de comunicação tão quanto ou mais completo que o falar ou escrever. <br />
Devemos nestas linhas destrinçar o tema base que é a relação que há entre o corpo e o ambiente, esta relação ou ligação se passa através de um túnel ou ponto de ligação, este é a mente. Vejam leitores quando o nadador sente grande alegria ao notar a distinção entre as belezas artísticas que lhe oferece o meio: numa primeira instância a beleza dos reflexos do sol, que penetram pela água e atingem o fundo da piscina dançando conforme as ondulações da margem da água. A posteriori, após a metamorfose climática sua atenção se volta às belezas dos pingos de água que caem sobre a margem d’água. Esta apreciação artística é bastante enfatizada, tanto estas como as sensações físicas de sol abrasador e o posterior frio que recai sobre seu dorso. Mas quê é nosso corpo? Eu disse que há uma relação entre o corpo e o ambiente, porém acabamos de constatar que o corpo do atleta sofre variações climáticas, e estas certamente repercutem no estado de espírito ou no pensar do nadador através dos sentidos, estes sentidos seriam uma segunda ferramenta ou túnel, leva as sensações ao que eu chamaria de mente automatizada, esta não necessita de nossa ocupação já que funciona como uma máquina. Enquanto isso a mente principal seria o túnel primeiro. Temos aqui várias fatias de um mesmo tema, estas serão divididas para o melhor entendimento:<br />
1 – Mente ( Túnel de acesso entre as belezas artísticas da natureza e o corpo )<br />
2 – Sentidos ( Segundo túnel, acessa as sensações físicas e às leva à mente automatizada )<br />
3 – Visões do arredor ( As pessoas podem ou não considerar algo bonito ou feito dependendo de suas respectivas concepções, isto é o que seria denominado visão artística do meio. )<br />
4 – Fenômenos climáticos ( Estes São sentidos mas não necessariamente é dada importância à eles. Tal como pode ocorrer com a arte, se não é dado valor não se sente. )<br />
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B - Influência da imaginação durante um treino longo.<br />
Na descrição, do treinamento de natação, anteriormente feita ocorreu que tratava-se de um treinamento longo, e houve um grande contraste entre o início a metade e o final do treino. Antes de qualquer coisa quero comentar minha tendência em crer que os treinamentos de longa distâncias são aqueles que fazem com que nossas mentes sejam despertadas à outros estados de níveis de consciência, fisicamente sabemos que é aumentado o aporte sangüíneo ao cérebro e são liberados diversos hormônios. E mentalmente? Quê sabemos? Quais são as mudanças decorrentes do treino longo? Cada fase com suas características peculiares:<br />
I) Fase imaginativa: No início, como comprovado na descrição, há uma fuga para estados ideológicos, ainda não se está no local, é nesta parte que podem-se expandir os pensamentos de cunho imaginativo, e assim sendo você está em determinado lugar, porém sua mente e seus pensamentos podem estar em qualquer outro lugar, em situações possíveis ou impossíveis dependendo das idéias criadas pela mente. Este fator pode ser desencadeante de um total nível de desconcentração, o que pode ser até extremamente perigoso, como por exemplo no caso de se estar correndo em uma avenida ou rua movimentada e ser atropelado por um caminhão por se estar imaginando algo ou pensando em idéias. Por outro lado vemos que estas imaginações podem ajudar de diversas maneiras: para revolucionar idéias e pensamentos, entreter de maneira apraziva um treino extenuante, fazer com que o tempo voe e finalmente melhorar a qualidade e capacidade de racionalização. Sabemos porém que as desvantagens da desconcentração mental voltada para os movimentos é muito grande, pois fará indubitavelmente com que o ritmo diminua ou enlouqueça ( conforme a imaginação e sentimentos decorrentes desta ), porém fato verdadeiro que não haverá constância no ritmo.<br />
II) Fase física: Nesta fase já citada estamos no momento em que a preocupação volta-se para o que ocorre intrínseca ou extrinsecamente.<br />
III) Fase de retorno: Onde a imaginação e idéias retornam com suas evoluções, pode ser despertada por acontecimentos que cercam o corredor ou pela sua própria vontade, geralmente a desconcentração é causadora da fase de retorno.<br />
Sabemos portanto que é grande a interferência da imaginação durante os treinos longos, pois que é a imaginação senão a essência da parte mental? Vejam agora a seguinte descrição:<br />
“Era época de férias, e finalmente pude dar vazão a outras atividades, e a atividade a qual mais me apreciou fora justamente a leitura, lendo o livro “O senhor dos anéis” da autoria de J. J. Talkins, pois este livro certamente me influenciava de maneira bastante singular. Era um treino de ciclismo, talvez 30 ou 40 quilômetros por estradas do interior do estado de São Paulo, num determinado momento as características da estrada mudaram, passando a ser bastante esburacada, porém isto não me chamou a atenção, já que ao lado da estrada havia uma floresta de características européias, árvores secas, simetricamente plantadas de forma que a medida em que eu atravessava a estrada via com clareza os infindáveis corredores de árvores, espantado com tamanha beleza. O sol iluminava o ambiente interior da floresta de modo que fossem formados misteriosos feixes de luz. Era uma beleza de grande veneração, pois em um olhar mais apurado era eu levado a pensar que realmente havia algo de misterioso naquela floresta.”<br />
Neste exemplo de treinamento de ciclismo vemos como o ciclista é levado através dos vagares de sua imaginação, que naquela floresta há uma espécie de mistério inexplicável, é de grande valor ideológico o fato deste corredor ler em seus momentos de lazer um livro sobre magia, florestas e guerreiros, e logo querer relacionar o que lê com os acontecimentos de seu dia a dia.<br />
Aspecto provindo de sua imaginação, perpassa por suas idéias e que fica retido com o discernimento que proporciona a razão. Vemos a grande interferência da leitura fantástica no aspecto imaginativo do atleta, em algo pode em muito ajudar, a principiar pelo próprio prazer do treino, não se restringindo a ser este um treinamento de características meramente físicas, mas sim se expandindo a um nível mental imaginativo, como já visto anteriormente dividimos nossos estudos em três fases distintas, pois nosso atleta está neste momento na fase imaginativa ou então na fase de retorno. <br />
O mais importante de tudo é sabermos que um treino longo não é necessário ser um treino de ritmo, e assim podemos deixar nossas imaginações e pensamentos fluírem, para que assim o treino transcorra de forma mais agradável possível.<br />
Há algumas idéias muito interessantes sobre a corrida, que de certo modo vivem na cabeça das pessoas, e estas convivem com elas para que possam ter explicações para as coisas que ocorrem em suas vidas. Muitas destas se transformam em belíssimos jargões, utilizados como enfeites, estandartes que defendem uma idéia específica ou um conceito de moda. Quê se deve fazer? Repudiar à toda esta paródia? Uma superficialidade sem escrúpulos, idéia sem cabimento, carro sem motor, palavras sem o profundo entendimento. Os jargões são receitas já prontas, fast-food das realizações. Diz-se: eu corro por isto ou por aquilo sem sequer entender detalhes intrínsecos, tudo se inicia no campo da imaginação, quando de maneira espontânea proferimos uma explicação, que não provém de outras fontes senão de nós mesmos, o que é sinal do desenvolvimento de aspectos pessoais, faz a pessoa encontrar a si mesmo. Definir algo com as próprias palavras é belíssimo sinal de virtude que em muitos falta em nossa sociedade, as pessoas andam aturdidas sem direção definida no campo dos pensamentos próprios, para não dizer que estes pensamentos próprios nem existem, caminham à sortes dos ventos gélidos e incertos dum futuro desconhecido, mais distantes de si que a Terra de Plutão. Donde então insurge o broto da personalidade própria? Quais os frutos? Os lapsos pelos quais fugimos de jargões terrivelmente impregnados são inicialmente representados por idéias esporádicas que se contrapõe às outras criando em nosso próprio íntimo um determinado atrito. Aí se insere a importância do silêncio como fomentador de novas e originais idéias. Os próprios mitos de antigamente eram maneiras de explicar os acontecimentos da natureza como a tempestade, o furacão ou o terremoto. Assim que nossos corpos recebem uma saraivada de sensações diversas nossa imaginação tenta de algum modo unir estas sensações e traduzi-las num ambiente surreal. Noutro dia estava eu conversando com um dos professores da academia na qual desempenho a função de estagiário, Excelentíssimo professor Marcos, este descrevia com bastante afinco suas emoções e certezas do momento em que havia participado de uma importante corrida no final do ano. Dizia que toda uma gama de sentimentos que ficaram acumulando todo o ano extrapolou num só ímpeto, e que ele imaginava que a cada passada que executava nesta corrida era como se um grande pedaço de terra caísse detrás de seus pés, criando assim um gigantesco abismo atrás dele. Fiquei extremamente impressionado com esta descrição, por seu valor imaginativo, deste modo este corredor não poderia dar um passo atrás, do contrário cairia num infindável abismo. É provável que este gigantesco abismo seja formado por todas as pressões que este corredor tenha recebido durante todo o ano, o que é uma maneira pictórica da mente reagir mediante a realidade: criando um estado imaginativo que corresponde ao real. Explicando algo, mesmo que de maneira ilustrativa, com a própria personalidade, esquivando-se de simples explicações, estas que insurgem mais como propagandas, da boca para fora por assim dizer. A importância da imaginação está também intimamente relacionada com o desenvolvimento de idéias e da personalidade. Tendo opiniões e idéias partidas de si mesmo as pessoas criam um caráter, uma essência particular mais desenvolvida, o que vai totalmente contra os processos de massificação ideológica da maior parte da mídia.<br />
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C – Ajuda mútua psicológica.<br />
Da mesma maneira que dois adversários maratonistas podem de auto flagelar através de injúrias perniciosas e inescrupulosas com o intuito de fazer com que o outro desvaneça-se mentalmente pode ocorrer o contrário. A ajuda mútua psicológica ocorre no claro exemplo de quando um corredor “puxa” o ritmo do outro, e fato inédito que acabamos de constatar é que esta pode ocorrer mesmo no caso de serem corredores ferrenhos, maldosos e ignorantes dos bons preceitos esportivos. Sorria por favor leitor, não fique tão triste com meus loucos divagares, apenas perceba o quão estou exaltado com a idéia de que os inimigos podem se ajudar sem saber que o estão fazendo. A vida tal como a corrida é uma grande sucessão de inconstâncias, veja bem: <br />
“Estou no quilômetro 30 de uma maratona, inesperadamente um adversário me desafia, aumentando seu ritmo diante de meus próprios olhos. Não me vejo humilhado, pelo contrário, me parece um guerreiro querendo degladiar-se comigo, aceito fortemente o desafio e aumento meu ritmo de modo que eu possa acompanha-lo lado a lado, assim ocorreu fiquei ao seu lado como uma lesma faria à uma parede, ou como fariam duas partes de uma só coisa. Logo aumentei meu ritmo ainda mais, não posso dizer que fisicamente estava fácil despender toda aquela energia, pois o glicogênio muscular há muito se fora, dependia exclusivamente de meus estímulos mentais, vontade e perseverança, que triunfaram através da ajuda de um adversário, não fizemos cara feia um ao outro, éramos cúmplices de nossos sofrimentos, houve inclusive um estímulo em forma de diálogo: - Vamos lá! Você está bem!”<br />
Espero que você, apreciado leitor, tenha participado juntamente comigo da façanha de descobrir que o mal muitas vezes provoca o bem. Era este um adversário, sem quaisquer sombras de dúvida, mas, ao mesmo tempo que me tentava ultrapassar, eu me ruborizei, e as idéias que me passaram em minha mente diziam que eu não podia deixar que isso ocorresse, a pesar de que meu corpo dizia que deveria deixá-lo ir-se. Não deixei porque minha postura ideológica fez com que surgissem em min fortes sentimentos, e estes influíram na vontade, esta influiu no corpo e este finalmente no ritmo. <br />
Este caso pareceu-se bastante fidalgo por parte dos dois corredores, mesmo proporcionando indignação por parte do mais lento, mas podem, e certamente ocorrem, ocorrer casos de extrema antipatia entre atletas, e mesmo assim provocar reações positivas, é o que deveria ser posto como atos animalescos, nestes prevalecem os valores sentimentais, e poucos senão nada dos racionais. Estou correndo numa boa, derrepente um outro corredor me perpassa fazendo uma cara muito feia, e ainda me olhando com escárnio, minhas reações podem ser diversas, posso ter medo que ele esteja querendo minha destruição e ficar extremamente desconfiante de minha própria vontade de correr, ou posso ser provocado de maneira a emergir-me uma sensação animalesca que faça com que meu ritmo aumente vertiginosamente, o que pode ser bom ou ruim para min, já que se correr muito rápido, sem o crivo da razão ele facilmente me ultrapassará na frente, ou posso mesmo me superar e conseguir um tempo acima do esperado. Por isso diz-se que a maratona é uma prova mental, ou estratégicas, há momentos em que não é bom deixar-se levar pelos sentimentos, enquanto que em outros à melhor maneira de correr é deixar-se influenciar pela teoria da qual estamos falando, a dita animalesca.<br />
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D – Treino solitário e fraqueza da vontade.<br />
“O dia estava chuvoso, não me via alegre por dentro. Aquelas nuvens escuras pareciam querer me entristecer, e de fato conseguiam, cheguei na piscina, esta se encontrava vazia, ninguém na água, ninguém em torno da mesma, e de fato não é de se estranhar, sendo que aquele dia estava sumamente horroroso para contemplar-se. Totalmente indignado com a situação, porém resignado a treinar fiz um alongamento antecedente com enfadonha persistência, ao concluir que assim seria o treino entrei na piscina: azulejos azuis, silêncio e sensação de vazio. Comecei a nadar, e a medida que os quilômetros passavam eu olhava para o fundo da piscina, e notava a bela reluzência da claridade do sol que traspassava as nuvens e se carimbava com todo seu esplendor no fundo das águas. Eu estava solitário, mas tamanha era a beleza que me cercava que me achava congratuladamente recompensado por estar onde estava, cheguei a pensar naquele momento que não havia nada melhor que estar solitário, nada seria realmente comparável à todas aquelas sensações que me cercavam, e se por um acaso a piscina estivesse cheia certamente não estaria tão entretido com aqueles sentimentos que se apoderavam de minha pessoa naquele momento.”<br />
A solidão é por certo muitas vezes a sensação mais agradável que pode ter um ser humano. Como já anteriormente citado no capítulo 8 tópico B ( Sentimentos ideológicos ), temos algo comentado em relação à solidão, veja bem meu caro leitor que, no capítulo 11 tópico A ( Níveis de concentração ), há uma referência, durante a descrição do nadador, sobre o nadador tornar-se parte da água. Quê significa isso na verdade? Como pode alguém tornar-se parte de algo que está fora de seu corpo propriamente dito? A explicação seria devido à uma expansão da consciência mental. Também ocorre algo com referência à descrição deste próprio tópico digna de nossa referência, este algo é justamente o que abordaremos momentaneamente. Quando falamos em solidão logo pensamos em uma pessoa solitária, solitária, mas não necessariamente triste, Veja bem que o último nadador se encontrava triste quando olhava as nuvens carregadas num momento anterior ao treino, e nestes momentos anteriores tinha receio de não se desempenhar bem durante o treino devido ao seu próprio estado letárgico, porém poucos momentos após haver iniciado o treino houve uma grande mudança de comportamento mental, e era justamente neste momento em que ele se encontrava solitário. Ao quê foi devida esta mudança de pensamentos e sentimentos? Para explicar à esta pergunta devemos procurar o quê há de comum entre as três descrições supracitadas. <br />
No intuito de conhecer os fatos verdadeiros iremos aqui refletir: Na verdade já abordamos sobre isto, e julgo ser de suma importância termos estas idéias bem claras, e com seguridade, com estes três exemplos teremos uma idéia mais concreta da idéia de solidão. Esta solidão está envolta à um sentimento de integração com aquilo que se está fazendo muito forte. Veja bem que no primeiro caso o corredor têm a sensação de estar se comunicando com a natureza que o cerca, enquanto no segundo o nadador diz ser a própria água e finalmente no terceiro e presentemente neste capítulo o nadador diz estar sentindo-se compensado pela beleza que o cerca. Isto trata-se de um sentimento de união que ocorre entre o meio e o indivíduo.<br />
Felizmente iniciamos este capítulo com a solução de nossa problemática. Por quê há uma relação entre a solidão e à tristeza? Se me sinto triste sempre quando estou solitário os treinos solitários tornam-se insuportáveis, há pessoas que de fato não conseguem viver grandes períodos de tempo sem que hajam outras para estimulá-las, atenção: não quero de forma alguma desmerecer os treinamentos em grupo, pelo contrário, valorizo-os e sei que estes possuem suas vantagens, mas o fato é que neste momento estamos discutindo sobre os treinos individuais, especificadamente executados de maneira solitária. Tornando ao assunto devemos nos perguntar por quê ocorre o desestimulo perante a solidão...Pompeo Boninihttp://www.blogger.com/profile/17128125913209150593noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2679853150100587757.post-88189016869982971502009-05-05T20:45:00.000-07:002014-09-02T16:35:01.138-07:00Cap. 12 – PODER MENTALCap. 12 – PODER MENTAL<br />
Corrida da canção infindável<br />
Correr com a alma <br />
É sumamente diferente<br />
Que correr na fria lama<br />
Dos sentimentos não coerentes<br />
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Andar com o coração<br />
É inteiramente igual<br />
Que cantar uma canção<br />
A não ser que sejas tu mortal<br />
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Pois imortais todos somos<br />
Quando na alma impomos<br />
Sentimentos verdadeiros<br />
Inteiros e maneiros<br />
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Correr é como entoar uma canção com toda a plenitude de sentimentos e emoções. É despender toda uma energia que ficou acumulada criando uma sensação desagradável de estagnação. Há pessoas inclusive que conseguem viver em harmonia sem praticar quaisquer atividades físicas, não quero dizer que estas pessoas sejam fisicamente saudáveis, pois como sabemos a falta de atividade física faz com que o corpo não seja tão saudável quanto poderia ser. Mas do ponto de vista de saúde mental estas pessoas podem ser normais. Fato que creio bastante cômico quando penso que se eu não praticar atividade física por três dias consecutivos fico bastante triste, vejam a seguir o seguinte relato, que mostra alguns aspectos relacionados com o que estamos comentando:<br />
“Tenho uma sensação de poder, somente pelo fato de saber que sou corredor, que corro diariamente. Me sinto de certa forma superior às outras pessoas, sejam elas quem forem. A corrida me proporciona uma sensação de plena superioridade, começo a crer que tudo o que me cerca é muito pequeno, seja qual for esta coisa... Sou um corredor, faço uma média de 18 quilômetros por dia, sendo que dois dias por semana chego a 32 quilômetros, uma distância de 150 quilômetros por semana, logo vejo que é isso que me faz sentir diferente em relação às outras pessoas. É como se eu tivesse um poder que estas pessoas nunca poderiam Ter, não poderiam não porque não têm a possibilidade, mas sim porquê falta em todos vontade, as pessoas são no geral fracas de mente.”<br />
Este texto mostra claramente as características mentais de um corredor fundista. Segundo minha opinião pessoal, caracterizamos um ser humano para ser corredor fundista não somente pelas suas características físicas, mas principalmente por seus atributos mentais. A corrida da maratona requer muito mais força de vontade que condicionamento físico, é portanto uma prova que depende quase que exclusivamente das forças mentais do corredor. Não é qualquer pessoa que consegue ser corredor de fundo, antes de tudo deve-se saber quais são as características de seus pensamentos. O grande problema está no fato de nossa sociedade valorizar o bem estar, quantas vezes não nos deparamos com pessoas perguntando da seguinte maneira: - Mas você não cansa de correr tanto? A canseira esta de que estamos retratando é uma outra forma de viver, e à ela daríamos o nome de bem estar, outras pessoas erroneamente imaginam que bem estar é estar em casa sentado em um sofá assistindo seus programas prediletos. Grande falácia esta, imaginamos então que bem estar é estar bem, estou muito bem quando estou correndo minhas exacerbadas distâncias, é este um momento em que me deleito com minha capacidade física, com meu corpo, eu sou meu corpo e gosto muito de saber quais são minhas capacidades motoras, ainda que assim posso todavia desenvolver estas capacidades de forma a aumentá-las e tornar-me poderoso como dissera antes<br />
O poder é a capacidade de conseguir algo. Assim como está na descrição supracitada ocorre uma grande sensação de poder. O corredor consegue fazer algo que outras pessoas dificilmente ou nunca conseguiriam, e quando este está ciente deste fato sente-se poderoso, como se estivesse em um pedestal, e todas as pessoas fossem de certa forma mesquinhas segundo sua visão, pode ele mostrar este poder de diversas maneiras, e às vezes de maneiras mal educadas é claro. Como não poderia deixar de ser devemos duvidar de todas às idéias que nos surgem aqui nestas linhas, pois na verdade a filosofia é o questionamento de tudo, assim sendo devemos perguntar-nos se o corredor realmente possui este poder. Não estamos tratando simplesmente dos corredores, mas sim da verdadeira essência dos seres humanos. Pois. Pode outra pessoa Ter este mesmo sentimento de supremacia em relação à outras coisas como dinheiro, capacidades artísticas, trabalho e outros mais. Estamos porém falando especificadamente dos corredores, seria de certa forma inconveniente pensar que este poder todo é falso, entretanto é idéia viável crer que é meramente uma situação totalmente psicológica, que depende muito das relações sociais.<br />
Explicar-lhe-ei o que quero propor. Uma vez que o sentimento de ser poderoso é algo que só pode vir à tona quando o ser humano quer se comparar a outras pessoas digo que é um sentimento que depende das inter-relações sociais. Se um respeitável corredor de elite vivesse solitariamente no planeta não poderia ele Ter este sentimento, de sorte que isso seria algo que iria de certa forma ser uma arma a menos para que ele desenvolvesse uma posição psicológica positiva em relação às suas corridas, já que, a idéias de ser poderoso trás consigo grandes benefícios no que se refere à auto estima, e autoconfiança. Retiro as palavras já ditas que este é um verdadeiro sentimento, o poder é na verdade uma ideologia criada na mente humana, não é real, é apenas uma idéia, é fato que é uma idéia que existe na mente, porém só existe a partir do momento que é criada e só pode ser criada no caso da pessoa querer comparar-se com outras.<br />
É providentemente necessário chegarmos à conclusão de que o corredor maratonista é uma pessoa mentalmente diferenciada de outras, que por graça poderíamos considerar como meros mortais, é até um sentimento egoísta, mas que feliz ou infelizmente ocorre nas mais diversas situações. É cabível a afirmação de que há duas coisas que estão sendo retratadas aqui:<br />
a) Sensação de poder perante outras pessoas. <br />
b) Autoconfiança / Vontade<br />
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A – Sensação de poder perante as outras pessoas.<br />
Atenção à seguinte descrição e aos comentários adjacentes:<br />
“Madrugada de uma Terça feira, acordei derrepente, são exatamente 4:00 da manhã, fato bastante surpreendente que me vêm ocorrendo a partir do momento em que comecei aumentar as metragens semanais de corrida, acordo de madrugada em uma súbita situação, me dá vontade de correr, faço contração com os músculos da perna, isso me traz um certo alívio, desço até a cozinha, pão com geléia e muita água para voltar a dormir como se nada houvera ocorrido.6:00 horas, e me desperto com uma facilidade muito grande, por momentos perco a vontade de viver, neste breve momento sinistro senão macabro perpassa por minha mente a idéia de que neste dia correrei como todos os dias uma distância estratosférica. Nunca havia me acontecido algo que trouxesse esta sombria sensação., mas parece ser um pensamento que somente me ocorre ao despertar, pois minutos depois estou alegre e pronto para mais um dia de luta”<br />
O corpo humano se adapta às diferentes situações em que é colocado, o corredor é uma pessoa que coloca seu corpo em constante movimentação, os músculos ficam visivelmente mais fortes e resistentes, enquanto que uma série de outras mudanças não visíveis ocorrem na parte cardiovascular e na fisiologia em geral. Pois estando o corpo acostumado a tantos movimentos executados diariamente ocorre que à noite passa a ser um momento de anormalidade para o corpo, pois este fica parado e sente falta da movimentação, daí a sensação de acordar de madrugada e querer contrair os músculos da perna, e a sede é decorrente da falta de líquido corporal, mas há um fator que não foi comentado, que provavelmente passasse despercebido pelos leitores, não é que eu queira desmerecer os entusiásticos leitores deste livro, porém o fato é que trata-se de um assunto de grande diferenciação, que por suas características dificulta a percepção. As características mentais de um corredor deste porte são normais? Não gostei muito de utilizar o termo “normal”, e por isso julgo ser necessário mudar a questão, colocando-a da seguinte maneira: As características mentais dos corredores fundistas são iguais quando relacionadas à média da população? Ficando inteiramente pronta a questão é necessário o intento de responder... Estamos aqui falando de pessoas que executam uma atividade diária que requer grande quantidade de energia, tanto energia física adquirida através dos alimentos quanto energia mental adquirida através da constante auto sugestão. A auto sugestão é o combustível da mente, e faz com que o corredor esteja sempre com vontade de correr, ou seja é uma grande criadora de idéias positivas que trazem a auto estima. Agora seguintemente veremos uma relação de idéias que fazem parte da auto sugestão:<br />
a) Eu sou poderoso em relação às outras pessoas.<br />
b) Quase ninguém consegue fazer o que faço diariamente.<br />
c) Sou bom no que faço.<br />
d) Tenho noção de meu treinamento semanal. <br />
e) Sei que não é fácil fazer o que faço, porém sou batalhador<br />
No entanto ocorre que estas sugestões, sem a mínima intenção, podem vir a ser negativas. Quando falamos das características mentais do corredor fundista dizemos que estas não são iguais à média da população, pois ele deve ser uma pessoa constantemente auto sugestiva, uma pessoa que tenha uma força mental muito grande para a carga de trabalho que desempenha, do contrario irá definhar em seus intentos de correr. Estamos aqui falando certamente de auto estima. Não somente de vontade de correr, mas de vontade de viver. Veja bem leitor, que na descrição há interessante confissão de sentimentos negativos em relação à vida, tudo isso decorrente da carga de trabalho diária ser exagerada. Falamos aqui de uma pessoa de certo modo estressada. Há um momento em que a mente não suporta tamanha carga, e começa com isso a sugerir que não vale a pena viver. Estas sugestões são dadas de forma inconsciente, sendo assim não são controladas pela parte consciente do cérebro, e tratam-se de lapsos momentâneos, pois, como visto somente no despertar ocorriam estes pensamentos descritos como sinistros. Não alienando-nos da expansão deste assunto é lógico chegar à conclusão que a auto sugestão vêm da parte consciente, enquanto que as idéias negativas vêm do inconsciente, em decorrência da grande carga de trabalho. Necessário é apresentar estes pensamentos de forma mais simplificada: A carga de trabalho exagerada provoca uma necessidade de auto sugestão, se não haver auto estima não se suportará a carga de trabalho. Tudo é na verdade uma grande luta entre o consciente e o inconsciente, o primeiro apresenta suas idéias revolucionarias e positivas, o segundo de forma embaçada e inintendível traz consigo toda a tristeza possível. <br />
Diremos que o inconsciente é de certa forma distorcido, pode até não ser, porquê sempre procuramos entende-lo através da razão, forma bastante errônea já que a razão está dentro da parte consciente. Deve haver o equilíbrio entre estas duas partes. É complicado ficarmos falando desta forma tão abstrata, na prática ocorre que a pessoa tornando-se estressada em decorrência da excessiva carga de trabalho passa à recorrer à sua auto estima, porém há um momento em que a auto sugestão começa a perder para as idéias negativas, e isso irá seguramente interferir no treinamento, seja diminuindo o êxito nos treinos ou seja parando com eles sem entender a profundidade do motivo de haver parado. Chegamos à brilhante, e simples conclusão de que a sensação de poder perante as outras pessoas, a que é dado o nome deste tópico trata-se de uma auto sugestão constante, que é relacionada aos valores de cunho social, e que como objetivos ajuda ao corredor manter-se corredor todos os dias, todas as semanas, todos os meses. É a busca consciente de auto estima.<br />
É necessário que não ocorra o fator estresse, para que consequentemente não venham a falhas as auto sugestões, e para que assim transcorra devemos apelar para outros meios de energização física e mental, e estas são provenientes da boa alimentação, complementação nutricional, bom convívio social e outros fatores que não estão diretamente relacionados à corrida, mas que em muito influem no estado mental de um corredor.<br />
Prosseguindo com as descrições aqui está a 2a deste tópico:<br />
“É quase noite e assim sendo aproxima-se o horário de meu treinamento, isso me traz uma alegria compulsiva, chego em casa às 7:00 e sei perfeitamente que se sentar por dois minutos não conseguiria levantar-me mais, somente no outro dia, minha técnica consiste em tomar café comer pouca coisa e ir nadar, após a natação há a corrida, após muitos quilômetros chego em casa num horário relativamente tarde: 11:20 de espírito e corpo novos com uma sensação indescritível de prazer e satisfação.”<br />
Esta descrição só vêm a confirmar algumas coisas que foram comentadas em relação à primeira, veja bem que o personagem da descrição diz que se sentar-se sabe que não irá conseguir levantar, isso aponta um cansaço extremo. Note também que o corredor precisa pela sua própria fadiga física e mental de estimulantes, como a cafeína, para que ajude no trabalho de quedar-se desperto e ativo. Isto está parecendo com um moribundo que chega em casa e ainda sabendo de sua fadiga quer se reerguer das profundezas do cansaço. Vemos que a mente precisa de um estimulo energético através das auto sugestões supracitadas, porém somente agora percebemos que além das auto sugestões que são estímulos provenientes da razão há também os estímulos químicos, estes conseguidos neste caso através da ingestão de cafeína. Há neste caso dois motores da mente, um de origem racional, e outro de origem química. Daí concluímos que há muitas drogas utilizadas por esportistas competitivos, e o motivo desta utilização dos ditos “doopings” é devida à necessidade do corpo e da mente necessitarem chegar aos seus limites, os limítes são quase impossíveis ou impossíveis de serem atingidos através de situações normais, por isso há a implementação de substâncias que aumentem o desempenho. Notamos grande contraste entre o momento em que este corredor acorda para o momento em que está correndo, ou para os momentos posteriores à corrida, isso mostra com veementemente que por mais que ocorra a luta do inconsciente com as auto sugestões a corrida é uma verdadeira fonte de auto estima, e neste momento fica incrustado a idéia de que somos vitoriosos em nossa atividade. O corredor é imbuído nestes momentos de grande renovação de sentimentos, idéias e força. Tanto na parte física quanto na mental ocorre uma verdadeira renovação. Nos momentos em que chega do serviço há uma fadiga incomensurável, porém após a corrida tudo parece estar diferente, os problemas parecem haver se tornado pequenos, e o bom humor se apodera da pessoa. Finalmente repetiremos as palavras extraídas da própria descrição: Sensação indescritível de prazer e satisfação.<br />
3a descrição:<br />
“Sentindo-me um verdadeiro super herói olho para as outras pessoas, que vão aos seus trabalhos, estudam, se divertem nas festas, e fazem todas as coisas que todas as pessoas fazem com grande facilidade, mas logo vejo que elas não fazem 2 ou 3 horas de atividade física intensa por dia, e logo comparo-me a estas pessoas, sempre que converso com elas estou pensando que neste dia ainda haverá uma corrida intermitente através da cidade. Louco? Todos os dias, utilizo-me de toda minha capacidade física, e às vezes chego a sentir desprezo por aqueles que nem se quer gostam de praticar exercícios. Minha mente é constantemente inundada das noções que querem me diferenciar dos outros.”<br />
Enfim chegamos à sensação que o corredor têm de querer se comparar com os outros, algo bastante natural quando falamos de uma pessoa que está acima de todas as médias de movimentação corporal, pode chegar este a ser um sentimento negativo, que de certa forma atrapalhe no convívio social, há momentos em que é importante esquecer-se por completo da corrida e pensar e falar de outras coisas, justamente para contribuir no contexto de vida mental completa, que não fique estagnada à um só lado ou aspecto da vida. Funciona perfeitamente este sentimento para os corredores obcecados por correr bem, pois como já vimos trata-se de um estímulo mental, uma auto sugestão!<br />
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B – Autoconfiança / Vontade.<br />
Vontade e autoconfiança são dois adjetivos essenciais para um atleta maratonista, e para o corredor em geral. Corredor de vontade é aquele que corre com devoção e bastante seriedade. Correr, olhar para frente sem se importar com quaisquer coisas ou pessoas que estejam ao redor. Quando se corre há pessoas que elogiam e outras que dizem infâmias aos corredores, o corredor que possui uma verdadeira autoconfiança é aquele que não responde aos às maledicências proferidas e sequer olha aos que elogiaram, pois está inteiramente concentrado no que faz que não importa-se com todo seu redor. São estes os fatores que fazem o atleta correr bem, assim é que ele terá vontade de correr, e não de ficar se vangloriando ou bajulando com pessoas que o elogiam, aliás, o atleta que quer ser bom no sentido de boa vontade e concentração deve fugir dos elogios e ser humilde, pois esta última é uma das características do autoconfiança, que não deve ser confundida com egocentrismo. É possível ser humilde e autoconfiante ao mesmo tempo, assim esta vontade torna-se plena e branda, mais harmoniosa que a vontade do egocêntrico.Pompeo Boninihttp://www.blogger.com/profile/17128125913209150593noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2679853150100587757.post-73032430049390812432009-03-28T20:47:00.000-07:002014-09-02T16:34:38.741-07:00Cap. 13 - AMPLITUDE DA CONTEMPLAÇÃO.Cap. 13 - AMPLITUDE DA CONTEMPLAÇÃO.<br />
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Grande treinamento de minha vida<br />
De forma bastante agradável<br />
Quero falar sobre a corrida<br />
Sendo o primeiro dia amável<br />
O grande treinamento de minha vida<br />
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É com grande prazer que despendemos nossos tempos para contemplar um belo cenário da natureza. Me deslocando de ônibus de casa para a faculdade é interessante notar qual está sendo a movimentação nas ruas, o quê as pessoas estão fazendo, como andam apressadas, os carros. A grande vantagem de estar em um ônibus é que você têm uma visão privilegiada, de uma altura superior, podendo tanto analisar o quadro da situação climática de sua cidade, quanto tentar decifrar as pixações inintendíveis que se encontram em praticamente todas as paredes da cidade. Isto é contemplar, ou seja: olhar, toda a contemplação pode Ter um sentido diferente, segundo os olhos de quem está vendo. Posso olhar algo com pensamentos escrachados ou de uma forma bastante otimista, procurando aprender com o que estou vendo, ocorre portanto que a contemplação possui diversos níveis de amplitude, de modo que eu aproveite mais, menos ou sequer aproveite algo que contemplo.<br />
A corrida é momento agradável a fazer contemplação, o corredor pode ao mesmo tempo correr e deleitar-se com os atrativos visíveis de uma cidade, ou de quaisquer outros lugares, para expandir este assunto dividiremos entre dois tópicos:<br />
A – Paisagens citadinas e breve relato dum sentimento possesivo.<br />
B – Paisagem natural num contexto abrangente.<br />
A – Paisagens citadinas e breve relato dum sentimento possesivo.<br />
Vejam a seguinte descrição:<br />
“Todas as tardes lá estava eu, correndo meus sagrados 15 quilômetros, o percurso específicos através de determinadas ruas da cidade, até chegar ao parque e retornar pelo mesmo trajeto. Cheguei a conhecer cada estabelecimento daquelas ruas, até mesmo as pessoas que tinham hábitos de vivências da rua, como seguranças, motoristas entre outros, a rua era de certa forma bastante conhecida. As casas e suas arquiteturas sempre foram apreciadas, as novas construções eram logo notadas, sempre me senti como sendo parte da história desta rua, como se chegasse alguém novo, eu como já estando utilizando-a com antecedência tivesse mais direitos sobre ela, dias de chuva, sol, frio ou calor, ali estava eu, sempre olhando os detalhes daquela rua.”<br />
Como vemos há um singular sentimento de posse do corredor para com a rua, sentimento este que é baseado através de um sentido histórico: estou há mais tempo portanto tenho mais direitos, pensamento este que foge às características de nosso capítulo, porém que são dignos de retratação, inclusive num possível capítulo à parte.<br />
No que se refere à paisagem, vermos que trata-se de uma visão citadina, onde através de vários pensamentos o corredor se vê de certa forma ligado àqueles que o cercam, e se deleita com as formas da cidade.<br />
B – Paisagem natural num contexto abrangente.<br />
Já dissertamos algo sobre correr em uma paisagem natural, porém esta discussão não teve o mesmo contexto com o qual nos deparamos neste momento, pois agora estamos falando especificadamente da contemplação. Pois então quê se trata uma paisagem natural? Aquela que ainda não foi transformada pela ação do homem. Com clareza devemos Ter isso definido em nossas mentes, pois quando corre-se em uma pista de cooper, deve-se levar em consideração que na maioria das vezes, esta pista já foi transformada pela ação do ser humano, que planta as árvores aonde bem entende, com o intuito de deixar determinado lugar esteticamente mais apreciável aos seus olhos, assim ocorre que com a natureza verdadeira poucas vezes nos deparamos, a não ser que estejamos vivendo em lugares que fiquem longe dos grandes centros urbanos. Estas paisagens parcialmente naturais não deixam de ser agradáveis, mas não constituem em uma paisagem totalmente natural, há uma grande diferença entre correr em uma floresta que correr em um parque, pois é, segundo minha visão, muito mais completo no ponto de vista de beleza correr-se em uma floresta. Assim vejam a seguinte descrição:<br />
“Já estava correndo há aproximadamente duas horas e meia, através daquelas estradas planas, o ritmo era agradabilíssimo ao corpo, um prazer incomensurável me dominava, já sabia o percurso, o qual fazia quase todos os dias, pois o lugar não era especificadamente de meu total conhecimento. Uma longa subida pela estrada, o ápice da montanha e o declive, assim chegava eu a uma praia, cheguei ali, e vi que estava ficando escuro, o dia se esvaia dando lugar à noite. A praia era de 2 quilômetros de extensão, decidi com alegria correr de um extremo para o outro, e assim por diante. Era com grande prazer, que pouco antes de escurecer me deliciava com a beleza que proporcionava a infinitude, haviam surfistas e garotas das mais variadas delicadezas naquela praia, era um momento da mais pura exibição de minhas capacidades físicas Como se fosse uma apresentação da capacidade de quê é capaz um ser humano, corria neste ponto bastante rápido, e justamente estava com uma camiseta bastante chamativa ( segundo o meu modo de pensar ). As virtudes que se extrapolavam de minha essências eram devida tanto ao sentimento de me sentir superior, fisicamente bem delineado e capaz aos que me assistiam ( ou mesmo que não estivessem assistindo, porém real é que eu pensava que estavam me assistindo, portanto é válida esta idéia.) quanto devidas ao sentimento de grandeza das belezas naturais que me cercavam. Me ative a olhar a imensidão do horizonte e do mar, anoitecendo fiquei impressionado que passara do dia para a noite sem haver parado de correr, esta idéia foi de grande valia para aquele treinamento. Do horizonte, do mar e dos sentimentos de superioridade minha atenção voltou-se para o céu que apresentava-se nesta ocasião pleno de estrelas, eram muitas estrelas, algo que eu não estou acostumado a ver, portanto fiquei em estado e êxtase. Alguns uniam-se na areia e formavam rodas cantando canções com violão, e eu continuava pertinentemente correndo, correndo e vendo toda a imensidão que me cercava.”<br />
Nesta larga descrição percebemos que há uma diferenciação entre dois sentimentos diferentes:<br />
Primeiro sentimento: Exibição aos outros.<br />
Um deles é o sentimento bastante interessante de exibição aos outros que estão na praia, são exibidas três características do corredor:<br />
1)A primeira é devida à um sentimento de superioridade por parte do atleta consiste na exteriorização de poderes mentais, é como se houvesse uma indiferença exteriorizada através da seriedade com que o corredor se porta durante o treino, por parte dele há grande vontade que as pessoas que estão ao seu redor percebam esta seriedade. <br />
2)Em seguida vemos algo relacionado à parte estética e sexual quando se relaciona com esta demonstração o corpo bem delineado. Esta característica é contrária às outras duas, já que a sexualidade é instintiva, e a exibição de poder mental e físico é algo racional, mas com lógica percebemos que as três características relacionam-se entre si.<br />
3)Em terceiro há o sentido de capacidade física que está comprovado no próprio ato de correr. O corredor quer aqui mostrar que é bom naquilo que está desempenhando, já que há a seriedade da postura mental, há também a seriedade de postura física, vemos isto quando ele aumenta a velocidade, justamente para que os outros notem sua incrível desenvoltura. <br />
Breve conclusão: Concluímos nesta parte que o corredor está em constante contato com as pessoas que o cercam, queira ele pensar nisto ou não. A partir do momento em que entra na praia, quer exibir-se à todos, damos à isso o nome de expressão corporal, ocorre que como comentado antes, a exibição estética não está necessariamente relacionada à vontade de exibi-la, enquanto que às outras duas necessitam de estimulo de origem mental para serem procedidas.<br />
Segundo sentimento: Captação do meio.<br />
Tal como se exibiu o corredor ao meio, o meio se exibe à ele, e este corredor capta a exibição na forma de contemplação. Há neste aspecto um forte sentimento de pequenez diante da magnitude da natureza. A natureza é pois a dominadora, ao contrário do que ocorria no sentimento que o corredor tinha comparando-se com os outros, ele então sente-se totalmente ínfimo à tamanha grandeza. Mas não era ele próprio uma pessoa superior? Não neste caso, fica ele feliz por ver algo tão belo.<br />
De forma conclusiva a natureza é em seus aspectos de grande beleza, capaz de transformar um corredor em um espectador, não só da beleza, mas também dos movimentos que a natureza proporciona, pois, vejam bem como o corredor se dignifica com o ato de haver passado do dia para a noite correndo, o tempo é proveniente da natureza, e é caracterizado neste caso com a diferença de luminosidade que apresentou a natureza. Vimos então que a contemplação não se passa tão somente por parte do corredor para com o meio, mas também do meio ( pessoas ) para com o corredor, vimos também que não se restringe isso a ser somente uma contemplação sendo mais que isso: uma comunicação. E a natureza? Conseguimos nos comunicar com pessoas e estas conosco, através de olhares, comentários, gritos, gestos, corrida frenética, beleza corporal, espírito de seriedade, mas não chegamos com veemência a propor uma comunicação de nós para com a natureza propriamente dita, e dele para conosco.<br />
É de grande comicidade chegar ao cúmulo de pensar que o ser humano não faz parte da natureza, pois somos seres vivos, e vivemos no planeta terra. Poderíamos dizer que nossas criações e transformações não fazem parte da natureza, seria esta uma afirmação mais cabível, porém o fato é que nós fazemos parte da natureza, e assim sendo, a partir do momento em que estou me comunicando com outro ser humano estou também comunicando-me com a própria natureza. <br />
A pergunta correta seria: Podemos nos comunicar com a natureza com a exceção dos seres humanos? Creio que sim! Por incrível que pareça há um determinado sentido de comunicação do homens para com o meio que o cerca, pois se nos basearmos tão somente no fato de haverem momentos em que o homens se sente inferior ou superior ao ambiente que o cerca isso já é um modo de comunicação.<br />
Se na cidade há um sentimento de posse, e na natureza há um sentimento de inferioridade, são estes tipos de comunicação. Expelidos por conceitos estéticos que proporciona a natureza. São estes em nosso caso a beleza. É estranho pensar que coisas inanimadas comunicam-se conosco, mas é todavia mais estranho pensar que nós podemos nos comunicar com elas, isso já entra na parte de conceitos pessoas, pois a religião é exatamente relacionada à este fator, ou seja: o homem querer se comunicar com a natureza de sua própria existência, que é sumamente desconhecida.Pompeo Boninihttp://www.blogger.com/profile/17128125913209150593noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2679853150100587757.post-52874010348284083902009-03-27T20:47:00.000-07:002014-09-02T16:34:16.686-07:00Cap. 14 – SENTIMENTOS DE POSSE DE UM LUGAR POR ESTAR TREINANDO HÁ TEMPOS NESTE.Cap. 14 – SENTIMENTOS DE POSSE DE UM LUGAR POR ESTAR TREINANDO HÁ TEMPOS NESTE.<br />
Há como foi citado um sentimento de posse por determinado lugar, sentimento este que é relacionado ao tempo em que o corredor utiliza determinado local para treinar, isto na verdade não é nada relacionado especificadamente aos corredores, mas sim à raiz da genialidade humana, já que existe um dispositivo de caráter social que diz: - Veja: estou treinando há mais tempo que você aqui! <br />
Sempre que chega um sujeito novo para treinar em uma pista todos o olham com desconfiança, como se este fosse desmerecedor de qualquer elogio, já que não pertence aos possuidores daquele lugar: Que são justamente os que treinam há mais tempo no local.Pompeo Boninihttp://www.blogger.com/profile/17128125913209150593noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2679853150100587757.post-75032668518240429772009-03-26T20:48:00.000-07:002014-09-02T16:33:57.702-07:00Cap. 15 – LUGARES DIFERENTES.Cap. 15 – LUGARES DIFERENTES.<br />
. O esporte é bastante interessante quando visto deste ângulo, exclusivamente a corrida, que é um esporte de deslocamento, vimos aqui uma característica interessantíssima que é o ato de se deslocar. Posso por exemplo começar meu treino em uma cidade e terminá-lo em outra. O interessante é que muitas vezes o corredor passa por lugares desconhecidos, o que é bastante digno de curiosidade. A sensação de correr uma estrada inteira com o intuito de chegar à outra cidade é bastante apreciável. O corredor está portanto constantemente conhecendo lugares novos, e além de lugares conhece outras cidades, fazendo viagens para outras cidades, e lá treinando para determinada competição.<br />
Quando há uma maratona em determinada cidade os corredores passam a ser atrativos desta, já que se juntam em grupos para treinar, e criam um verdadeiro rebuliço nos circunstantes que até então viviam suas vidas em total igualdade de acontecimentos.Pompeo Boninihttp://www.blogger.com/profile/17128125913209150593noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2679853150100587757.post-22683808091468908162009-03-25T20:48:00.000-07:002014-09-02T16:33:40.341-07:00Cap. 16 - O BOM HUMORCap. 16 - O BOM HUMOR <br />
Educar é transmitir determinados valores morais, tais como a motricidade humana.<br />
Treinamos com muito prazer quando estamos bem dispostos, e de bom humor. O bom humor não necessariamente traz qualidade ao treino, na maioria das vezes faz exatamente o contrário, tirando a seriedade do treino de forma que este se torne mais uma brincadeira que um treino propriamente dito. É necessário por isso fazermos uma divisão entre diversos tipos de humor, é necessário também saber exatamente de que se trata o humor. O humor pode ser caracterizado como estado de espírito, expandido através do intelecto e do coração, ou seja: da razão e dos sentimentos. Assim visto, faremos a seguinte divisão:<br />
A - Humor agradável e pacífico.<br />
B - Humor relativamente afoito.<br />
C - Humor com lapsos de exagero.<br />
D - Humor de enleio forçoso.<br />
E - Humor que extrapola os limítes do bom senso.<br />
Devemos aqui recapitular que estamos falando de bom humor, aquele em que estamos inseridos quando estamos dando gargalhadas de acontecimentos muito simples, palavras ou mesmo de nada. Já visto os diversos tipos de humor iremos analisá-los um por um.<br />
A – Humor agradável e pacífico.<br />
Há momentos em que um comentário ou uma história contada durante um treino, antes ou depois deste são coisas que somente ajudam e enlevam nossos modos de refletir sobre as coisas. De modo bastante agradável e sutil nos vemos envolvidos por um humor agradável, porém pacifico, de forma que este não interfira no treinamento. Trata-se este portanto de uma forma de humor bastante sutil, singela e que por isso, proporciona aos circunstantes respeito uns aos outros.<br />
Somente a seriedade torna o treino bastante fatigante, se realmente acreditamos na interferência dos fenômenos mentais sobre o corpo devemos aplicar isto na convivência com os outros. Assim, não há nada mais benfazejo que um lapso de humor agradável e pacífico. É claro que existe grande dificuldade em distinguir diversos níveis de humor, como estamos fazendo aqui este capítulo, e o próprio fato de propor esta divisão já pode representar um exemplo irrisóriamente engraçado de humor, convenhamos que nossos estudos aqui produzidos são geralmente de origem totalmente empírica, não por isto fadados à desconsideração.<br />
O bom humor é um segredo que a humanidade já descobriu, entretanto que não sabe utilizar ainda. Um funcionário de uma empresa irá trabalhar melhor bem humorado que mal humorado, da mesma maneira um atleta terá melhor desempenho com um bom astral que estressado, ainda que muitas vezes há casos de um bom desempenho não permitir um bom humor, já que a pessoa está submetida à níveis de estresse físicos e psíquicos demasiadamente altos, assim colocamos como idéias antagonistas o bom humor e o desempenho mais otimizado possível, o que é claramente visível quando notamos a demasiada seriedade de atletas da elite.<br />
Um pergunta capiciosa nos vêm à tona nesta discussão: Quê é melhor: Ganhar ou harmonizar? Basicamente falamos aqui de uma formação humana integral, desejável à todos no que se refere à todos os aspectos da vida, é evidente meus amigos, que um atleta não poderá atingir esta meta, que requer uma preocupação demasiada abrangente. O caráter de especificidade em nossa sociedade realmente degrada a formação humana potencial, ressalto aqui ainda à todos aqueles que trabalham com o esporte competitivo e mesmo formativo a importância integral da formação humana: Nós não somos só corpo, mas também devemos dar à devida importância aos aspectos gerais que concernem à formação holística do ser.<br />
É provável que a pequena burla empreendida nos tópicos deste capítulo tenham o intuito de despertar a idéia em vocês leitores de que nem tudo precisa ser levado à sério. Na verdade o humor ainda se insere em uma boa dose de método, pois sem método as pessoas se perdem, digamos que o humor que extrapola os limites do bom senso é destituído completamente deste método, e o humor brando ou agradável e pacífico deste mesmo tópico abarca dentro de si o método comum de treino.<br />
É bastante forte a crítica feita aos profissionais de Educação Física quando me refiro à formação integral do ser humano, a atividade física está intimamente relacionada com outros aspectos da vida, e isto não só é explicado por termos fisiológicos, mas também por históricos, artísticos ou literários. Um exemplo mais que evidente disto são por exemplo algumas descrições deste livro que possuem uma dose considerável de hilaridade, algo como “jogar” com palavras, conceitos, termos ou idéias é algo que somente pode ser feito na linguagem escrita, e o próprio entendimento disto dependerá de uma educação da leitura, é como rir com o cérebro e não com a boca, um termo que pode soar pouco grotesco, mas que descreve perfeitamente aquele que entende uma burla intelectual, que supera de maneira extraordinária as piadas mais toscas e primitivas que em geral fazem motivo de graça pela gente mais despreparada. É interessante notar no tema humorístico das piadas o quanto o ser humano crê engraçado os temas sexualidade ou violência, no primeiro há evidência em movimentações engraçadinhas ou sons de gemidos ou qualquer pilhéria deste calão, enquanto que no segundo tema é estranho notar epistemologicamente o quanto os homens acham engraçado quando os outros se dão mal, isto é visível nas conhecidas “pegadinhas” na televisão, ou mesmo em histórias contadas no dia a dia, no geral, insatisfeito com a escassez destas histórias o ser humano têm a tendência em criar outras destas histórias, em muitas acrescentam-se recheios dos mais diversos, para deixa-las mais picantes ou mesmo complexas, de modo que estas histórias receberam os nomes, dependendo de suas categorias específicas, de piadas, fofocas ou histórias cabeludas, que respectivamente se baseiam exclusivamente nos assuntos que anteriormente fora proferido: Sexo ou violência.<br />
Acima de tudo, conforme cogitado, é notável considerarmos que há um fundo espistemológico nas coisas que achamos engraçado. Qual seria então o motivo real de acharmos sempre determinados assuntos engraçados? Na explicação darwinista certamente haveria uma solução de caráter biológico como a sobrevivência humana: Não dependemos de sexo para reproduzir? Não fugimos da violência para sobreviver? O que explicaria então o fato de achar a violência aos outros como algo cômico até certo grau? Houve um dia mesmo que em um ônibus ouvi uma conversa de um sujeito que somente por puro divertimento resolveu chutar um saco de lixo que estava na rua, e ficou abismado ao saber que havia algo muito duro, como um concreto, dentro daquele saco, teve a infelicidade de ficar com o pé doendo a semana inteira. O outro companheiro que lá estava riu às favas, enquanto que outras pessoas desconhecidas à eles que estavam no ônibus não se conteram e também deixaram escapar uma risadas. <br />
Até certo nível de tragédia aos outros achamos como algo muito engraçado, e por incrível que pareça é uma coisa, uma sensação, um estado de espírito positivo, talvez não ao infortunado, mas sim à todos que ouviram a história de sua tragédia. Realmente, até hoje eu nunca havia parado para pensar em qual é o fator psicológico que desencadeia tal gama de reação perante a desgraça dos outros. Mesmo que não venhamos a encontrar a resposta definitiva à este enigma é importante ressaltar e entender que ele existe, é ainda evidente dizer que muitos sistemas funcionam exclusivamente baseados nesta fraqueza humana por assim dizer, desde a mídia até mesmo o mais evidente dos casos: o palhaço.<br />
Não haveria por certo capítulo mais adequado a inserir determinada descrição, tanto pelos acontecimentos como pela própria linguagem do texto. Atenção:<br />
“Breve relato sobre a “TRAVESSIA DO CANAL DE BERTIOGA”: A travessia do canal de Bertioga fora uma prova incrível, em que o único atleta participante da competição fora Wolney. Pois estava melhor preparado, acontece que o atleta Pompeo não se encontrava muito bem preparado, pois havia dormido muito pouco e por isso estava portando-se como técnico de Wolney. O problema inicial era saber qual era o esquema da prova, pois não sabíamos como funcionava uma prova daquele porte. Ficamos todos muito nervosos com a organização da prova quando ficamos sabendo que não era permitido o uso do neo-prener, isso foi somente um detalhe, pois haviam muitos outros problemas, um deles era a carbohidratação de Wolney...<br />
para resolver esta questão Paula e Thiago foram ao supermercado comprar mais alimentos carbohidráticos, na correria deveríamos arranjar duas garrafas para encher de água e misturar com o carbohidrato.<br />
Realmente não sabíamos como funcionava a competição, tive até que pegar uma colher emprestada da cozinha do exército para colocar o carbohidrato na garrafa, isso é o de menos, pois nem sabíamos como funcionava o sistema de barcos e as ditas catracas. Na verdade estávamos todos desesperados para conseguir entrar na catraca de alguém, derrepente os atletas foram chamados para dentro do prédio onde foram proferidas palavras quase que proféticas, onde todos os integrantes musicais do exército tocavam músicas gloriosamente patrióticas, assim... após o hino nacional brasileiro descemos e saímos do prédios, a equipe estava reunida não podendo tirar fotos por falta de pilhas. No momento com um pouco de originalidade e bastante cara de pau consegui inesperadamente me adentrar em uma catraca, foi assim que ocorreu. Era a catraca do Ademir, uma família inteira estava inserida na catraca. No momento inicial da competição a catraca começou a andar e centenas de nadadores começaram a pular no canal. Wolney Ramos foi um dos últimos atletas a pular devido a uma técnica utilizada para esconder o neo-prener que havia posto por debaixo da blusa de lycra, assim, de forma oculta Wolney conseguira entrar na água sem que os organizadores e o sargento “Tainha “ percebessem sua técnica de ocultar neo-preneres. O primeiro problema segundo minha opinião era encontrar o atleta Wolney dentre aquela massa de nadadores aficionados e igualmente que ele encontrasse a catraca do Ademir. Muito preocupado fiquei, porém quando já começada a competição após um determinado tempo visualizei Wolney, que se encontrava uns 600 metros atrás da catraca...<br />
Estava na catraca ( catraia ) a família inteira de Gilberto, que possuía um sotaque extremamente carioca, comiam muito dentro da catraca, até pareciam estar fazendo um piquenique ali dentro. Gilberto começou num ritmo bastante forte, e por isso começou a nadar um pouco mais na frente, a catraca seguia Gilberto, foi quando numa das paradas Wolney consegue depois de um tempo nadando sozinho, alcançar a catraca. Ficou muito feliz pois foi neste momento que ingeriu carbohidratos ( que estava sendo diluído em água pelo técnico de natação Pompeo Marques Bonini ) e foi justamente nesta parada que se encontrou com mais dois “irmãos” ( na verdade os irmãos eram mais dois nadadores que guardavam suas bolsas de carbohidratos na mesma catraca, um deles se destacava por ser bastante gordo ).<br />
A partir deste momento ocorreu que Wolney passou a nadar ao lado dos irmãos, e este fato o ajudou bastante, pois um ajudava o outro durante a competição. No decorrer do tempo ocorreram diversos fatos válidos a destaque, um deles era a presença de um nadador muito chamativo, este nadador era moreno, e não portava óculos e tampouco touca de natação, nadava com a cabeça para fora da água... Quando vi este homem nadando pensei que não agüentaria nadar 500 metros, era um caiçara bastante forte. Posteriormente fiquei sabendo que este caiçara conhecia todo o canal de Bertioga, inclusive as correntezas do local e os melhores caminhos a serem tomados. Wolney obteve comunicações com este caiçara do povo, que inclusive o deu várias dicas de como prosseguir no itinerário do mangue...<br />
Outro fato válido de grande ponderação é que Gilberto reclamava muito com o catraquero. Em primeiro lugar reclamava do posicionamento da catraca, pois em hipótese alguma aceitava a direção em que ia a catraca, reclamava muito, e às vezes até xingava o catraquero, que se chamava Ademir:<br />
- Porra Ademir! Põe essa catraca mais pra perto de min.<br />
- Caral.. Ademir! A catraca têm que ir na frente para me guiar...<br />
No barco a família inteira de Gilberto dava diversas opiniões sobre o desempenho de seu familiar, e também sobre o prosseguimento da competição, não deixando de opinar é claro sobre o desempenho do atleta Wolney...<br />
- Olha os olhos dele! Tá tudo estralando.<br />
- Esse seu amigo aí parece um japonês com estes olhos aí.<br />
- Não são olhos, são óculos de natação.<br />
- Haaa...<br />
- Você sabia que quando o atleta desgasta tanto as unhas caem? É verdade, um dia eu li numa destas revistas de ginástica... esporte... né?<br />
Ocorreu que Gilberto puxou muito o ritmo, e com isso a catraca ia mais na frente, de hora em hora descíamos para ver como estavam progredindo os três irmãos ( Wolney já era considerado um verdadeiro irmão ). Porém, numa destas descidas aconteceu uma tragédia: a catraca atropelou um dos nadadores. Ademir não teve culpa pois estava muito nervoso tentando obedecer as ordens de Gilmar, que a esta altura estava com os nervos à flor da pele<br />
Enquanto isso, quilômetros e quilômetros longe dali. Paula e Thiago repousavam tranqüilamente dentro de um carro, que estava estacionado dentro do exército do general Tainha ( que ficara sem a colher de sobremesa da cozinha, que fora roubada em um ato de vandalismo pelo técnico de natação Pompeo ). Nisso tudo um dos recrutas passava ao lado do carro, no mesmo momento em que Thiago resolvera afrouxar um pouco o zíper de sua calça, muito desconfiado ficou o recruta, que resolveu avisar ao general que fatos promíscuos estavam ocorrendo dentro das localidades do exército, Paula de nada se dava conta, pois neste mesmo momento estava dormindo, sonhando com um homem montado em um cavalo, o homem tinha cabelos negros muito compridos e cavalgava nu, neste instante ele a convidou para subir no cavalo e disse que seu nome era Mart..<br />
- O que fazem aqui??? ( gritou impetuosamente o general tainha através da janela do carro, Paula neste mesmo momento acordou com um grande susto, enquanto Thiago tentava se explicar ao general )<br />
Nisso tudo a quilômetros dali os três irmãos encontraram o atleta atropelado que blasfemava sozinho, e lhe desejaram muita sorte... Numa das paradas um dos irmãos começou a achar que aquele carbohidrato todo estava dando tesão, enquanto outro engolia aos montes papinha de nenê. Já estávamos em um local posterior à metade da competição, e um dos familiares de Gilmar, enquanto tomava muita cerveja e namorava dentro da catraca dizia:<br />
- Chegou até aqui vai Ter que ir até o final!<br />
- Calma bem... ( dizia sua mulher ), vai devagar, mas se quiser descansar podemos parar o barco por bastante tempo...<br />
- Porra! ( Reclamava Gilmar ), tá difícil...<br />
- Olha bem ( disse Wolney, que a esta altura já se encontrava no barco ), vejam este mapa: faltam exatamente oito quilômetros, podem olhar aquele farol? Pois2 após ele teremos mais dois e acaba.<br />
- Isso mesmo. ( disse Ademir, confirmando as idéias de Wolney, os dois já eram bastante íntimos, e há muito conversavam e tomavam sol em cima da barca )<br />
- Tá tudo estralado os olhos dele! ( disse a gorda )<br />
Ocorreu que no transcorrer da competição, enquanto o atleta Gilmar nadava Wolney em um ato de indolência pisou sarcasticamente no isopor que se encontrava na catraca, quebrando-o e partindo-o em dois, após pedir desculpas pensou que seu ato fora muito bom, pois estava neste momento com muita raiva de seu oponente competidor Gilmar... <br />
Ao término da prova vimos um atleta indiscriminadamente pulando de um barco, quando Gilmar viu isso quase não suportou de raiva, e decidiu fazer críticas e reclamações com os organizadores da prova, chegando à zona onde se encontravam os troféus pedimos a medalha de participação do atleta Wolney, ocorreu que somente haveriam medalhas aos atletas que chegassem ao final, porém com muita insistência um dos organizadores decidiu dar ao atleta a medalha ( muito merecida por sinal, pois Wolney nadou 4 horas seguidas, chegando à metade da competição ). Tomamos uma canja de galinha no posto salva vidas, houve um momento que avistei aquele atleta caiçara do início da competição, com isso fiquei sinceramente abismado, pois não esperava que ele chegasse sequer à metade.<br />
Paula e Thiago, cansados de esperar no carro decidiram averiguar o que ocorria no local do término da competição, e foi justamente lá que a equipe se reuniu novamente, voltando todos vitoriosos com o ocorrido que, de verdade, representou muito para a equipe, criando inclusive novas expectativas de treinamento.”<br />
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B – Humor relativamente afoito.<br />
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Nível exatamente superior àquele humor agradável e pacífico, é bastante positivo, criando situações invariavelmente inóspitas. Fico intrigado com qual seria a resposta do leitor, se este pudesse de alguma maneira comunicar-se com o escritor, pois pode o senhor ou a senhora leitora estar indignado, ou mesmo num estado de humor bastante alterado quando ciente de que o escritor, que respectivamente é minha referida pessoa, teve o incrédulo intento de dividir estados de humor em cindo distintos tipos. Ou deve neste exato momento o leitor estar rindo a solas do referido intento. Já que trata-se de rir, vamos aqui analisar o que é rir, ou o que entende-se por isto.<br />
Conversas à parte com o leitor quero aqui referir que há muita gente que faz esporte por um objetivo meramente profissional, na corrida a grande maioria das pessoas pratica a corrida com outros objetivos, isto é a opinião de quem escreve, quero apenas que os leitores tenham suas respectivas respostas ao que esteja aqui escrito de uma forma crítica, é claro que isto não pode ser visto como uma verdade definitiva. Esclarecidos estes detalhes prossigo dizendo que a maioria dos indivíduos faz corridas num momento de lazer, que não é constituído de obrigações. Pois vê se muitas conversas à parte no momento da corrida, conversas que nada têm a ver com treinamento e que em muitos momentos de maneira bastante esclarecidas são integrantes da mais pura alacridade do ser humano. Quando digo humor relativamente afoito, me refiro àquele que é constituído apenas de lapsos de alacridade, não sendo portanto nada prejudicial à saúde mental ou à um treinamento bastante bom. Posso colocar-me aqui a fazer uma comparação com os hipérboles humores que existem por aí. Tudo provêm na realidade na necessidade que há na humanidade de se comunicar e de alguma forma expressar o que sente, há gente que põem isto como prioridade, esquecendo-se da pouca seriedade que dever-se-ia manter numa prova ou competição. Posso referir-me aqui, creio, às academias das mais variadas que existem na cidade de São Paulo ( Brasil ), e talvez por todo o mundo, em que os ingressados pensam mais em conversar e trocar idéias que propriamente trocar idéias. Devido à uma carência sentimental e social as pessoas acabam muitas vezes trocando uma atividade física pela atividade de convivência social, o que é tão importante quanto a primeira mas que não pode substituí-la já que cada qual têm sua importância respectiva. Na universidade na qual estudo, certa vez durante uma conversa transcorrida durante o intervalo de aula discorríamos exatamente sobre este assunto. Então um dos colegas disse de maneira que me pareceu bastante realista, e ao mesmo tempo engraçada, tão engraçada que julguei frase importantíssima a colocar neste livro para o entretenimento do leitor ávido por algo que além de útil seja hilariante e agradável. Sem mais delongas aqui será dita sua frase, com as devidas permissões do registro de seus proferidos sermões: - É engraçado ver que as pessoas vão à academia para ficar “fazendo social”, quer ficar conversando vai à um restaurante ou o que quer que seja... E assim profetizou algo que há muito tempo ocorre, algo que vejo ocorrer muito menos na corrida, talvez por ser esporte com maior nível de individualidade. Insistindo neste assunto é evidente constatar que existe tal acontecimento com bastante freqüência nas academias das mais diversas, o que na real não é nada negativo, muito pelo contrário, pois a sociabilização é parte integrante da vida de um indivíduo equilibrado e organizado. Não devemos concluir, mediante os fatos apresentados, que a corrida é esporte com menor nível de sociabilização por ser individual, já que a comunicação existente não é necessariamente verbal mas sim física. Porém é digno de recalcitração dizer que há um certo exagero por parte de praticantes de academia nos aspectos sociais, insisto de maneira quase que incômoda senão nervosamente em dizer que isto não é mal, muito pelo contrário: muito positivo à vida de quaisquer pessoa, entretanto não quando substituído pela atividade física, o que infelizmente vejo ser ocorrência bastante comum. Um claro exemplo é o de uma aluna que praticava musculação na academia na qual atualmente faço estágio, que sempre pedalou na bicicleta praticando dentre estas outras atividades, e que ao fazer o teste de resistência com o médico recebeu o infeliz resultado de que não tinha um bom condicionamento físico. Vejo com isto que as pessoas buscam comodismo e facilidades, acham que conseguem resultados rápidos com pouco esforços, e com esta idéia passam a achar que as atividades físicas são chatas e fastidiantes. Creio que esta é uma concepção absolutamente errada do que se diz motricidade humana, há de se mudar esta errônea idéia, talvez se esta aluna gostasse mais de pedales, sentir-se-ia mais agraciada e empolgada com esta atividade e pudesse até pedalar de modo mais rápido e prazeroso. O segredo está no fato de que o que fazemos está intimamente relacionado com os valores que damos à estas atividades, se não se gosta de fazer algo dificilmente lograr-se-á resultados positivos, vejo muitas pessoas que não gostam de correr, achando ser atividade demasiadamente monótona. gente pobre de valores morais para com esta atividade? Não na minha opinião, pois ponho em pauta qual a educação física que tiveram estas pessoas. Vejam qual foi a situação em que pusemos o termo educação física, este é sim o verdadeiro local que deve ser posto: como uma real educação, não se separa o físico do educacional, educar é transmitir determinados valores morais tais como a motricidade humana. Estas pessoas reclamam do que fazem, e fazem o que não gostam para obter resultados estéticos ou mesmo de saúde. Não seria melhor fazer com que elas gostassem do que fazem? Como fazer isto? É aí que entra como ator principal o que denominamos como humor relativamente afoito, pois como visto um estado mental determinado interfere em muito no que fazemos, mas isto quando pensamos no que fazemos ou quando estamos contando uma série de piadas e chistes sobre assuntos diversos? Os dois são consolidados, com a ressalva de que o primeiro possui valores educacionais enquanto que o segundo mesmo melhorando a atividade trata-se de certa enganação. Como quando não queremos que uma criança faça determinada coisa que julgamos ser errado, logo sem dizer que não queremos que ela faça isto inventamos um assunto de seu agrado e ela ficando inteiramente hipnotizada por este assunto esquece-se daquilo que fazia. O que é absolutamente errado, mas faz com que ela não faça aquilo que queremos que não faça. Poderíamos recorrer ao caminho mais penoso e difícil que é educá-la dizendo que não queremos que faça determinada coisa explicando os respectivos motivos, assim ela entenderá, mesmo que goste de fazer aquilo saberá que está errada. Assim é o corredor que diz que não gosta de correr, mas que por motivos divergentes que não são o agrado pela atividade correm. Talvez, se os profissionais, e pessoas relacionados com o campo da Educação Física soubessem a forma exata de abordar este assunto tudo transcorresse de uma maneira mais apreciável, é justamente d educar que estou falando. <br />
Particularmente vejo como fato irrisoriamente engraçado ver pessoas enquanto caminham em uma esteira ou pedalam numa bicicleta lendo jornais, revistas e se assim for a vontade dos leitores fiquem pasmados com o que vou lhes contar: lendo romances ou estudando um grosso volume de matérias diversas. Pode até vossa mercê estar neste momento em uma caminhada na esteira ou pedalada, saiba que neste caso me refiro à vossa pessoa, é até para disfarçar a dor ou a monotonia deste estado de estar que é a atividade física, pessoas que não prestam atenção no que ocorre aos seus próprios corpos neste momento, preocupam-se em ser somente mente e não corpo. Sou meu corpo, e por isto vejo como importante haver momentos de consciência corporal, portanto vejo estas atitudes como erradas quando nos referimos ao auto conhecimento, que é respectivamente para a educação corporal de um indivíduo. Já fiz com este alunos inclusive ponderações à respeito desta atitude, perguntando-lhes como se sentiam lendo e praticando atividade física ao mesmo tempo, a resposta de uma aluna foi inesperada, pois disse que conseguia prestar mais atenção no que lia, me surpreendi com isto e lhe disse que até fosse possível por um maior aumento do metabolismo e por conseqüente da irrigação sangüínea no cérebro fosse este fato possível. Mas isto passa-se da atividade física para com a atividade mental e não o contrário que é o mais importante para a consciência do corpo, o contrário não pode ocorrer já que o corpo depende da exclusiva concentração mental, assim correr ouvindo música já seria por certo um desvio do padrão de concentração mental recomendado.<br />
Fugimos aqui um pouco, ou muito, ao assunto que fora proposto discutir, mas de certa forma creio haver conseguido relacionar o fator educação com humor, pois para se bem educar um indivíduo na atividade física deve-se utilizar do bom humor para que este sinta-se bem naquilo que está fazendo, e não se sinta de quaisquer maneiras forçado.<br />
C – Humor com lapsos de exagero.<br />
Grande falácia é este tipo de humor, muitas vezes tratando-se de situações momentaneamente desagradáveis. É de fato bastante cômico por tratarem-se apenas de lapsos, ou “Flashes”. Por vezes trazendo grande descontração ao ambiente. <br />
O fato real é que o bom humor ou boa disposição interferem consideravelmente sobre o que se diz bem estar. É evidente que com este fato cheguemos a pensar que um atleta que tenha bom humo esteja num estado de espírito diferente do que o que não tenha o bom humor. Porém que é o que realmente consideramos como bom humor? A palavra bom pode consistir em diversos sentidos, falamos aqui de alacridade, comicidade e alegria. Pois o que se refere à bom pode ser tudo aquilo que esteja dentro de uma suposta normalidade, recairíamos então no conceito de normalidade. Não quero complicar este assunto, mas sim definir, em nossa discussão o que se entende por bom humor. Entende-se por um humor positivo, alegre e extrovertido.<br />
Como estávamos dizendo anteriormente o bom humor interfere sobre o estado de espirito de uma pessoa, de um atleta mais especificadamente em nosso caso, assim este atleta não é como aqueles que não possuem este tipo de humor. Parece-me que se vive numa situação diferenciada quando se pensa de maneira bastante positiva, é fator preponderante sabermos que mesmo numa pessoa que tenha um excelente humor os problemas não desaparecem, são os mesmos, porém são atenuados pela visão que têm este sujeito. Posso garantir isto dando o exemplo de um atleta que conheço que em todos os momentos está fazendo suas graças, comicidade às vezes de forma pouco espalhafatosa, mas que de forma genial consegue encontrar um equilíbrio de forma que está numa situação sóbria de discernimento. Faz com que sua alacridade não interfira de forma negativa na corrida, muito pelo contrário, extrai das corridas um resultado invejoso a qualquer um. Supondo que esta mesma pessoa tivesse em sua constituição um caráter da mais pura seriedade creio que seus resultados não seriam tão bons quanto o são. Fazendo uma comparação bastante interessante senão até reveladora aos leitores curiosos vejo isto no caso de um indivíduo que trabalha por exemplo num escritório, veja que este é no geral um ambiente bastante entediante no qual é bastante fácil manter um caráter de seriedade. Hoje em dia algumas empresas utilizam-se de recursos como ginásticas, alongamentos antes de iniciar as atividades. Tudo isto no intuito de deixar o funcionário mais feliz e consequentemente fazê-lo trabalhar melhor, o que evidentemente é o objetivo primordial. O que poderia até ser visto como falsidade do ponto de vista capitalista, pois não é cabível dizermos que as empresas das quais estamos aqui tratando têm como principal preocupação a saúde ou bem estar dos funcionários, mas sim seus lucros, vejam leitores que isto não se trata de uma acusação mas sim de um possível esclarecimento em torno deste assunto tão interessante quanto importante. Na vida tudo funciona da mesma maneira, se você sente-se feliz com algo, o que quer que seja estará sendo mais produtivo em suas atividades, pode ser a corrida uma destas atividades. <br />
O objetivo da vida de um ser humano é a busca da felicidade, este seria o objetivo principal, senão o único objetivo, pois sentir-se feliz é estar pleno e de acordo com a realidade que vos cerca. Viver é estar em conflito com o que quer que seja. Neste caso, mediante as duas últimas afirmações me vejo obrigado a concluir que ser feliz não é viver: Que é então ser feliz? Existe a felicidade plena? Inicialmente estávamos discorrendo sobre o que defini aqui como bom humor, justo no sentido de comicidade, o que é evidentemente bastante supérfluo quando comparado com a felicidade, pois felicidade ultraja o bom humor, pode por certo ser o bom humor um caminho ou condição para a felicidade mas não é fator essencial, diria que é um tempero para ser feliz mas não um dos alimentos propriamente dito.<br />
Gostei muito de referir ao fato de que a vida é em si uma constante resolução de problemas, e de que neste caso todavia não sabemos que é a felicidade. Justo porque a felicidade em si neste caso é inexistente, ou se existe é de brevíssimos momentos, isto eu falo quando me refiro à mais pura e sublime felicidade, talvez pudéssemos equiparar estes nossos divagares impetuosos e floridos à uma maratona, que é a prova de quarenta e dois quilômetros em que constantemente estamos na procura de superar problemas, mantendo um determinado ritmo, vencendo as dores musculares, a todo momento tentando chegar à um ideal que é desconhecido e inexistente, pois no momento em que vive-se a realidade do correr não se conhece o porvir, vivemos no presente, o futuro ainda não existe: assim a felicidade da realização é somente um ideal. A maior porcentagem da prova é constituída de superação de desafios, enquanto que uma brevíssima parte, quando conquistada, figura-se de uma felicidade à qual poderíamos cabalmente designar como plena. É interessante notar-se de que a pesar de muito pequena no que se refere ao tempo, esta felicidade ultrapassa às outras situações que foram vivenciadas durante a prova, recaímos no filosofar sobre o tempo e sua importância, o tempo seria neste caso um mero coadjuvante que não têm muita influência sobre o sofrer e a felicidade plena. Tanto tempo se sofre e tão pouco tempo se é feliz! Vale a pena uma pessoa propor-se a este feito estando ciente desta comparação que acabamos de fazer? Isto é o que a maioria das pessoas diz, já que sofre-se tanto, ainda recorrem aos comentários de que os maratonistas que correm com o intuito de completar e participar de uma prova são uns pobres coitados, pois não conseguem tampouco não têm chances de ganhar a prova. Estes são os pérfidos e incabíveis comentários que nascem das bocas dos mais variados indivíduos. Pois acham justo que corre-se tanto para nada, porém este nada a que eles se referem é o que estamos aqui chamando de felicidade plena, que mesmo a pesar de serem breves momentos na concepção que é criada pelo homem, que designa-se como tempo, é momento muitas vezes de indescritível beleza, sem parâmetros de comparação.<br />
Vemos que a felicidade não está incluída no fator tempo, talvez não totalmente abstraída deste já que há uma correlação que podemos fazer: muitos desafios em busca de pouca felicidade. Julgo entretanto, utilizando-me de meu discernimento como creio vivamente que o leitor se utilizará dos seus, que este pouco não pode ser consolidado em nossos interessantes pensamentos, já que perde-se a noção do tempo quando se é plenamente feliz. Seria então esta uma muita felicidade.<br />
São pensamentos intrigantes que podem chegar às margens do surrealismo, ou da loucura se disséssemos aqui que enquanto não somos felizes não vivemos a realidade, não vive-se num umbral de penúria e tristeza pois isto não é reconhecido como vida, faz sentido dizer-se isto. Nem tampouco uma vida com determinadas restrições, apenas não é considerado vida. Ao mesmo tempo vejo que não posso dizer isto pois já que os momentos de sublime alegria são muito breves constato que na maioria do tempo não vivemos mais sim buscamos um ideal, ideal este que julgamos que possa nos trazer a felicidade. Logo na maioria do tempo não vivemos, se não vivemos procuramos viver, esta seria a teoria que pode ser perfeitamente chamada de teoria da vida.<br />
Na felicidade nada falta pois estamos plenos e de acordo com tudo o que ocorre naquele exato momento, o estado de ser e de estar do indivíduo é perfeito, é o auge do que antes fora sua busca, isto como já dito é aplicável à maratona. Vejamos aqui o caso das brincadeiras recreativas, no intuito de nos aprofundarmos um pouco mais sobre o que se diz felicidade. Uma brincadeira recreativa quando bem ministrada deve ser parada quando em seu auge, ou seja: quando tudo transcorre com a maior felicidade possível, quando tudo está em harmonia, paz, e um ambiente extratosfericamente proveitoso para os circunstantes. Pois do contrário a brincadeira começa a ficar pouco fastidiosa, e assim por diante até tornar-se chata senão insuportável, mesmo que tenha sido interessante durante algum momento. O fato é que o recreacionista deve parar a brincadeira quando esta está em sua plenitude de alegria, para que esta seja sempre considerada pelos participantes como um jogo bom. Coloquemos então a maratona nesta mesma situação: deveria então ser um evento no qual o auge de felicidade e realização esteja no final e não na metade por exemplo, pois se assim fosse não seria um evento dos mais agradáveis de se participar. Os organizadores neste caso devem antever as realizações de modo que leve-se em consideração estes aspectos, que no auge da “brincadeira” que é a maratona esteja preparada uma caixa de surpresa que surpreenda com todas as forças o corredor e traga este à um novo estado de consciência, soberanamente é esta a fórmula da felicidade, ou seja: um processo progressivo que repercute mediante o segredo de saber o momento exato em que parar a brincadeira, numa explosão de alegria. Do contrário seria a maratona fatigante do ponto de vista psicológico, já que do ponto de vista físico ela sempre será apenas podendo ser atenuada pelo treinamento.<br />
Portanto vemos que a felicidade é algo de complexa categoria, com o qual creio que pudemos discutir de maneira considerável chegando à mirabolantes teorias, mas retiro veementemente a palavra relacionada com loucura com a qual tivemos uma anterior relação.<br />
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D – Humor de enleio forçoso.<br />
Este tipo é na maioria das vezes de cunho negativo, por ser de certa forma exagerado, mas como sabemos em tudo depende-se qual é o objetivo, pois se quero treinar de forma séria para melhorar meu tempo na maratona, naturalmente não poderia me submeter à este tipo de humor, já que assim estaria comprometendo o meu rendimento. Mas, se por outro lado quero ser uma pessoa extremamente feliz, de modo que saiba usufruir das graças que a vida pode proporcionar é possível que me adapte bem à esta categoria. Não somos palhaços, mas todos temos um dentro de nós, a personalidade é tida como um código de diferenciação das pessoas, e estas dividem-se de forma natural através dela. Sem saber, ou mesmo sabendo, as pessoas se dividem em grupos afins. Se sou uma pessoa totalmente descontraída e despreocupada com os problemas da vida, logo me sentirei melhor com pessoas que tenham o mesmo espírito de descompromisso, igualmente as pessoas sérias são levadas por elas mesmas a se comunicarem com outras pessoas do mesmo tipo. E assim sabemos da criação de tais grupos de convívio social, é claro que ocorrem de vez em quando misturas, e estas criam um desequilíbrio, seja este pequeno ou grande, não deixa de ser uma sutil desavença de preceitos mentais.<br />
Atenham-se leitores na seguinte descrição:<br />
“Lá fomos nós num grupo de 4 pessoas para um treinamento de ciclismo, justamente por uma estrada bem asfaltada, parando em um porto para fazer os últimos acertos com relação aos pneus, o objetivo era um lugar que em suma eu não conhecia, e dizia-se haver lindas matas com cachoeira e belezas naturais, após quilômetros não contados e morros cansativos chegamos à uma estrada de terra impertinentemente esburacada, era deveras fatigante pedalar naquela estrada que mais tinha buracos que outra coisa, pois pedalamos e nada mais. Eu estava montado em uma verdadeira “Beach bike” o que era grande motivo de galhofa por parte dos colegas, que não resistiam a falar da tão proclamada e característica bicicleta. Ocorreu o infortúnio de que o assento da bicicleta caíra, e estourando as molas que embaixo deste se encontravam, o procedimento foi prender com um elástico de cabelo de uma das atletas e prosseguir a jornada, pois, se antes já haviam motivos para piadas agora a bicicleta e seu condutor eram motivo de ultrajante falácia. Para meu incômodo o elástico não tinha prendimento permanente, sempre saindo do lugar em que deveria ficar, e assim os fatos se sucediam cada vez mais horrorosos para meu infortúnio. A seguinte estratégia adotada foi encontrar uma casa de caiçara e pedir como doação alguns metros de arame, para assim construir de forma arquitetônica uma nova estrutura de sustentação para o assento daquele excelente meio de transporte, em seguida, não para minha surpresa, mas para o agrado dos transeuntes foi fato relatado e distribuído à todos como informação de primeira ordem de que eram aqueles arames um verdadeiro incômodo, pois além de cumprirem fielmente o objetivo para o qual foram designados não eram tão fofos quanto o couro que cobria o banco. Já estando atenuado com os problemas daquela maldita bicicleta me contentei proferindo diversas vezes de que o pneu dela era melhor que das outras por Ter as mesmas características que têm um pneu de tratos, me dando a vantagem de passar de forma pouco menos desastrosas pelos horrendos buracos da estrada. Já tendo todos os amigos e atletas chegado ao destino nadamos e comemos peixe para adquirir novas energia, tudo isso numa situação de extrema alegria e felicidade, no retorno ocorreu uma separação e dois dos atletas, um deles eu por suposto, decidiram ir por outro caminho que levava à uma praia distante, caminho este que se mostrava bastante sinuoso e difícil quando com bastante apreço passou um garoto de motoneta, com sua namorada atrás dizendo: - Cêis são guerreiros! Nada empolgados com tal insinuação prosseguimos nosso trajeto cansados por ladeiras infindáveis, e, chegando na tal praia entrar no mar e retornar à única realidade de que era feito aquele dia: pedalar. Parecia que a situação era perpétua, quando por momentos chegamos ao cúmulo de pedir carona ou desistir, mas não haviam carros naquela estrada, para nosso constrangimento parecia escurecer, e densa floresta nos cercava, havia medo de onça ou o que fosse, porém ao pedalar não faltavam as galhofas em relação à tudo o que existe nesta vida. Ao chegar às 10 da noite no apartamento uma garrafa de alguma bebida que desconheço para comemorar, pois havíamos todos vencido, adicionando ao longo trajeto uma série de conversas, piadas, preconceitos de bicicletas, e inclusive um espalhafatoso e desajeitado tombo, no qual o condutor que não era eu deixou que sua bicicleta em uma descida pedalasse sozinha.<br />
Vejam leitores que esta talvez trate-se da mais larga descrição até agora descrita, e é ela não por seu tamanho mas por sua qualidade e conteúdo digna de nossos comentários.<br />
Há uma constante alusão à galhofas durante o treino, e, para falar a verdade não trata-se isto de um treino especificadamente mas sim de uma aventura, creio que seja condizente assim chamarmos tal sorte de feito. O quê diferenciaria uma aventura de um treino? Talvez o caráter de não compromisso com a técnica tampouco desempenho que possui a aventura, pois o que mais vale na aventura de que estamos aqui retratando são as emoções fortes, os perigos, a alegria e sentimentos diferentes do normal que nos proporcionam a sociedade em que vivemos. Parece que em nosso cotidiano falta certa sorte de acontecimentos e por assim dizer determinados tipos de sentimentos e sensações, o ser humano teria incrustado em sua essência a necessidade de satisfazer estas exigências, e para isso, nos tempos em que vivemos hoje, a única maneira possível de satisfação seria nas aventuras.<br />
As aventuras seriam pois momentos da mais pura descontração, originalidade e imaginação, já que como vemos na descrição não há quaisquer compromissos com ritmo, técnica, material ou seriedade nos movimentos físicos. A situação mental é totalmente diferente do que encontramos em treinamentos de caráter sério, mesmo que nestes seja imprimido o mesmo ritmo, pois o que busca uma pessoa que treina é resultados e não divertimentos. Pois não seria interessante a pessoas estressadas com a vida cotidiana ao invés de treinarem de forma tão séria quanto seus serviços e seu cotidiano para maratona fazerem uma aventura de caráter descontraído e alegre? Como se houvessem tornado a ter a essência que têm as crianças.<br />
Aperceberam-se da importância que nos levou a matutar este assunto? Chegamos à um assunto que refere-se à nossa sociedade, que por ela mesmo já proporciona competição suficiente para me deixar besta. Por quê deveria eu me preocupar demasiadamente com provas, tempos, velocidade, treinamento em meus momentos de lazer enquanto posso rir e me descontrair fazendo aventuras? Leitores, respeito que cada qual têm seu esporte de maior apreciação, é viável porém que tenhamos uma noção mais abrangente a respeito de nossa sociedade, e logo isto implica na idéia que acabamos de laçar por assim dizer, vereis como tenho razão, pois aqui estamos nós, a menos que sua opinião seja diversa, a contrariar todas as regras impostas de maneira bastante errada em nossas mentes. Quero dizer que a partir do momento em que estamos neste mundo estamos sendo fortemente influenciados por idéias, a capacidade de refletir é o dote que pode mudar a opinião que temos sobre determinado assunto, então vejam com clareza que a melhor maneira de desenvolvermos este assunto é contrariando as ideologias já inseridas em nossas mentes. Estas ideologias parecem ser naturais, quando em suma são artificiais já que provém da cultura humana, e a cultura é por assim dizer uma maneira de mudar a natureza.<br />
Pareço Ter ido bastante longe com este assunto, mas não saí do objetivo principal, que é mostrar que a corrida competitiva e os treinamentos tais decorrentes desta são mera afloração de uma essência de que está impregnada a sociedade, pois essência esta que se chama competição, sendo portanto menos característico um treinos de tamanho senso de humor. Vamos dizer aqui que o bom humor faz bem ao corpo, à alma e à mente completando uma tríade perfeita, e que no caso de treinos sérios e taciturnos não conseguiria completar esta.<br />
É esta somente uma crítica à sociedade em que vivemos, não quero criar ilusões, mas interessante é pensar e repensar sobre este assunto tão polêmico.<br />
E – Humor que extrapola os limítes do bom senso.<br />
Muita atenção na seguinte descrição.<br />
“Bastante amigos estávamos unidos naquela ocasião, uma viagem com a harmonia de sempre. Incrível, pois ao chegar na cidade costeira numa madrugada, decidimos com aquele alvoroço em que estávamos insuflados a sair para treinar, dois correndo e uma pedalando, mas todos contentes de forma extrapolada, rindo uns dos outros e até mesmo do fato de estar treinando de forma deveras extravagante. Nunca houvera eu até aquela ocasião treinado em uma madrugada acalorada, uma corrida totalmente descompromissada, em que a maior graça era ver quem corria mais rápido, ou mesmo quem fazia os melhores “sprints”, aquilo parecia cada vez mais tragicômico pois foram nestes momentos em que começaram a ser proferidas canções do filme “Rock o lutador”, e mesmo das olimpíadas, seguidas das insinuações mais engraçadas possíveis. Totalmente inflamado pelas interessantes coisas a que riamos decidimos de forma inóspita, a entrar no mar de roupa e tudo, tirando o calçado e a camisa a penas. Dúbio procedimento, mas engraçado como estava sendo não poderíamos deixar de fazer pela alegria em que nos encontrávamos, tudo em uma grande escuridão, pois ali a claridade dos holofotes da avenida não chegava. Sem abstrações nem frescuras voltamos correndo com a velocidade dobrada, terminando em triunfantes “sprints” entresituados em piadas e gargalhadas.”<br />
Não sendo este um livro de piadas julgo desnecessário transcrever aqui as que foram ditas durante o transcurso deste treino. Me atenho com suma presteza, entretanto, em comentar os procedimentos supracitados. Me atenho primeiramente a comentar em que há momentos na vida de um ser humano em que são agraciados pela harmonia de um momentos. O grande problema é que quando deixamos de ser crianças perdemos a singeleza dos momentos mais simples que há na vida. Tomar um banho de chuva, sujar o pé de barro, e finalmente o que se equipara perfeitamente à estes feitos de molecagem: correr de madrugada, nadar e voltar correndo ainda encharcado, contando piadas, e fazendo coisas dignas de uma pessoa que quer se alegrar com as coisas que não são normais segundo os conceitos tacanhos da normalidade de nossa sociedade, sociedade esta que se contenta com as mesmices, e as corretices horríveis para a alegria do espírito humano.<br />
Na vida há momentos para tudo, coitados são aqueles que não sabem disso, e ficam enlameados em uma estrutura que por eles foi criada, estrutura esta que não é alterada, pois se for estará saindo das atividades toleráveis e benfazejas. Não farei isso porquê não me apetece. Pois então fique você com seus conceitos e formas de viver, que eu sempre estarei tentando coisas novas, não querendo ficar estagnado sempre na mesma gama de atividades sérias e taciturnas.<br />
Vejam bem leitores que além de ser uma análise esta trata-se de uma verdadeira acusação à essência da alma adulta humana, que parece que quanto mais cresce em tempo mais decresce em espírito. Alegria deveria ser o objetivo principal de nossas vidas já que nossas vidas são feitas ou construídas através de nossos estados de humor. Deveríamos viver para resolver esta situação em uma sociedade menos competitiva. Ou mesmo isso trata-se de uma pequena mudança na mentes das pessoas, pois não é necessário tanto esforço assim para ser uma pessoa bem humorada, um pouco de bom senso nos traria bastante alegria, é necessário saber discernir qual o momento mais adequado para deixar que estas extravagâncias de crianças expludam em nossas mentes, e como conseqüências teríamos uma alma renovada e uma sensação de bem estar inintendível , retificando quero explicar que esta sensação última que descrevi é inintendível somente para aqueles que não estão acostumados à elas, o que julgo segundo meu discernimento serem a maioria das pessoas, já que sempre estão atrasadas a fazer alguma coisa e extrema importância, acabam não tendo o tempo ao menos de olhar um colega nos olhos para que este diga o que está sentindo e coisas do mesmo cunho, que segundo o mercado e as bolsas de valores não têm a mínima importância, tampouco para ganhar status.<br />
Esta acusação a que estou me propondo a fazer é bastante séria, estou simplesmente contrariando as regras que foram impostas pelo capitalismo em que estamos inseridos, não me atenho a nomear isso de regras senão de leis, tamanha é a força do poder deste malefício a que se diz ser capitalismo. As pessoas são tão ignorantes de suas próprias situações que sequer sabem que estão sendo influenciadas por esta força soberana. Fato nada engraçado é este. Quê vai fazer você hoje? Vou assistir televisão. De início vemos que esta parece ser uma afirmação bastante normal, conveniente e justa para um trabalhador honesto, que chega em sua casa exausto após uma longa jornada de trabalho, o que seguramente trata-se da grande percentagem das pessoas que vivem em nosso país. Pois trabalhar e sentar-se assistir um programa de show de calouros, ou mesmo uma novela ao final da noite ( único tempo que resta livre de obrigações e serviços a cumprir ). No entanto esta agradável atividade desfavorece o que chamamos de criações próprias, seria mais interessante que este trabalhador, ao invés de ficar fixo em uma caixa quadrada que é comandada por pessoas de alto escalão fizesse outras atividades, como sentar e conversar com sua família sobre os problemas pertinentes à sua pessoa e aos circunstantes, assim deveria ser para o melhor aproveitamento do tempo vago, é fato porém que ignorantemente a televisão entorpece a criatividade dos humanos, já que as músicas interessantes são aquelas que vemos na televisão, os artistas importante são uma espécie de referência, mesmo a pesar de demonstrarem uma realidade totalmente diferente daquelas que vivemos. É de grande aprazimento Ter criações culturais próprias, e não ficar restrito às criações do mundo que nos cerca, pois todos somos em potencial grandes criadores, o potencial este de que retrato é totalmente desperdiçado pela influência que recebemos do mundo que nos cerca. O erro em si não é receber a cultura que nos cerca, mas sim não saber qual a maneira correta de lhe dar com esta cultura. Aquele trabalhador de que falamos, e que constitui a grande massa de trabalhadores por exemplo, sequer sabe do fato de estar sendo influenciado pelo mundo que o cerca, e se preocupa somente com questões de cunho totalmente prático tais como alimentação, transporte, trabalho. Às vezes não sobrando tempo até para as questões de enleio sentimental, que são em sua constância a mais elevada forma de comunicação dos pensamentos humanos, não podendo por isso sequer ser transcritas de maneira correspondente. Não é culpa dele é claro, o culpado é o próprio sistema de vida em que vive ( Em que vivemos nós também, não esqueçam-se disto ), assim vemos que deve-se saber receber as informações que estamos assistindo, vendo ou escutando. Este trabalhador, o qual chamaremos de João por uma questão de registro, não consegue receber as informações de forma crítica, pelo contrário, ao mesmo tempo que assiste uma novela logo muda o canal para assistir o tão esperado telejornal, sente-se por isso agraciado pois é seu momento particular, usufruindo deste momento para saber quais são os novos problemas da sociedade, quais as fofocas e as tragédias. E o único comentário que têm a capacidade de proferir é de que está tudo do avesso, que as coisas andam ficando cada vez piores, fato bastante cômico já que a novela que ele assistira anteriormente mostrava muitos brancos e poucos negros, mostrando na realidade uma sociedade utópica, não há uma coerência considerável com a sociedade em que ele vive, e fato importante é considerar-mos que na novela que assistira os acontecimentos são bastante simples, é na verdade tudo o que ocorre no dia a dia, nada de tão diferente ao que acontece em sua própria vida diária, são amores, situações relacionadas ao sexo, algo de violência para chamar a audiência do telespectador e um pouco de arte. Onde está aqui a filosofia? Onde está aqui a atuação num contexto social da televisão? É fato também que devemos analisar esta questão num contexto temporal, vejam bem leitores: se houvessem programas voltados ao conceito de progresso social João, de maneira alguma iria querer assistir um programa tão enfadonho, que é voltado por exemplo ao ato de saber aprender a aprender, ou algo de metodologia científica. Justo porquê todos estão de certa forma acostumados à mesma rotina. Como vemos nos tempos remotos, vemos que o mesmo ocorre hoje, vejam bem que antigos governantes não tinham interesses em deixar a população mais inteligente, fazendo com que eles aprendessem a ler, pois isto é de certa forma fazer com que os próprios se revoltassem com as condições como estavam vivendo, isso mesmo, pois a sabedoria é uma forma que se encontra para se aproximar da realidade, e, não sabendo o que está acontecendo é claro que não vou sequer Ter uma consciência pouco mais ampla. Assim, fica o trabalhador João restrito às mesmas idéias de âmbito prático em sua vida, enquanto isso os grandes fazem sua mente, a única alegria que têm ele é a de nos fins de semana tomar uma cerveja com os amigos e jogar futebol, e estas são alegrias de origens meramente físicas, pois sente-se o prazer do movimento físico, e o entorpecimento mental brevemente prazeroso, não deixando de ser este um entorpecimento da vida.<br />
Conforme dito na introdução deste livro, confessei que minha característica mais terrível de todas era que não tenho uma síntese de assuntos tão efetiva quanto gostaria de possuir, o assunto com o qual comecei a proferir neste tópico é por assim dizer totalmente diferente com o assunto que o terminei. Minhas frases e pensamentos propagam-se de maneira espantosa, de modo que o leitor ( segundo meu crivo ) deve assustar-se com tamanha elasticidade de assuntos, mas é importante constatarmos que há um lado bastante positivo nesta maneira de expor assuntos, o interessante é que como em uma conversação ocorre uma fluidez bastante benigna.<br />
Pedindo desculpas das mais variadas peço permissão ao leitor para retornar ao assunto base de nosso tema, que é justamente a alegria, os sentimentos positivos, os risos, a gargalhada e tudo ao que se refere ao bom humor. Constatamos anteriormente que é necessário que as pessoas devem orientar suas vidas de forma a saber que em determinados momentos não há nada melhor que extrapolar em determinados feitos, de modo a tirar-lhes a maléfica postura taciturna imposta pela sociedade em quê vivem. São estes no geral momentos escassos, pois do contrário viveríamos em uma sociedade totalmente descompromissada e descontraída, já que não vivemos é necessário procurarmos de certa forma fazer uma força para que isto ocorra.<br />
Imaginem um mundo em que todos são alegres e riem-se de tudo. Imaginaram? Pois agora parem de imaginar, pois este tipo de sociedade seria uma grande besteira. Trariam muitos prejuízos e danos a alguém que queira viver de forma minimamente considerável. Os leitores que levaram a sério a primeira afirmação deste parágrafo podem haver ficado indignados, mas a verdade é que piadas fazem bem ao humor, é fato também que não deixou de ser afirmação correta, pois tudo na vida têm seus limítes, tal como o corredor que por seus exageros contrai uma desagradável tendinite por seus exageros, também o palhaço fica com dor nos lábios de tanto rir.<br />
Sem mais brincadeiras, é real que parece ser um pouco difícil encontrar desvantagens no treino excessivo do bom humor, mas certamente que se a pessoa exagerar nas piadas e gargalhadas haverá malefícios, é fato inevitável que o treinamento não estará sem a menor hipótese sendo regrado e de forma séria executado, vejam amigos leitores que na descrição houve um momento em que os corredores se transformaram em banhistas, fato bastante comum, e que é exemplo do grande improviso em que estamos suscetíveis a cometer quando estamos ingenuamente alegres. Pois por um lado se a espalhafatosa comicidade traz paz de espírito também trará um estado confusional, pois nada se sabe de objetivos específicos ou de seriedade. Nossa sociedade é composta como já comentado de muitas regras e muita seriedade, por questões de trabalho e sobrevivência, já que para conviver em sociedade são necessários muitos requisitos, e deve-se Ter as posturas já definidas pelos antepassados, assim sendo vemos que estes momentos de extrapolação física e mental funcionam como uma válvula de escape, quando na verdade deveriam ser a própria forma de vida, ou seja, deveriam estes ser momentos mais constantes em nossas vidas, e ao mesmo tempo menos intensos, quero dizer que se deveria Ter uma alegria mais constante e menos espalhafatosa já vista nos tópicos de Humor relativamente afoito, ou mesmo humor com lapsos de exagero, não entrando muito nos outros dois já que estes podem claramente provocar uma insanidade ou mesmo uma alienação mental.<br />
O desafio a que me encontro agora é relacionar a primeira com a segunda matéria, ou seja: relacionar os pensamentos que atravessamos sobre a vida de João em seguida laçar estes com o que dizemos sobre alegria e bom humor. Parece este ser um desafio num primeiro olhar, mas na verdade vejo que tudo é de uma grande simplicidade já que este João têm suas alegria através de sua boa cerveja e da pelada com os amigos, mas isso tudo já são coisas que estão incluídas nos preceitos e conceitos que regem nossa sociedade, e não fogem à normalidade, estamos aqui falando de molecagem, criancice e atos inescrupulosamente extravagantes. Pois correr de madrugada com acessos de banhistas noturnos creio ser algo que foge à sanidade mental, ao menos em determinado nível. Pois vivemos influenciados por um mundo cultural que já têm uma fórmula já pronta, e basta nascermos para cumprirmos de forma devida nossa parte, e por isso não é necessário vidente nenhum para saber o que iremos fazer em nossas vidas já que a sociedade nos leva de tal forma que tampouco nos sentimos obrigados a fazer o que ela pede, somente fazemos. Não meus amigos, é necessário sair desta letárgica situação de estagnação mental e física a que nos deixamos encontrar, sejamos nós pessoas originais, criativas e intensas de forma a não ficarmos ao comando de poucos, para isso vamos desenvolver um novo sistema, ou algo que não chamaríamos de sistema, pois de sistemas já chega a sociedade comandante, criemos nós então uma sucessão de loucas mudanças, que em sua infinidade dominariam todos os tempos. <br />
Afinal por quê correr? Por quê você corre? O desafio a responder esta pergunta. E assim termino este tópico, com uma pergunta inospitamente repentina.Pompeo Boninihttp://www.blogger.com/profile/17128125913209150593noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2679853150100587757.post-38926288743730670532009-03-24T20:50:00.000-07:002014-09-02T16:33:18.494-07:00Cap. 17- QUAL SERÁ O ASSUNTO?Cap. 17- QUAL SERÁ O ASSUNTO?<br />
Finalizei o capítulo passado com uma pergunta que pareceu aos olhos da pessoa leiga ( Não me refiro necessariamente à você leitor ) com uma pergunta muito diferente, mas o caso é que a pergunta é totalmente fluente com as idéias que apresentam o tópico em si, pois o motivo que faz para que façamos alguma coisa em nossas vidas é certamente comandado pela sociedade, por suas regras, para ser mais específico. Dizemos assim que somos influenciados por tudo aquilo que nos cerca, e a cultura esportiva é por assim dizer uma idéia que foi criada pelo ser humano, e que por isso não é uma cultura inerente às nossas próprias essências.<br />
Como podemos ver, na antigüidade bastante remota, os principais motivos de uma pessoa para que esta praticasse atividade física, era justamente ou guerrear para conquistar territórios ou treinar para guerra, do contrário a busca de frutas e caça de animais eram boas alternativas àqueles que quisessem praticar caminhada ou corridas curtas. Há também, inserido neste contexto o fator sobrevivência, pois fugir de animais selvagens é necessário quando se quer preservar a vida, não há querer sendo a sobrevivência instinto que prevalece sobre qualquer vontade provinda das razões humanas. Pois há varias formas de movimentos corporais que eram praticadas na antigüidade. Hoje com o advento da ciência vemos que a atividade física faz bem ao corpo e à mente, antigamente também se sabia isso, porém de forma meramente prática, com duvidosas explicações.<br />
Se você nascesse na antigüidade provavelmente seria uma amazona ou um guerreiro, já que gosta de fortes emoções, e de praticar movimentos corporais extenuantes. Difícil iria ser você escolher ser um escravo ou escrava para carregar pedras o dia inteiro recebendo açoitadas dos mais variados feitores, há gente que de fato gosta de musculação, mas o problema é notarmos como é difícil encontrar pessoa praticante de musculação que seja ao mesmo tempo sádica, masoquista e que goste de receber ordens imperiosas, naqueles tempos provavelmente as pessoas tivessem sequer a liberdade de escolher se seriam escravas, nobres ou religiosos, mas de qualquer maneira exerciam suas atividades físicas, e isso foi o que acabamos de concluir nestes pensamentos longínquos.<br />
A discussão principal a que me propus a construir este capítulo está baseada justamente na influência cultural que recebemos em relação às atividades esportivas.<br />
É uma influência que pode ser tanto positiva quanto negativa, pois como sabemos nossa sociedade preza em todos os aspectos pela competição, é refletida esta idéia no âmbito do movimento físico humano, que passou a ser denominado esporte. No trabalho devemos ganhar, assim como no esporte, e faço aqui uma crítica em relação a isso, pois se nossas crianças ( da sociedade é claro ) são educadas de forma a terem sempre que ganhar suas medalhas e competições ocorrerá, e ocorre, uma grande calamidade, perdendo para valores de vida que são muito mais importantes que uma vitória, eu diria que a vitória pode ser vista como o cúmulo do egoísmo, enquanto que a confraternização é algo consideravelmente bom para aqueles que querem conviver em uma sociedade harmoniosa. Sabe-se que nascemos influenciados pelo meio em que vivemos em todos os aspectos, mas do mesmo modo que João do tópico E, capítulo anterior não conseguia peneirar as informações que recebia, a Ter assim uma opinião crítica, nós igualmente nos contentamos com fazermos aquilo que julgamos ser bonito, e ser um objetivo condizente, contribuindo para despencar uma sociedade que poderia andar num caminho muito mais eficaz. Poderíamos aqui estar falando de valores utópicos, mas não são estes dos quais estamos falando, já que se pensarmos na antiga escravidão e sofrimentos de outros tempos é totalmente condizentes em pensarmos numa sociedade pouco mais harmoniosa da que vemos hoje.<br />
Neste contexto, vejo de prioritária importância a mudança de ensino de valores para a humanidade, com certeza a vitória não se equipara à conhecer novos amigos e com estes confraternizar em uma atividade que exija menos movimentos mecanicamente executados, e em objetivos impostos de forma quase que autoritária., constantemente encontramos estes valores erroneamente já aplicados às crianças.<br />
Numa constatação infeliz vejo que a própria aplicação do esporte competitivo aplicada às crianças e adolescentes da maneira que é aplicada é extremamente necessária, já que após crescerem encontrarão por certo um mercado tão hostil quanto é o esporte que fazem. Assunto de bastante importância este com o qual nos deparamos, pois desta forma estariam estas crianças perdendo as graças da infância em decorrência de uma aplicação de idéias culturais erradas. Pois se perdem a inf6ancia porquê são ( sem que os pais e professores e elas próprias o saibam ) treinadas para saber enfrentar os aguilhões da sociedade em que estarão imersas num futuro, logo perdem um momento muito importante na vida.<br />
Concluímos que não é necessária a valorização do esporte competitivo, para quaisquer pessoas, devemos encontrar a graça do correr com naturalidade, e descompromissados, assim nos tornaríamos de certa forma crianças. Correr na chuva, na lama e nos lugares mais inóspitos possíveis, sem que fiquemos ateados às preocupações que nos cercam no dia a dia. Tanto nas crianças como em nós adultos existe uma essência de alegria, esta está extremamente relacionada à falta de obrigações ou imposições, ocorre que esta essência é mais evidenciada nas crianças e ficando encoberta de forma bastante obscura nos adultos. Caso você queira entender-me com clareza faça o favor de reler o capítulo anterior por inteiro.<br />
Já tive a infelicidade de ver uma mulher correndo em uma esteira e ao mesmo tempo falando num celular sem deixar de assistir o noticiário televisivo, pois isto trata-se de uma completa falta de discernimento, já que a corrida deveria ser um momento de desligamento do mundo em que vivemos, e, sendo este assunto divergente iniciaremos outro capítulo neste instante.Pompeo Boninihttp://www.blogger.com/profile/17128125913209150593noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2679853150100587757.post-10068144218759013672009-03-23T20:50:00.000-07:002014-09-02T16:32:55.281-07:00Cap. 18- CORRIDA E DESLIGAMENTO DO MUNDOCap. 18- CORRIDA E DESLIGAMENTO DO MUNDO<br />
Quero aqui expor de forma bastante atrativa a teoria de que a corrida nada mais é que um momento de silêncio, um momento em que estamos voltados para nossos próprios corpos. Num acontecimento quase que mágico estamos em uma atividade sagrada. Se você quer saber o que é mesmo correr desta maneira eu lhe explicarei com todo o prazer de que creio ter a capacidade de explicar, podemos correr de diversas maneiras, é bastante condizente compararmos a corrida com a leitura, pois da mesma maneira que posso ler num ônibus horrivelmente barulhento e que não para de balançar um momento sequer para que meus olhos se prostrem nas letras respectivas, posso decidir ler numa mesa com boa iluminação, cercada de silêncio num local bem arejado. Bastante diferentes estas duas situações, isso é fato evidente que somente vêm a nos trazer algo com que comparar a idéia que será em seguida passada.<br />
Pois veja bem você meu apreciado leitor, que podemos fazer esportes de diversas maneiras é claro. A corrida especificadamente que é nosso esporte em tema, pode ser feita de diversas formas. Posso eu correr em uma cidade barulhenta, poluída e cheia de lixo na calçada, ou é possível que eu queira me deliciar com uma prazerosa corrida através dos campos naturais de determinado local. Assim está dito que a corrida é uma atividade mágica, mas intensamente retiro o que disse pois há variados tipos de corridas e não são todos os que podem apresentar esta magia de que estou falando. Alguns tipos de treinos apresentam somente meros lapsos desta energia, enquanto que em outras situações pode-se chegar à uma forma de êxtase na corrida, não quero mistificar uma atividade de forma a distorcer a realidade, mas há momentos de intensos sentimentos. Estes momentos é o que estou querendo nomear de momentos mágicos. Saiba você, por exemplo, que eu em minha constância já tendo corrido 7 maratonas em quatro já cheguei chorando de corpo e alma, pois os sentimentos me afloraram de forma extraordinária. As lagrimas são na verdade de uma vitória, é uma vitória pessoal a qual não conseguiria descrever com perfeição nem escrevendo cinco livros sobre este assunto, ocorre que estes sentimentos fortes inundam a alma de forma digna, que mostram na realidade como os seres humanos conseguem ter uma superação pessoal. Esta superação é demonstrada através das lágrimas, que resvalam pelo rosto, enquanto que o corredor tendo chegado ao seu objetivo sente-se num estado da mais pura plenitude sentimental e ideológica.<br />
É assim que ocorre, mas como já visto, não são todos que correm com o coração. Muitos ficam atados aos valores competitivos, e segundo meu modo de pensar pode haver um corredor de excelentes tempos, que seja da elite, mas que de tão influenciado pelos valores competitivos de nossa sociedade acaba perdendo em muito a sua caracterização como pessoa, e por isso perde em muito igualmente no que dizemos serem características psicológicas positivas, ficando restrito apenas em pensar em ganhar, não sabe ele que a maior vitória que podemos internalizar em nossas vidas é confraternizar com outras pessoas de forma positiva, alegre e benéfica, é também se emocionar de forma expansiva, para mostrar à todos que o que estamos desempenhando são coisas que têm grande valor para nossas vidas.<br />
O mais importante nunca é ganhar, já vi corredores mal humorados em decorrência de valores competitivos, que foram auto aplicados em suas mentes, e, penso ser este um erro bastante comum para as pessoas que praticam este esporte, que é influenciado pelas idéias competitivas que traz a mídia consigo.<br />
Para seu deleite intentaremos executar aqui a técnica de concentração que já foi explicada, porém não executada no capítulo 4 Tópico 1, note que estamos utilizando isto para facilitar o entendimento da matéria que estou expondo a você neste capítulo: <br />
Desligue agora mesmo todas as idéias que são relativas à interferência de todos os meios de comunicação sobre sua vida, e, naturalmente veja-se jogado em meio à uma selva, uma selva bastante espessa, você está deitado e não sabe como apareceu ali, tenta recordar-se de algo, porém sem êxito não se lembra de nada. Muito confusa está sua mente, mas, à proporção que se dá conta do local nota que há muitos sons e ruído, são na verdade macacos e pássaros que fazem da selva uma verdadeira orquestra. Naturalmente assustado após constatar o perigo que corre, num súbito movimento você levanta, olha com os olhos o mais abertos possíveis à procura dos animais que fazem tanto rebuliço, mas não os encontra. Já mais calmo decide ficar parado por momentos, e nota estranha tranqüilidade no local. Sentindo-se reconfortado inicia uma caminhada leve através da inóspita mata. Derrepente apercebe-se de que há uma trilha por perto, uma trilha que porventura sobe bastante na altimetria, e você nota que quanto mais sobe mais bonitas são as flores e plantas que o cercam, pois sem mais delongas inicia você uma corrida leve, que aos poucos fica mais rápida, a beleza se apresenta cada vez mais apreciável, inclusive a fragrância das flores é algo pelo qual é chamada sua atenção. Opinadamente você decide que este é um afloramento de suas energias, e sente-se ligado de certa forma à tudo aquilo que vê, você crê ser impressionante toda a paisagem que o cerca, e têm surpresas que não esperava, pois é a natureza grande fonte de prazeres à visão, audição e tato senão ao próprio discernimento. Ao pico da montanha você olha a paisagem que se prostra diante de seus pés e têm grande sentimento de congratulação.<br />
Depois naturalmente creio que a sugestão dos leitores seja de que o personagem fantástico cai da cama e se desperta com um estrondoso despertador, que o acorda para o trabalho, ou então que este corredor acorde batendo fortemente com a cabeça no banco da frente de um ônibus, quando este parara bruscamente em um ponto, mas não leitores. Quero dizer a estes sugestivos que o que estou propondo uma coisa bastante real, e que se queira a vontade dos humos que se concretize e não fique somente no campo das idéias, mas é fato real que para que algo se execute com suma presteza é necessário que este parta antes de uma idéia é claro, pois já temos aqui as idéias... Sem mais conversas ímpias tentarei desembuchar o que transborda de meu cérebro ( espero que não tenha sido esta uma conjetura desagradável às damas que lêem estes escritos, mas tendo sido reclamo clamor por partes destas digníssimas damas )<br />
Já foi dito que a corrida pode ou não ser mágica, dependendo exclusivamente do modo com a qual é desempenhada, pois posso correr estando eu contribuindo ainda mais para uma situação estressante, ou então posso correr de uma forma tão natural quanto mágica. O erro é que as pessoas ficam entretidas com o ato de correr de forma mecanizada, o que é em um contexto analisado de forma mais realista uma característica da própria sociedade, veja que, tal pessoa corre tantas vezes por semana de tal maneira, e assim por diante outras pessoas o fazem com mudança de quantidade de dias e de tipos de treinamentos, porém uma coisa sempre é igual, que é na verdade a forma automatizada com que fazem o treino, perdendo a característica de originalidade do treino, o próprio improviso é algo que faz com que experimentemos novas sensações, dando estímulos diferentes aos nossos corpos e estimulando assim as regiões cerebrais ligadas aos sentimentos diversos.<br />
É portanto estritamente necessário experimentarmos que seja um dia em nossas vidas correr em lugar totalmente inusitado, como seja uma praia a quem não o fez ou que seja uma trilha ladeada de flores a qu6em não o fez. Contanto é importante não se contentar em achar que a corrida é algo simplista, pois vimos que pode ser desempenhada de forma muito mais expansiva e completa.<br />
Visto isso espero que vocês experimentem esta sensação de plenitude, que se aproxima em algo que possa ser chamado de mágico e que trata-se nada mais nada menos que um desligamento do mundo. <br />
Enganosos pensamentos seriam estes se a tua interpretação for intrépida, pois o quê julga ser você o desligamento do mundo, isso pode dar a cômica impressão de que o mundo é lidado numa tomada de 220 Wolts, pois aí está o erro. O quê consideramos como mundo é a situação em quê vivemos, mas na verdade a verdadeira essência do mundo é natural, vivemos como já dito em um mundo artificial, a corrida mágica é portanto o desligamento do mundo artificial, e um envolvimento pelo mundo natural, esta seria a corrida a qual mediante meu modo de pensar é a corrida mágica.Pompeo Boninihttp://www.blogger.com/profile/17128125913209150593noreply@blogger.com0